Apesar da crise financeira mundial, Goiás expandiu o número de empresas industriais em 2009 em 516 empresas
O IBGE passa a divulgar uma nova série de dados da PIA-Empresa a partir de 2007, utilizando a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0. A implementação da CNAE 2.0 significa uma nova forma de apresentação da estrutura empresarial brasileira, que difere da apresentada na CNAE 1.0.
Os resultados gerais da pesquisa Industrial Anual Empresa – PIA-Empresa, para Goiás, referente aos anos de 2007 a 2009, descrevem as informações associadas ao total de empresas, pessoal ocupado, média de pessoal por empresa, a receita líquida de vendas, gastos com pessoal e custos e despesas. Na última parte são apresentados valor da transformação industrial – VTI.
Mesmo com a crise financeira mundial, Goiás expandiu o número de empresas industriais, houve uma expansão 723 empresas de 2007 para 2009 sendo 516 empresas de 2008 para 2009. A média de pessoal ocupado por empresa também expandiu, de 32,1 pessoas em 2007, para 33,4 pessoas em 2009. O valor da transformação industrial mesmo com a crise expandiu nominalmente 13% de 2008 para 2009. Porém houve retração na receita líquida, conforme tabela abaixo.
Tabela 1 – Pesquisa Industrial Anual – PIA-Empresa, segundo as variáveis selecionadas
Goiás – 2007-2009
Variáveis selecionadas
|
2007
|
2008
|
2009
|
Número de empresas
|
5.200
|
5.407
|
5.923
|
Pessoal ocupado total
|
166.883
|
183.413
|
197.606
|
Média de pessoal ocupado por empresa
|
32,1
|
33,9
|
33,4
|
Receita líquida de vendas (em mil Reais)
|
35.518.434
|
50.294.642
|
46.995.775
|
Gastos de pessoal (em mil Reais)
|
1.997.995
|
2.542.618
|
3.405.978
|
Total de custos e despesas (em mil Reais)
|
31.662.473
|
41.069.866
|
41.614.379
|
Total de custos das operações industriais (em mil Reais)
|
20.479.057
|
25.584.608
|
24.126.700
|
Valor bruto da produção industrial (em mil Reais)
|
31.966.690
|
39.059.537
|
39.357.897
|
Valor da transformação industrial (em mil Reais)
|
11.487.634
|
13.474.929
|
15.231.197
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria, Pesquisa Industrial Anual – Empresa 2008-2009
O ano de 2009 foi marcado pelos efeitos da crise financeira internacional que atingiu a economia brasileira no último trimestre de 2008 e nos primeiros meses de 2009. Após seis meses de ajustes nos estoques e forte retração nos indicadores de produção física, o cenário que prevaleceu ao longo do ano foi o de reversão das expectativas negativas e dinamismo da atividade industrial em meio ao crescimento das importações e redução nos superávits da balança comercial. A recuperação foi gradual e impulsionada pelo mercado interno, não só por conta do crescimento da massa salarial e do emprego, mas também pelas medidas de política econômica de recuperação do crédito e de desoneração fiscal, que impulsionaram setores com forte encadeamento industrial. O benefício das alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para materiais de construção, bens de capital (máquinas, caminhões e equipamentos) e os produtos de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) impulsionou o consumo das famílias. Entretanto, a recuperação da atividade industrial não foi suficiente para reverter os efeitos negativos do primeiro semestre de 2009 e, no total do ano, os resultados da pesquisa refletiram recuo da atividade industrial, influenciado em grande parte pela combinação do menor volume de vendas com preços mais baixos praticados tanto no mercado interno quanto no externo.
Ao analisar os dados da pesquisa de 2009 em relação a de 2008, verifica-se que o estado com maior concentração industrial, São Paulo, reduziu o número de pessoal ocupado, o número de empresas e o valor da transformação industrial (VTI). Os demais estados com relevância na indústria, principalmente, da região Sudeste e Sul, tiveram aumento no pessoal ocupado e no número de unidades locais. Com referência ao valor da transformação industrial – VTI, diferença entre valor bruto da produção industrial e o custo das operações industriais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás foram os estados que mais ganharam participação.
São Paulo, é o estado que tem maior peso em relação à variável pessoal ocupado no país, em 2009 detinha 35,4% de pessoas ocupadas na atividade industrial, ante 36,3% em 2008, com uma perda de 0,9 ponto percentual. Em termos de unidades locais, em 2008 participava com 32,6% e em 2009 caiu para 31,7%, com perda de 0,87 ponto percentual. No VTI a indústria paulista também ganhou participação, em 2008 representava 37,4%, passando para 37,9% em 2009, com ganho de 0,51 ponto percentual.
O Estado de Goiás obteve ganho de participação em pessoal ocupado, pois, em 2008 eram 183.413 pessoas na atividade industrial, passando para 197.606 em 2009, representando 2,67% do total do pessoal ocupado na indústria brasileira naquele ano. Com referência a unidades locais, em 2008 participava com 2,97% e em 2009 passou para 3,19%, com ganho de 0,22 ponto percentual. Quanto ao VTI, Goiás foi o terceiro estado que mais ganhou participação, em 2008 representava 1,88%, passando para 2,27% em 2009, com um acréscimo de 0,39 ponto percentual.
Tabela 2
Pessoal ocupado e participação no total da indústria geral,
com indicação do Índice de Mudança Estrutural, segundo Unidades da Federação
2008/2009
com indicação do Índice de Mudança Estrutural, segundo Unidades da Federação
2008/2009
Brasil e Unidade da Federação
|
Pessoal ocupado
|
Estrutura (%)
|
Diferença (em pontos percentuais)
|
||
2008
|
2009
|
2008
|
2009
|
2008/2009
|
|
Brasil
|
7.313.360
|
7.397.030
|
100,00
|
100,00
|
0,00
|
Minas Gerais
|
768.701
|
776.089
|
10,51
|
10,49
|
-0,02
|
Rio de Janeiro
|
405.357
|
419.995
|
5,54
|
5,68
|
0,14
|
São Paulo
|
2.652.265
|
2.616.066
|
36,27
|
35,37
|
-0,90
|
Paraná
|
575.939
|
610.731
|
7,88
|
8,26
|
0,38
|
Santa Catarina
|
602.021
|
604.629
|
8,23
|
8,17
|
-0,06
|
Rio Grande do Sul
|
650.618
|
651.904
|
8,90
|
8,81
|
-0,08
|
Rondônia
|
29.458
|
25.399
|
0,40
|
0,34
|
-0,06
|
Acre
|
4.589
|
5.094
|
0,06
|
0,07
|
0,01
|
Amazonas
|
111.282
|
108.298
|
1,52
|
1,46
|
-0,06
|
Roraima
|
1603
|
1.915
|
0,02
|
0,03
|
0,00
|
Pará
|
97.542
|
91.512
|
1,33
|
1,24
|
-0,10
|
Amapá
|
3.922
|
3.844
|
0,05
|
0,05
|
0,00
|
Tocantins
|
10.662
|
10.786
|
0,15
|
0,15
|
0,00
|
Maranhão
|
32.841
|
30.245
|
0,45
|
0,41
|
-0,04
|
Piauí
|
22.813
|
24.550
|
0,31
|
0,33
|
0,02
|
Ceará
|
198.293
|
217.782
|
2,71
|
2,94
|
0,23
|
Rio Grande do Norte
|
75.796
|
74.234
|
1,04
|
1,00
|
-0,03
|
Paraíba
|
64.716
|
64.304
|
0,88
|
0,87
|
-0,02
|
Pernambuco
|
189.822
|
198.691
|
2,60
|
2,69
|
0,09
|
Alagoas
|
102.222
|
102.802
|
1,40
|
1,39
|
-0,01
|
Sergipe
|
36.227
|
41.038
|
0,50
|
0,55
|
0,06
|
Bahia
|
199.158
|
207.028
|
2,72
|
2,80
|
0,08
|
Espírito Santo
|
121.297
|
122.572
|
1,66
|
1,66
|
0,00
|
Mato Grosso do Sul
|
61.528
|
71.734
|
0,84
|
0,97
|
0,13
|
Mato Grosso
|
85.251
|
89.169
|
1,17
|
1,21
|
0,04
|
Goiás
|
183.413
|
197.606
|
2,51
|
2,67
|
0,16
|
Distrito Federal
|
26.022
|
29.008
|
0,36
|
0,39
|
0,04
|
Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Anual
|
|
|
|
Tabela 3
Unidades locais e participação no total da indústria geral,
com indicação do Índice de Mudança Estrutural, segundo Unidades da Federação
2008/2009
Brasil e Unidade da Federação
|
Unidades Locais
|
Estrutura (%)
|
Diferença (em pontos percentuais)
|
||
2008
|
2009
|
2008
|
2009
|
2008/2009
|
|
Brasil
|
182.154
|
185.606
|
100,00
|
100,00
|
0,00
|
Minas Gerais
|
22.456
|
23.000
|
12,33
|
12,39
|
0,06
|
Rio de Janeiro
|
9.801
|
10.432
|
5,38
|
5,62
|
0,24
|
São Paulo
|
59.424
|
58.935
|
32,62
|
31,75
|
-0,87
|
Paraná
|
15.399
|
16.328
|
8,45
|
8,80
|
0,34
|
Santa Catarina
|
16.458
|
16.928
|
9,04
|
9,12
|
0,09
|
Rio Grande do Sul
|
18.120
|
18.314
|
9,95
|
9,87
|
-0,08
|
Rondônia
|
1.164
|
945
|
0,64
|
0,51
|
-0,13
|
Acre
|
213
|
231
|
0,12
|
0,12
|
0,01
|
Amazonas
|
1.080
|
1.066
|
0,59
|
0,57
|
-0,02
|
Roraima
|
97
|
103
|
0,05
|
0,06
|
0,00
|
Pará
|
2.378
|
2.023
|
1,31
|
1,09
|
-0,22
|
Amapá
|
133
|
145
|
0,07
|
0,08
|
0,01
|
Tocantins
|
494
|
490
|
0,27
|
0,26
|
-0,01
|
Maranhão
|
827
|
965
|
0,45
|
0,52
|
0,07
|
Piauí
|
1.003
|
1.020
|
0,55
|
0,55
|
0,00
|
Ceará
|
4.335
|
4.709
|
2,38
|
2,54
|
0,16
|
Rio Grande do Norte
|
1.633
|
1.594
|
0,90
|
0,86
|
-0,04
|
Paraíba
|
1.447
|
1.452
|
0,79
|
0,78
|
-0,01
|
Pernambuco
|
4.554
|
4.839
|
2,50
|
2,61
|
0,11
|
Alagoas
|
724
|
747
|
0,40
|
0,40
|
0,00
|
Sergipe
|
858
|
891
|
0,47
|
0,48
|
0,01
|
Bahia
|
5.095
|
4.870
|
2,80
|
2,62
|
-0,17
|
Espírito Santo
|
4.027
|
4.078
|
2,21
|
2,20
|
-0,01
|
Mato Grosso do Sul
|
1.359
|
1.474
|
0,75
|
0,79
|
0,05
|
Mato Grosso
|
2.555
|
2.919
|
1,40
|
1,57
|
0,17
|
Goiás
|
5.407
|
5.923
|
2,97
|
3,19
|
0,22
|
Distrito Federal
|
1.112
|
1.187
|
0,61
|
0,64
|
0,03
|
Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Anual
Tabela 4
Valor da transformação Industrial e participação no total da indústria geral,
com indicação do Índice de Mudança Estrutural, segundo Unidades da Federação
2007/2008
Brasil e Unidade da Federação
|
Valor da Transformação Industrial (Mil Reais)
|
Estrutura (%)
|
Diferença (em pontos percentuais)
|
|||
2007
|
2008
|
2007
|
2008
|
2007/2008
|
||
Brasil
|
716.098.333
|
671.791.733
|
100,00
|
100,00
|
0,00
|
|
Minas Gerais
|
82.370.894
|
67.628.226
|
11,50
|
10,07
|
-1,44
|
|
Rio de Janeiro
|
75.887.394
|
70.379.795
|
10,60
|
10,48
|
-0,12
|
|
São Paulo
|
267.896.154
|
254.729.643
|
37,41
|
37,92
|
0,51
|
|
Paraná
|
52.540.750
|
48.882.762
|
7,34
|
7,28
|
-0,06
|
|
Santa Catarina
|
31.399.521
|
30.696.673
|
4,38
|
4,57
|
0,18
|
|
Rio Grande do Sul
|
47.078.543
|
48.704.573
|
6,57
|
7,25
|
0,68
|
|
Rondônia
|
1.317.673
|
1.349.550
|
0,18
|
0,20
|
0,02
|
|
Acre
|
147.880
|
189.296
|
0,02
|
0,03
|
0,01
|
|
Amazonas
|
27.202.801
|
25.655.700
|
3,80
|
3,82
|
0,02
|
|
Roraima
|
99358
|
77.492
|
0,01
|
0,01
|
0,00
|
|
Pará
|
14.657.473
|
11.962.721
|
2,05
|
1,78
|
-0,27
|
|