Comércio varejista goiano cresce acima da média nacional, 11,9%.
Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio Varejista (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás registrou volume de vendas acrescido de 11,9% em fevereiro na comparação com mesmo mês do ano anterior, taxas de 11,7% no acumulado do bimestre e 12,3% no acumulado dos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 14,8%, 14,9% e de 14,2%, respectivamente.
Para o comércio varejista ampliado, composto pelos segmentos Veículos, motocicletas, partes e peças e Material de construção, as taxas para o volume de vendas foram de 19,4% na relação fevereiro 2011/ fevereiro 2010, 15,0% no acumulado do ano e 16,0% no acumulado dos 12 meses. A receita nominal, por sua vez, assumiu os valores de 20,7%, 17,0% e 18,1%, seguindo a mesma ordem (Tabelas 1 e 2).
Nesse segundo mês do ano, todas as atividades pesquisadas obtiveram resultados positivos para a variação do volume de vendas e da receita nominal, e a maioria dos segmentos calculados para Goiás apresentaram índices superiores à média nacional.
Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil:
Variação do Volume de Vendas no Comércio Varejista – 2011
(Base: Igual mês do ano anterior =100)
Segmento
|
Variação (%)
|
|||||
Brasil
|
Goiás
|
|||||
Fevereiro
|
Acumulado
|
Fevereiro
|
Acumulado
|
|||
No Ano
|
12 Meses
|
No Ano
|
12 Meses
|
|||
Comércio varejista geral
|
8,2
|
8,2
|
10,4
|
11,9
|
11,7
|
12,3
|
Combustíveis e lubrificantes
|
7,3
|
6,8
|
6,9
|
9,5
|
7,6
|
4,4
|
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
|
2,3
|
3,3
|
7,7
|
3,5
|
5,3
|
7,2
|
Hipermercados e supermercados
|
2,2
|
3,2
|
7,5
|
3,8
|
5,6
|
7,4
|
Tecidos, vestuário e calçados
|
13,6
|
11,6
|
11,3
|
18,0
|
16,5
|
15,5
|
Móveis e eletrodomésticos
|
20,5
|
19,8
|
18,4
|
16,7
|
14,9
|
18,1
|
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
|
10,4
|
11,6
|
11,8
|
29,9
|
29,6
|
22,7
|
Livros, jornais, revistas e papelaria
|
14,6
|
10,9
|
22,0
|
6,9
|
5,2
|
2,7
|
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
|
13,9
|
13,1
|
13,0
|
50,7
|
41,9
|
13,8
|
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
|
12,2
|
8,4
|
9,5
|
20,3
|
17,2
|
14,2
|
Comércio varejista ampliado geral
|
14,5
|
12,8
|
12,4
|
19,4
|
15,0
|
16,0
|
Veículos, motocicletas, partes e peças
|
26,0
|
21,2
|
15,3
|
28,2
|
19,3
|
20,2
|
Material de construção
|
16,2
|
16,3
|
16,3
|
12,0
|
9,2
|
15,1
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Tabela 2 – Estado de Goiás e Brasil:
Variação da Receita Nominal no Comércio Varejista – 2011
(Base: Igual mês do ano anterior =100)
Segmento
|
Variação (%)
|
|||||
Brasil
|
Goiás
|
|||||
Fevereiro
|
Acumulado
|
Fevereiro
|
Acumulado
|
|||
No Ano
|
12 Meses
|
No Ano
|
12 Meses
|
|||
Comércio varejista geral
|
13,0
|
13,2
|
14,4
|
14,8
|
14,9
|
14,2
|
Combustíveis e lubrificantes
|
7,6
|
7,3
|
8,6
|
10,9
|
8,4
|
0,9
|
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
|
10,2
|
11,6
|
13,2
|
12,1
|
14,1
|
12,4
|
Hipermercados e supermercados
|
9,9
|
11,3
|
12,8
|
12,3
|
14,3
|
12,5
|
Tecidos, vestuário e calçados
|
21,3
|
18,8
|
17,4
|
23,3
|
21,3
|
18,0
|
Móveis e eletrodomésticos
|
19,7
|
18,9
|
19,7
|
10,4
|
10,2
|
17,4
|
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
|
14,3
|
15,3
|
15,3
|
33,5
|
33,2
|
26,0
|
Livros, jornais, revistas e papelaria
|
1,9
|
-0,8
|
11,3
|
8,6
|
6,9
|
5,0
|
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
|
18,4
|
17,3
|
17,1
|
30,1
|
22,0
|
1,8
|
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
|
19,0
|
14,8
|
16,4
|
26,0
|
22,8
|
20,5
|
Comércio varejista ampliado geral
|
17,2
|
15,9
|
15,4
|
20,7
|
17,0
|
18,1
|
Veículos, motocicletas, partes e peças
|
24,8
|
20,3
|
16,2
|
27,6
|
19,5
|
21,7
|
Material de construção
|
21,7
|
21,8
|
21,4
|
20,9
|
17,8
|
23,7
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Observando-se a média móvel de três meses de vendas (gráfico 1), verifica-se que o comercio varejista de Goiás, neste início de ano, está em processo de desaceleração. A média móvel de 12 meses mostra que, em comparação a janeiro de 2011 houve uma pequena desaceleração, mas comparado a março do ano passado cresceu significativamente.
A receita nominal em fevereiro de 2011 com referência a média móvel de três meses revelou um movimento contrário ao volume de vendas, apresentou crescimento. Nos últimos 12 meses, conforme gráfico 2, fevereiro último, teve comportamento semelhante a janeiro de 2011.
Resultados Setoriais do Comércio Varejista Goiano
O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação obteve a taxa de maior representatividade no comércio varejista de Goiás, com acréscimo no volume de vendas, em fevereiro, de 50,7% sobre igual mês do ano passado e taxa acumulada no ano de 41,9%. Para a receita nominal, as taxas foram de 30,1% e 22,0%, considerando a ordem dos indicadores. Dentre os fatores que influenciaram este desempenho, destacam-se a redução de preços dos produtos dogênero, conjugada com facilidades de financiamento e a crescente relevância atribuída pelas famílias aos produtos de informática e comunicação.
A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos exerceu o segundo maior impacto na formação da taxa do comércio varejista goiano. Apresentou na comparação com fevereiro de 2010, crescimento de 29,9% e taxas acumuladas no ano e nos últimos 12 meses de 29,6% e 22,7%, respectivamente. A variação da receita apresentou crescimento de 33,5%, 33,2% e 26,0%. A expansão da massa de salário e a diversificação do mix de produtos comercializados são os principais fatores explicativos do desempenho positivo do segmento.
O segmento componente do comércio varejista ampliado, Veículos, motocicletas, partes e peças, com a terceira maior participação na taxa global do varejo apresentou crescimento de 28,2% na comparação com fevereiro de 2010, 20,2% na taxa acumulada nos últimos 12 meses e 19,3% no acumulado do ano, provavelmente ainda influenciado pelos incentivos governamentais de 2010. A receita de vendas acompanhou o crescimento do setor e registrou taxas de 27,6%, 21,7% e 19,5%, na mesma sequencia. Esse movimento deve sofrer, nos próximos meses, retração devido às medidas “macroprudenciais” de restrição ao crédito, tomadas desde dezembro de 2010 pelo governo federal.
A atividade de Materiais de construção, que também compõe o comércio varejista ampliado, registrou índices de volume de vendas abaixo da média brasileira. Na relação entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2010 a taxa foi de 12,0% e nos acumulado do ano e 12 meses, 9,2% e 15,1%, respectivamente. Esse momento de acomodação foi previsto pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e confirmado após a divulgação da pesquisa Sondagem da Construção Civil. O setor foi beneficiado em 2010 pelo crescimento da classe média, pelos programas governamentais de moradia e pela facilidade para obter financiamentos, porém, nesse ano tem sofrido impacto negativo de alguns fatores como condições climáticas (chuvas), desaceleração dos gastos do governo, redução do acesso ao crédito e preocupações com os níveis de inflação.
A atividade que ocupou o quarto lugar de maior destaque no comércio varejista goiano foi a de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, do qual fazem parte lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc.,com variação positiva de 20,3% na relação entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2010, mês no qual apresentou variação negativa de -3,9%. Em termos de receita de vendas, o desempenho foi de 26,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O setor de Tecidos, vestuário e calçados apresentou taxa de variação de 18,0% com relação ao mesmo mês de 2010, 16,5% para o acumulado do ano e 15,5% para os últimos 12 meses. O resultado positivo acima da média nacional pode ser explicado pela recuperação do setor após a crise financeira mundial iniciada no quarto trimestre de 2008, além do aumento da receita que variou 23,3% na comparação fevereiro 2011/ fevereiro 2010 e 21,3% no último bimestre.
A atividade de Móveis e eletrodomésticos vem registrando, desde 2010, bons resultados em Goiás. Em relação a fevereiro do ano passado, o setor teve variação de 16,7% no volume de vendas. Este resultado mensal reflete as condições favoráveis de crédito, a manutenção do crescimento do emprego e do rendimento, como também a estabilidade de preços. No acumulado do bimestre a taxa foi de 14,9% e nos últimos 12 meses, de 18,1%.
O segmento Combustíveis e lubrificantes sofreu 9,5% de variação do volume de vendas na relação fevereiro11/fevereiro10. Em termos de desempenho acumulado, as taxas de variação chegaram a 7,6% no ano e 4,4% nos últimos 12 meses. Apesar da alta no preço dos combustíveis, o setor apresentou variação positiva devido ao aumento na frota de veículos em circulação.
O segmento Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo exibiu variação de 3,5% no volume de vendas em fevereiro sobre igual mês do ano anterior. Em termos acumulados, a taxa para os dois primeiros meses do ano foi de 5,3% e para os últimos 12 meses, de 7,2%. Houve uma retração de demanda provocada, possivelmente, pelo aumento dos preços dos alimentos nos últimos 12 meses.
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria que, frequentemente obtém valores negativos na pesquisa, exerceu a menor influência positiva no resultado da pesquisa feita pelo IBGE. Em relação a fevereiro de 2010, apresentou aumento no volume de vendas de 6,9% e taxas acumuladas de 5,2% para o bimestre e de 2,7% para os últimos 12 meses.
O comportamento do comércio varejista goiano, neste primeiro bimestre, obteve desempenho acima da média nacional. Isso reflete o crescimento do mercado consumidor interno, influenciado pela melhoria da renda da população, facilidade de financiamento, queda de preços de alguns produtos importados, expansão da massa salarial e, sobretudo, pela manutenção do crescimento do emprego e do rendimento.
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