Comércio varejista goiano recua 0,5% em outubro
Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE) analisada pelo Instituto Mauro Borges de Estatística e Estudos Socioeconômicos (IMB), o volume e a receita de vendas do comércio goiano restrito (que exclui os segmentos de veículos e motos, partes e peças e de material de construção) apresentaram queda de 0,5% (descontada a inflação), na comparação com o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais (Tabela 1). O indicador para o Brasil apresentou queda de 0,8% e 0,5% para volume e receita de vendas, respectivamente.
Tabela 1 – Brasil e Goiás: Variação do Volume e da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2016 (Com Ajuste Sazonal Base: Mês anterior = 100) (%) |
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Variações Mensais (%) |
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Brasil |
Goiás |
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Ago/16 |
Set/16 |
Out/16 |
Ago/16 |
Set/16 |
Out/16 |
|
Volume de Vendas |
-0,8 |
-1,0 |
-0,8 |
-1,5 |
0,1 |
-0,5 |
Receita de Vendas |
0,2 |
-0,4 |
-0,5 |
-0,3 |
0,9 |
-0,5 |
Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016. |
Em outubro/2016, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume de vendas do comércio goiano restrito apresentou recuo de 10,5% (descontada a inflação). Com esse resultado, o varejo goiano teve a 12ª pior taxa entre as 27 unidades da Federação, desempenho abaixo do apurado para o varejo brasileiro (-8,2%) (Gráfico 1).
Varejo Goiano Restrito
Na série sem ajuste out16/out15, apenas a atividade Outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentou resultado positivo em volume no mês de outubro/16 (2,8%). Esta atividade engloba segmentos de lojas de departamentos, brinquedos, artigos esportivos etc. Esse resultado favorável está associado, em parte, à comemoração do Dia das Crianças.
As demais atividades monitoradas pela pesquisa apresentaram recuos e o maior deles ocorreu na venda de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com decréscimo real de 45,8%. Os últimos resultados negativos refletem não só o quadro de redução de renda real e de elevação dos juros, como também a influência da valorização da taxa de câmbio, especialmente para informática e comunicação, na medida em que muitos componentes ainda são importados.
O segmento de Móveis e eletrodomésticos registrou queda de 20,0%, impulsionado pelo comportamento negativo decorrente de fatores como restrições ao crédito direcionado às pessoas físicas. Contribuiu para isso também o aumento da taxa de juros, além da redução da renda real das famílias, provocada pela inflação.
Com menor impacto, o segmento de Tecidos, vestuário e calçados apresentou queda de 4,9%, queda superior à registrada no mês anterior (-1,7%). Em termos acumulados, os resultados foram de -10,3%, para os dez primeiros meses do ano e de -10,0% para os últimos 12 meses.
O segmento de Hipermercados e supermercados apresentou queda de -8,0%, vigésima quarta taxa negativa consecutiva, sendo que a mais acentuada ocorreu em maio de 2015 (-18,0%). Isso reflete a redução contínua da massa real de rendimentos recebida pelos trabalhadores. Por outro lado, o seu desempenho ainda está acima da média, explicado pela essencialidade dos produtos comercializados no setor. O resultado em termos de acumulados nos dez primeiros meses do ano foi de -7,5% e nos últimos 12 meses de -7,7%, o resultado da média do comércio foi de -10,1% e -10,3%, na mesma ordem.
Tabela 2 – Brasil e estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista – 2016 |
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Segmentos |
Variação (%) |
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Brasil |
Goiás |
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Variação Mensal |
Acumulado |
Variação Mensal |
Acumulado |
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Ago/16 |
Set/16 |
Out/16 |
No Ano |
12 Meses |
Ago/16 |
Set/16 |
Out/16 |
No Ano |
12 Meses |
||
Comércio Varejista Geral |
-5,5 |
-5,7 |
-8,2 |
-6,7 |
-6,8 |
-10,2 |
-7,7 |
-10,5 |
-10,1 |
-10,3 |
|
Combustíveis e lubrificantes |
-9,6 |
-8,7 |
-10,4 |
-9,8 |
-10,0 |
-13,7 |
-8,9 |
-11,8 |
-8,6 |
-7,8 |
|
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo |
-2,2 |
-2,4 |
-6,5 |
-3,3 |
-3,5 |
-8,0 |
-3,4 |
-7,5 |
-7,1 |
-7,3 |
|
Hipermercados e supermercados |
-1,7 |
-2,4 |
-6,4 |
-3,2 |
-3,5 |
-9,0 |
-4,2 |
-8,0 |
-7,5 |
-7,7 |
|
Tecidos, vestuário e calçados |
-10,5 |
-10,3 |
-12,1 |
-11,4 |
-11,5 |
-7,1 |
-1,7 |
-4,9 |
-10,3 |
-10,0 |
|
Móveis e eletrodomésticos |
-9,3 |
-13,4 |
-13,3 |
-13,6 |
-14,3 |
-13,6 |
-16,8 |
-20,0 |
-17,6 |
-19,2 |
|
Móveis |
-14,5 |
-12,9 |
-14,7 |
-13,0 |
-14,7 |
-14,4 |
-18,2 |
-16,2 |
-9,7 |
-12,9 |
|
Eletrodomésticos |
-6,9 |
-13,6 |
-12,7 |
-13,8 |
-14,2 |
-13,4 |
-16,3 |
-21,1 |
-20,1 |
-21,3 |
|
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos |
-3,7 |
-3,1 |
-6,1 |
-1,5 |
-0,8 |
-6,2 |
-6,3 |
-8,2 |
-4,2 |
-3,6 |
|
Livros, jornais, revistas e papelaria |
-15,1 |
-18,0 |
-17,3 |
-17,0 |
-16,8 |
-16,1 |
-8,7 |
-14,6 |
-10,9 |
-12,7 |
|
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação |
-9,0 |
-12,0 |
-6,7 |
-14,1 |
-13,5 |
-43,8 |
-49,5 |
-45,8 |
-40,4 |
-37,3 |
|
Outros artigos de uso pessoal e doméstico |
-10,8 |
-9,0 |
-7,6 |
-11,3 |
-10,3 |
-6,2 |
-1,1 |
2,8 |
-5,5 |
-3,4 |
|
Comércio varejista ampliado geral |
-7,7 |
-8,5 |
-10,0 |
-9,3 |
-9,8 |
-12,5 |
-9,5 |
-12,8 |
-13,6 |
-14,7 |
|
Veículos, motocicletas, partes e peças |
-13,0 |
-14,3 |
-13,5 |
-14,5 |
-16,1 |
-15,5 |
-10,7 |
-17,2 |
-17,1 |
-20,2 |
|
Material de construção |
-6,9 |
-10,7 |
-13,8 |
-12,2 |
-12,3 |
-13,5 |
-13,6 |
-11,7 |
-18,1 |
-17,4 |
|
Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016. |
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Em termos de receita nominal, o valor das vendas do comércio varejista goiano apresentou leve alta de 0,2% em outubro/16, desde jun/2016 vem apresentando taxa, apontando recuperação. Verifica-se, porém, que o valor da receita real (descontado a inflação) ainda não se recuperou. A inflação IPCA Goiânia, nos últimos 12 meses até outubro, acumulou alta de 7,9%.
Tabela 3 – Brasil e estado de Goiás: Variação da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2016 |
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Segmentos |
Variação (%) |
|||||||||
Brasil |
Goiás |
|||||||||
Variação Mensal |
Acumulado |
Variação Mensal |
Acumulado |
|||||||
Ago/16 |
Set/16 |
Out/16 |
No Ano |
12 Meses |
Ago/16 |
Set/16 |
Out/16 |
No Ano |
12 Meses |
|
Comércio Varejista Geral |
6,6 |
5,9 |
1,9 |
4,8 |
4,3 |
1,5 |
4,2 |
0,2 |
0,8 |
0,2 |
Combustíveis e lubrificantes |
0,1 |
1,1 |
-4,3 |
2,2 |
3,0 |
-3,3 |
3,2 |
-2,0 |
5,3 |
5,7 |
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo |
12,7 |
11,5 |
5,9 |
10,2 |
9,6 |
6,6 |
11,2 |
5,5 |
5,7 |
5,2 |
Hipermercados e supermercados |
13,3 |
11,7 |
5,8 |
10,2 |
9,5 |
5,4 |
10,3 |
4,8 |
5,0 |
4,6 |
Tecidos, vestuário e calçados |
-5,6 |
-5,7 |
-8,0 |
-6,3 |
-6,6 |
-2,3 |
4,7 |
1,3 |