Comércio varejista Goiano cresce 0,6% em fevereiro
Em fevereiro de 2018, os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE) mostraram que após duas quedas consecutivas (-2,7% e -2,0%) as vendas do comércio varejista goiano começaram a reagir e registrou alta de 0,6% no volume, na série com ajuste sazonal, isto é, na comparação de fevereiro com janeiro de 2018. Nesta mesma comparação, o volume de vendas do comércio varejista nacional mostrou decréscimo de 0,2%, depois de apresentar crescimento de 0,8% em janeiro de 2018. Regionalmente, as vendas avançaram em 12 das 27 Unidades da Federação. Em termos de magnitude o maior crescimento registrado foi no estado do Tocantins (9,9%), enquanto que o maior recuo foi no Rio Grande do Norte (-3,2%), conforme Gráfico 1.
Na comparação frente a fevereiro de 2017, o comércio varejista goiano registrou a maior queda entre as Unidades da Federação, 9,7%. Essa é a 39ª queda do estado na série, de maneira que a última taxa positiva foi em novembro de 2014, período em que registrou crescimento de 0,5%. Além de Goiás, nove estados apresentaram taxas negativas, enquanto que na média nacional houve crescimento de 1,2%, segundo Gráfico 2. Na taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, Goiás registrou retração de 9,0% em fevereiro de 2018, é a 37ª sétima taxa negativa nessa comparação.
Conforme é apresentado no Gráfico 3, o estado goiano registrou queda de 3,0% no volume de vendas do comércio varejista ampliado (que inclui veículos, motocicletas, partes e peças e materiais de construção), na série interanual. Outras três Unidades da Federação registraram queda no período, Distrito Federal (-2,4%), Rio de Janeiro (-0,7%) e Paraíba (-0,1%). Enquanto que o volume do varejo brasileiro cresceu 5,2% na mesma comparação.
No acumulado nos últimos doze meses o volume de vendas do varejo ampliado em Goiás recuou 7,2%, sendo a única taxa negativa entre os estados. As maiores variações positivas do período foram observadas em: Santa Catarina (15,6%), Rio Grande do Sul (14,2%) e Amazonas (14,1%). No mesmo período, o comércio ampliado brasileiro cresceu 5,4%.
Na Tabela 1 é apresentado os dados do comércio goiano por segmentos referente a volume. O setor de combustíveis e lubrificantes (-16,9%) apresentou a maior queda, o que pode ser explicado em grande parte pela elevação dos preços de combustíveis acima da variação média de preços1. Hipermercados e supermercados (-16,5%) apresentou a segunda menor taxa entre os segmentos analisados. Por outro lado com resultado positivo, o segmento de móveis eletrodomésticos (13,2%) assinalou o maior aumento para o volume de vendas em Goiás, esse resultado está associado à maior disponibilidade de crédito à pessoa física2. Com isso, o acumulado no ano mostrou avanço de 15,5% e no acumulado nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 10,4%, mantendo a trajetória de recuperação iniciada em maio de 2017 (-2,1%). Considerando o varejo ampliado, Goiás apresentou a segunda taxa positiva consecutiva nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças, já que em janeiro o crescimento foi de 31,9% e neste mês, a alta foi de 16,9%.
O cenário do comércio goiano ainda é delicado, considerando que o estado tem acumulado taxas negativas consecutivas desde dezembro de 2014 e ainda não conseguiu alavancar. As grandes variações nos preços de produtos essenciais, como combustível, gás de cozinha e alimentos, somados ao pequeno ajuste do salário mínimo de 2017 para 2018 (1,81%), são fatores que corroboram para o recuo das vendas do comércio varejista em Goiás.
Tabela 1 – Variações (%) do Volume de Vendas do Comércio Varejista Ampliado – Brasil e Goiás – fevereiro 2018 |
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Atividades |
Interanual* |
Acumulado no ano* |
Acumulado 12 meses ** |
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Varejo – Brasil |
1,3 |
2,3 |
2,8 |
||||
Varejo -Goiás |
-9,7 |
-9,4 |
-9,0 |
||||
Combustíveis e lubrificantes |
-16,9 |
-13,2 |
-22,0 |
||||
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo |
-15,6 |
-17,2 |
-13,8 |
||||
Hipermercados e supermercados |
-16,5 |
-18,0 |
-14,0 |
||||
Tecidos, vestuário e calçados |
-14,5 |
-16,0 |
-5,3 |
||||
Móveis e eletrodomésticos |
13,2 |
15,5 |
10,4 |
||||
Móveis |
17,5 |
11,3 |
5,8 |
||||
Eletrodomésticos |
14,5 |
18,2 |
12,9 |
||||
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos |
1,2 |
4,0 |
3,1 |
||||
Livros, jornais, revistas e papelaria |
-10,9 |
-15,1 |
-16,4 |
||||
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação |
6,9 |
7,7 |
-12,9 |
||||
Outros artigos de uso pessoal e doméstico |
6,2 |
5,0 |
-9,8 |
||||
Varejo Ampliado – Brasil |
5,2 |
5,9 |
5,4 |
||||
Varejo Ampliado – Goiás |
-3,0 |
-1,2 |
-7,2 |
||||
Veículos, motocicletas, partes e peças |
16,9 |
24,4 |
-7,3 |
||||
Material de construção |
-3,2 |
-3,6 |
-7,7 |
||||
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2018. |
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Base igual período do ano anterior |
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**Base igual período anterior |
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Tabela 2 – Variações (%) da Receita Nominal do Comércio Varejista Ampliado – Brasil e Goiás – fevereiro 2018 |
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Atividades |
Interanual* |
Acumulado no ano* |
Acumulado 12 meses ** |
||||
Varejo – Brasil |
1,6 |
2,4 |
2,4 |
||||
Varejo -Goiás |
-9,2 |
-9,4 |
-9,2 |
||||
Combustíveis e lubrificantes |
-4,3 |
-1,9 |
-19,2 |
||||
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo |
-18,4 |
-20,1 |
-16,3 |
||||
Hipermercados e supermercados |
-19,1 |
-20,8 |
-16,2 |
||||
Tecidos, vestuário e calçados |
-12,8 |
-13,5 |
-2,2 |
||||
Móveis e eletrodomésticos |
13,2 |
15,0 |
9,5 |
||||
Móveis |
18,2 |
11,6 |
6,1 |
||||
Eletrodomésticos |
13,8 |
17,2 |
10,4 |
||||
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos |
4,5 |
7,3 |
7,1 |
||||
Livros, jornais, revistas e papelaria |
-6,7 |
-11,9 |
-13,3 |
||||
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação |
-1,0 |
-1,7 |
-20,7 |
||||
Outros artigos de uso pessoal e doméstico |
7,5 |
6,2 |
-7,5 |
||||
Varejo Ampliado – Brasil |
5,2 |
5,9 |
4,5 |
||||
Varejo Ampliado – Goiás |
-3,3 |
-2,1 |
-8,0 |
||||
Veículos, motocicletas, partes e peças |
16,0 |
23,1 |
-9,7 |
||||
Material de construção |
-1,5 |
-2,4 |
-9,6 |
||||
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2018. |
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Base igual período do ano anterior |
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**Base igual período anterior |
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Equipe de Conjuntura do IMB:
Welington José de Souza Filho
Jalda Claudino
Dinamar Maria Ferreira Marques
[1]1 – IBGE/COINP em fevereiro os preços do grupamento “combustíveis” ficaram em 15,18% em 12 meses, enquanto o índice geral registrou 4,08%, segundo o IPCA para o município de Goiânia
[2] 2 – Boletim do Banco Central: taxa média de juros à pessoa física sai de 41,4% em fev17 para 33,3% em fev18.