Comércio atacadista puxa a margem de comercialização em Goiás, cresce 37,2%.
A Pesquisa Anual do Comércio (PAC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é a consolidação dos dados referente ao desempenho do segmento formal do comércio brasileiro. A pesquisa é relevante para a compreensão da dinâmica do comércio sob a perspectiva da oferta, uma vez que o setor emprega uma parcela expressiva da população e contribui em grande medida na composição do Produto Interno Bruto – PIB.
O setor comercial abrange os segmentos de: veículos automotores, peças e motocicletas; comércio por atacado e comércio varejista. O segmento atacadista funciona como distribuidor ou intermediário no processo produtivo, revenda a varejistas, estabelecimentos agropecuários, cooperativas e agentes produtores em geral (empresariais e institucionais). É formado por empresas de maior porte. Já o comércio varejista caracteriza-se por um elevado número de estabelecimentos, a maioria de pequeno porte em termos de número de pessoal ocupado, cujas vendas são destinadas ao consumo das famílias. Já o comércio de veículos, peças e motocicletas é composto tanto por empresas atacadistas, como varejistas.
Os resultados da PAC, em 2013, apontaram que no Brasil havia 1.744 mil unidades locais, as quais geraram R$ 2,9 trilhões de receita bruta, com uma margem de comercialização de R$ 604,0 bilhões e ocuparam 10,4 milhões de pessoas. Ao passo que em Goiás, no mesmo ano, havia 55,7 mil unidades locais, com a atividade de revenda de mercadorias, as quais geraram R$ 101,2 bilhões de receita bruta, com uma margem de comercialização de 18,9 bilhões e ocuparam 312,6 mil pessoas (Tabela 1 e 2).
No tocante ao desembolso com salários da atividade comercial brasileira, em 2013, chegou a R$ 168,2 bilhões, contra R$ 148,1 bilhões em 2012, com um aumento nominal de 13,6%. Para o Estado de Goiás, o gasto atingiu R$ 4,7 bilhões e cresceu 11,1%, na passagem de 2012 para 2013, variação abaixo da média nacional, conforme Tabela 3.
Tabela 1 – Empresas comerciais Brasil e Região Centro-Oeste: Número de unidades locais e pessoal ocupado 2012 – 2013
Localidade |
Número de unidades locais com receita de revenda |
Pessoal ocupado em 31/12 em empresas comerciais |
||||||
2012 |
2013 |
2012 |
2013 |
|||||
Unidades |
% |
Unidades |
% |
Pessoas |
% |
Pessoas |
% |
|
Brasil |
1.727.631 |
100,0 |
1.744.402 |
100,0 |
9.993.974 |
100 |
10.431.680 |
100,0 |
Região Centro-Oeste |
138.126 |
8,0 |
129.385 |
7,4 |
827.879 |
8,3 |
845.313 |
8,1 |
Mato Grosso do Sul |
20.899 |
1,2 |
22.702 |
1,3 |
128.851 |
1,3 |
139.149 |
1,3 |
Mato Grosso |
25.971 |
1,5 |
27.446 |
1,6 |
183.136 |
1,8 |
200.827 |
1,9 |
Goiás |
66.025 |
3,8 |
55.682 |
3,2 |
331.329 |
3,3 |
312.593 |
3,0 |
Distrito Federal |
25.231 |
1,5 |
23.555 |
1,4 |
184.563 |
1,8 |
192.744 |
1,8 |
Fonte: IBGE
Elaboração: Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.
Tabela 2 – Empresas comerciais Brasil e Região Centro – Oeste: Receita bruta de revenda e margem de comercialização 2012 – 2013
Localidade |
Receita bruta de revenda de mercadorias |
Margem de comercialização em empresas comerciais |
||||||
2012 |
2013 |
2012 |
2013 |
|||||
Mil Reais |
% |
Mil Reais |
% |
Mil Reais |
% |
Mil Reais |
% |
|
Brasil |
2.620.003.016 |
100,0 |
2.928.850.109 |
100,0 |
527.902.542 |
100,0 |
603.962.632 |
100,0 |
Região Centro-Oeste |
244.791.277 |
9,3 |
288.493.321 |
9,9 |
46.974.165 |
8,9 |
54.273.564 |
9,0 |
Mato Grosso do Sul |
36.437.904 |
1,4 |
42.640.544 |
1,5 |
6.475.369 |
1,2 |
8.392.381 |
1,4 |
Mato Grosso |
66.880.880 |
2,6 |
86.284.911 |
2,9 |
12.311.078 |
2,3 |
14.686.971 |
2,4 |
Goiás |
88.495.981 |
3,4 |
101.152.140 |
3,5 |
16.167.513 |
3,1 |
18.908.446 |
3,1 |
Distrito Federal |
52.976.512 |
2,0 |
58.415.726 |
2,0 |
12.020.205 |
2,3 |
12.285.766 |
2,0 |
Fonte: IBGE
Elaboração: Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.
Tabela 3 – Empresas comerciais Brasil e Região Centro-Oeste: Gastos com Salários 2012 – 2013
Localidade |
Gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais |
|||
2012 |
2013 |
|||
Gasto (Mil Reais) |
% |
Gasto (Mil Reais) |
% |
|
Brasil |
148.135.891 |
100 |
168.249.303 |
100 |
Região Centro-Oeste |
11.570.393 |
7,8 |
13.178.913 |
7,8 |
Mato Grosso do Sul |
1.753.917 |
1,2 |
2.148.700 |
1,3 |
Mato Grosso |
2.687.308 |
1,8 |
3.288.835 |
2,0 |
Goiás |
4.254.073 |
2,9 |
4.725.691 |
2,8 |
Distrito Federal |
2.875.095 |
1,9 |
3.015.687 |
1,8 |
Fonte: IBGE
Elaboração: Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.
PAC Goiás
A Pesquisa Anual de Comércio – PAC tem por objetivo descrever as características estruturais básicas do segmento empresarial do comércio atacadista e varejista no país, bem como o comportamento deste segmento em cada unidade da federação, acompanhando suas transformações no tempo. Integra o âmbito da PAC as empresas que têm a revenda de mercadorias como principal atividade e estão classificadas em comércio. A pesquisa analisou três segmentos de atividades no ano de 2013 em âmbito local: o comércio por atacado, o comércio varejista e o comércio de veículos, peças e motocicletas.
No ano de 2013, o Estado de Goiás no segmento empresarial do comércio atacadista e varejista tinha 55.682 unidades locais e obteve R$ 101,2 bilhões de receita bruta, Tabela 1. Em âmbito nacional, a participação do Estado de Goiás representou 3,2% do quantitativo de unidades locais, já em relação ao Centro-Oeste, o Estado de Goiás tem a maior participação, responde por 43,0% do total de unidades locais.
Os dados comparativos de 2013 e 2012 das empresas comerciais em Goiás apontaram o comércio atacadista como o segmento de maior representatividade no total do comércio. Esse segmento perdeu participação na passagem de 2012 para 2013 no total da margem de comercialização, passando de 54,8%, em 2012, para 49,8% em 2013. Por outro lado, o comércio por atacado aumentou sua participação, passando de 30,7%, em 2012, para 36,0%, em 2013. E o comércio de veículos, peças e motocicletas praticamente ficou estável em termos de margem, era 14,5% em 2012 e passou para 14,1% em 2013.
O segmento varejista goiano em 2013, embora composto por empresas de menor tamanho médio, responde pela maior parte do pessoal ocupado do comércio (216.929 pessoas ou 69,4% do total), devido ao grande número de unidades locais (42.727 unidades ou 76,7% do total). As empresas do ramo atacadista representaram apenas 10,3% das unidades locais (5.741 unidades), enquanto as que atuam no comércio de veículos automotores, peças e motocicletas representaram 13,0% do total das unidades locais (7.214 unidades). Em termos de salários, retiradas e outras remunerações, o comércio varejista responde por R$ 2.798.217 mil ou 59,2% do total pago na atividade comercial. O comércio por atacado responde por 24,5% dos salários, retiradas e outras remunerações do comércio e comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, por 16,2%.
Entre 2012 e 2013, em termos de variação, o Estado de Goiás apresentou queda na taxa de pessoal ocupado de 5,7%, menor que a taxa registrada para o Brasil, que apresentou crescimento de 4,4%. Em termos de representatividade, Goiás participou com 3,0% da mão de obra do país e 37,4% da região Centro-Oeste. E os salários, retiradas e outras remunerações variou nominalmente 11,1%.
Com relação à margem de comercialização, Goiás registrou crescimento de 17,0% e o valor de R$ 18,9 bilhões em 2013. A participação da margem de comercialização goiana na economia nacional foi de 3,1%, enquanto no Centro-Oeste correspondeu a 34,8%.
No segmento de comércio de veículo, peças e motocicletas na passagem de 2012 para 2013 houve acréscimo no número de unidades locais e pessoal ocupado, 16,3% e 2,0%, respectivamente, vide Tabela 5. Em sentido contrário, o comércio por atacado teve variação negativa (-6,9%), em termo de margem de comercialização variou positivamente 37,2%. No comércio varejista, a receita bruta de revenda variou 16,6% e a margem de comercialização 6,4%, enquanto que os gastos com pessoal e número de unidades locais recuaram 9,0% e 20,4% respectivamente.
Em síntese, os resultados da pesquisa anual do comércio na passagem de 2012 para 2013 mostraram que o Estado de Goiás apresentou queda nos dados gerais das empresas comerciais, sendo que a margem de comercialização e a receita bruta de revenda apresentaram os maiores avanços entre as variáveis analisadas. Cabe ressaltar que, o comércio goiano detém a maior participação no Centro-Oeste, especialmente no número de unidades locais, com 43,0% do total da região, emprega 37,0%, atingindo 35,9% dos gastos com pessoal da região e 34,8% de margem de comercialização.
Tabela 4- Estado de Goiás: Dados gerais das empresas comerciais 2012-2013
Divisão de comércio |
Número de unidades locais com receita de revenda (Unidades) |
Pessoal ocupado em 31/12 em empresas comerciais (Pessoas) |
Gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais (Mil Reais) |
Margem de comercialização em empresas comerciais (Mil Reais) |
Receita bruta de revenda de mercadorias (Mil Reais) |
|||||
2012 |
2013 |
2012 |
2013 |
2012 |
2013 |
2012 |
2013 |
2012 |
2013 |
|
Total |
66.025 |
55.682 |
331.329 |
312.593 |
4.254.073 |
4.725.691 |
16.167.513 |
18.908.446 |
88.495.981 |
101.152.140 |
Comércio de veículos, peças e motocicletas |
6.204 |
7.214 |
39.660 |
40.437 |
650.516 |
767.772 |
2.345.700 |
2.669.836 |
13.886.975 |
15.138.048 |
Comércio por atacado |
6.166 |
5.741 |
53.404 |
55.227 |
956.968 |
1.159.702 |
4.967.556 |
6.815.354 |
37.674.960 |
42.934.324 |
Comércio varejista |
53.655 |
42.727 |
238.265 |
216.929 |
2.646.589 |
2.798.217 |
8.854.257 |
9.423.256 |
36.934.046 |
43.079.768 |
Fonte: IBGE
Elaboração: Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.
Tabela 5- Estado de Goiás: Dados gerais das empresas comerciais, variação 2012/2013 (%)
Divisão de comércio |
Número de unidades locais com receita de revenda |
Pessoal ocupado em 31/12 em empresas comerciais |
Gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais |
Margem de comercialização em empresas comerciais |
Receita bruta de revenda de mercadorias |
Total |
-15,7 |
-5,7 |
11,1 |
17,0 |
14,3 |
Comércio de veículos, peças e motocicletas |
16,3 |
2,0 |
18,0 |
13,8 |
9,0 |
Comércio por atacado |
-6,9 |
3,4 |
21,2 |
37,2 |
14,0 |
Comércio varejista |
-20,4 |
-9,0 |
5,7 |
6,4 |
16,6 |
Fonte: IBGE
Elaboração: Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.
Equipe de Conjuntura do IMB:
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Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves