Análise da educação em Goiás segundo a Pnad Contínua – 3º Trimestre de 2017
Trimestralmente, o Instituto Mauro Borges (IMB) examina os dados educacionais divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), aplicada periodicamente pelo IBGE. Nesse estudo são traçados panoramas do analfabetismo e frequência escolar no estado, levando sempre em consideração aspectos como faixa etária, nível de renda e cor. Vale frisar que não são apresentadas informações sobre a educação infantil, uma vez que esses dados não constam na PnadC. Enfim, dando continuidade a essa série de estudos, esse release compila os resultados obtidos desde o início de 2017 até o 3º trimestre desse ano.
Analfabetismo
Considerando toda a população do estado com mais de 14 anos, a taxa de analfabetismo goiana no terceiro trimestre de 2017 era de 5,4%, a menor desse ano (nos 1° e 2° trimestre os índices foram 5,9% e 5,89% respectivamente). Mesmo com essa redução não se dispensa a ampliação de políticas de alfabetização, principalmente para os grupos populacionais com maiores percentuais de iletrados. Para auxiliar na identificação desses grupos, os gráficos seguintes fazem estratificações populacionais por renda e faixa etária.
O Gráfico 1 mostra as percentagens de cada quintil de renda na composição total dos analfabetos. Os quintis de renda separam a população em 5 partes iguais, sendo que o 1º quintil compreende os 20% mais pobres e o 5º quintil os 20% mais ricos. Como é de se esperar, o quintil mais pobre representa a maioria dos analfabetos (54,2%), ao passo que os mais ricos são apenas 1,4% do total. Em relação ao trimestre anterior, a maior alteração na distribuição foi o aumento da participação do 3° quintil, passando de 19,8% no segundo trimestre para 23,6%, no terceiro. Entretanto, é importante frisar que parte dessas alterações, bem como todas as outras aqui apresentadas, podem acontecer por razões metodológicas da Pnad Contínua.
O Gráfico 2, por sua vez, mostra a participação de cada faixa etária no total de analfabetos do estado. De maneira geral, é possível dizer que quanto mais alta a faixa etária, maior a representação no grupo de iletrados. Como prova disso, faz-se a comparação entre os percentuais de jovens e idosos entre os alfabetos: 1,71% e 67,68%, respectivamente. Se por um lado esse resultado aponta uma capacidade cada vez maior de alfabetização de crianças e adolescentes, por outro mostra a necessidade de investimentos em políticas e ações de ensino para maior idade. Em comparação com os trimestres anteriores, é possível notar que há certa oscilação nas participações dos quintis, fato que, como já mencionado, pode estar relacionado a aspectos metodológicos da PnadC.
Encerrando essa seção, o Gráfico 3 exibe o comportamento das taxas de alfabetização da população entre 8 e 24 anos. É visto que, embora tenha se mantido no mesmo patamar nos dois primeiros trimestres (98,47%), a taxa apresentou leve queda nesse último trimestre.
Frequência Escolar
Abrindo essa seção, o Gráfico 4 traz os índices de frequência escolar para crianças e adolescentes em idade escolar. Em relação às crianças com idade entre 6 e 10 anos, há pouca alteração nos percentuais, sendo notado um leve crescimento de um trimestre a outro. O oposto ocorre com a faixa etária de 11 a 14 anos, que vem apresentando uma queda gradual ao longo do ano. Por fim, destacam-se os aumentos nos índices de frequência na faixa dos 15 a 17 anos de idade, os quais evoluíram de 83,8% para 88,45% desde o início de 2017, mudança bem-vinda mas insuficiente, dado que o ideal é a universalização do ensino nessas faixas etárias.
Complementando essa análise, o Gráfico 5 apresenta as taxas de frequência líquida no ensino médio para a população de 15 a 17 anos, idade ideal para essa etapa de ensino. Cabe dizer que o percentual agrega tanto aqueles indivíduos que estão no ensino médio quanto os que declaram já ter concluído essa etapa dos estudos. Avaliando o comportamento da série é perceptível uma tendência de queda ao longo do ano. No primeiro trimestre a frequência líquida era de 71,98%, passando para 70,36% no segundo trimestre e chegando a 65,8%, no terceiro. Parte desse efeito pode ser causado pela evasão escolar que aumenta no segundo semestre do ano letivo e, portanto, requer atenção dos planejadores de políticas públicas.
Ensino Superior
Levando-se em conta toda a população do estado, o percentual de graduados é cerca de 10%, valor que não apresentou variações consideráveis ao longo do ano. Separando por gênero, 12,1% das mulheres goianas possuem Ensino Superior, ao passo que apenas 7,65% dos homens terminaram essa etapa de estudo (dados do 3°trimestre). Além disso, quando se restringe a análise às pessoas com mais de 24 anos, a taxa passa para 15,6%, número que também não mostrou alterações significativas.
Por último, é avaliada a composição de homens e mulheres entre a população graduada e pós-graduada. Como era de se esperar, devido aos dados apresentados anteriormente, as mulheres são maioria entre os graduados e representam cerca de 63% do total, contra 37% dos homens. Movimento contrário ocorre se analisada a população com mestrado e doutorado; ainda que a distribuição seja mais equalizada, os homens são maioria e vêm aumentando sua participação ao longo do ano, saindo de 49,6% no primeiro trimestre para 51,4%, no terceiro.
Responsável Técnica:
Adriana Moura Guimarães
Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais