Comércio varejista goiano 13,3% em março


Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE), e analisada pelo Instituto Mauro Borges de Estatística e Estudos Socioeconômicos (IMB), as vendas do comércio varejista goiano continuam em queda, o volume e a receita de vendas do comércio restrito, que exclui os segmentos de veículos e motos, partes e peças e de material de construção, apresentaram recuo de -13,3% e   -14,1%, respectivamente, na comparação com o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais (Tabela 1). Na mesma métrica, os indicadores para o varejo nacional apresentaram recuo de 1,9%, tanto para o volume de vendas, como para a receita nominal.

O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo restrito e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou em março/17 decréscimo nas vendas de 15,5%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios em Goiás foi de 11,0%. Na mesma comparação, o varejo brasileiro recuou 2,7% em março e em 12 meses -7,1%.

Tabela 1 – Brasil e Goiás: Variação do Volume e da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2017

(Com Ajuste Sazonal Base: Mês anterior = 100 – (%)

 

 

Variação Mensal (%)

 

Brasil

Goiás

 

jan/17

fev/17

mar/17

jan/17

fev/17

mar/17

Volume de Vendas

6,0

-1,6

-1,9

0,1

1,7

-13,3

Receita de Vendas

3,6

-0,7

-1,9

0,3

0,7

-14,1

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2017.

               

 

Em março/2017, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume de vendas do comércio goiano restrito, descontada a inflação, apresentou queda de 16,9%, nessa comparação, o desempenho do apurado para o varejo brasileiro também foi de recuo, -4,0%, ficando acima da média 15 unidades da Federação, sendo que dez apresentaram taxas positivas e 17 apresentaram taxas negativas, conforme descrito no Gráfico 1.

 

 

Varejo Goiano Restrito

Em termos de segmentos, a variação no volume de vendas, na comparação mar17/mar16, foi positiva, somente na atividade de Tecidos, vestuário e calçados, com uma taxa de 1,2%, observa-se que houve recuperação nesse segmento, ao registrar taxas positivas pelo mês consecutivo. Com uma dinâmica de vendas associada ao nível de preços e renda da população, os resultados da atividade são influenciados, principalmente, pelo poder de compra do consumidor.

A maior queda foi registrada pelo segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com uma taxa de -35,9%, acumulando nos últimos doze meses -42,1%. Outro segmento com queda acentuada foi Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com sua demanda sensível ao nível de preços, de renda e emprego, o segmento recuou -27,3%, no acumulado dos últimos dozes meses, a taxa foi de -6,6%, abaixo da média do varejo goiano (9,5%).

Em Outros artigos de uso pessoal e doméstico houve recuo de 23,2% no volume de vendas sobre março de 2016, e em termos de desempenho acumulado, os resultados foram de -7,1% no período dos últimos doze meses.

O segmento de Combustíveis e lubrificantes, com -17,6% de variação do volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior exerceu o sexto maior impacto negativo na formação do resultado global. Essa atividade vem apresentando queda desde agosto de 2015, mesmo com os preços desse setor em trajetória declinante. No acumulado dos últimos doze meses, o setor atingiu 12,4% de recuo.

O volume de vendas de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, apresentou queda de -2,0% em relação a março de 2016. O segmento apresenta uma das menores taxas no acumulado dos últimos doze meses (-5,7%), abaixo da média do Estado (-9,5%). Vale destacar que, embora com caráter de uso essencial, esse setor registrou, em março de 2017, a décima segunda taxa negativa consecutiva, mantendo-se em trajetória descendente desde março de 2016, período que inicia os reajustes dos preços do setor. Os preços dos produtos farmacêuticos, segundo o IPCA, em 12 meses subiram 11,1% contra 2,7% do índice geral. A taxa acumulada no trimestre foi de -5,2% e em doze meses foi de -5,7%.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação no volume de vendas de -0,6% sobre março de 2016, terceiro resultado consecutivo negativo. Porém, as taxas acumuladas no ano, e em 12 meses, continuam maiores que a média global para o varejo: -14,3% e -12,3%, respectivamente.

 

Tabela 2 – Brasil e Estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista

 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

 

Segmentos

Variação (%)

 

Brasil

Goiás

 

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

 

No Ano

12       Meses

No    Ano

12       Meses

 

jan/17

fev/17

mar/17

jan/17

fev/17

mar/17

 

Comércio Varejista Geral

-1,2

-3,7

-4,0

-3,0

-5,3

-7,9

-7,1

-16,9

-10,8

-9,5

 

Combustíveis e lubrificantes

-5,9

-8,6

-2,4

-5,6

-8,3

-26,7

-21,6

-17,6

-21,9

-12,4

 

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

0,3

-0,7

-8,6

-3,1

-3,1

0,2

0,5

-27,3

-9,2

-6,6

 

Hipermercados e supermercados

0,8

-0,2

-9,9

-3,2

-3,2

1,5

1,8

-28,7

-8,9

-6,9

 

Tecidos, vestuário e calçados

-0,8

3,6

11,6

4,7

-7,4

-7,6

1,2

1,2

-2,2

-7,7

 

Móveis e eletrodomésticos

3,9

-6,0

10,5

3,0

-7,8

-11,6

-20,1

-0,1

-10,5

-14,4

 

Móveis

-30,1

-25,3

-13,8

-23,6

-14,8

-54,1

-40,9

-19,3

-41,4

-22,6

 

Eletrodomésticos

1,4

-8,4

8,5

0,6

-8,0

7,7

-21,8

-3,7

-6,6

-13,7

 

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

-2,1

-5,1

-1,8

-2,9

-3,4

-4,0

-10,0

-2,0

-5,2

-5,7

 

Livros, jornais, revistas e papelaria

-9,6

-7,0

5,7

-5,0

-13,2

-20,2

-17,3

-0,6

-14,3

-12,3

 

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

-6,7

-14,0

-12,4

-11,2

-10,8

-46,5

-49,6

-35,9

-44,1

-42,1

 

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

-3,1

-7,7

-5,3

-5,3

-7,8

-13,9

-7,9

-23,2

-15,7

-7,1

 

Comércio varejista ampliado geral

0,0

-4,8

-2,7

-2,5

-7,1

-11,1

-12,4

-15,5

-13,0

-11,0

 

Veículos, motocicletas, partes e peças

-3,6

-15,1

-6,1

-8,1

-12,8

-29,1

-29,3

-20,6

-26,2

-15,1

 

Material de construção

4,7

-1,9

9,3

4,2

-6,2

1,5

-7,2

2,5

-0,8

-10,1

 

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio  

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2017     

                                                           

 

 

Em termos de receita nominal, o valor das vendas do comércio varejista goiano apresentou queda de 15,5% em março de 2017, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado dos últimos doze meses, a taxa ficou em -0,8%. Para o Brasil, a comparação mar17/ mar16, a taxa foi de -2,0%, e em doze meses, a taxa está positiva em 3,5%, conforme Tabela 3.

 

Tabela 3 – Brasil e Estado de Goiás: Variação da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista

 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

 

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

No    Ano

12    Meses

 

No    Ano

12       Meses

jan/17

fev/17

mar/17

jan/17

fev/17

mar/17

Comércio Varejista Geral

3,8

-0,1

-2,0

0,6

3,5

-1,9

-2,9

-15,5

-6,9

-0,8

Combustíveis e lubrificantes

-3,8

-8,1

-5,3

-5,7

-1,8

-21,3

-23,5

-22,0

-22,3

-3,8

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

6,5

3,9

-5,6

1,5

7,3

Governo na palma da mão

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