Análise da educação em Goiás segundo a Pnad Contínua – 4º Trimestre de 2017

Regularmente, o Instituto Mauro Borges (IMB) analisa os dados educacionais divulgados pela Pesquisa Nacional de Amostragem e Domicílios Contínua (PnadC), aplicada trimestralmente pelo IBGE. Nesse estudo, são traçados panoramas da alfabetização e frequência escolar no estado, sempre levando em consideração aspectos como faixa etária, gênero, nível de renda e cor. Contudo, não são abarcadas as informações a respeito da educação infantil, uma vez que esses dados não constam na PnadC. Dando continuidade a essa série de estudos, esse release compila os resultados obtidos pela pesquisa ao longo de todo o ano de 2017.

 

 

 

 

Analfabetismo

 

 

Segundo a PnadC, a taxa de analfabetismo da população goiana com mais de 14 anos no último trimestre de 2017 foi de 6,1%, sendo, portanto, a maior taxa do ano (os índices nos demais trimestres foram: 5,9% no primeiro, 5,9% no segundo e 5,45 no terceiro). Esse resultado mostra a necessidade de ampliação de políticas de alfabetização, principalmente para os grupos populacionais com maiores percentuais de iletrados. Para auxiliar na identificação desses grupos, os gráficos seguintes trazem estratificações populacionais por renda e faixa etária.

 

 

O Gráfico 1 exibe a taxa de participação de cada quintil de renda no total de analfabetos do estado, levando sempre em consideração apenas a população com 15 anos ou mais.  Os quintis de renda separam a população em 5 partes iguais, sendo que o 1º quintil compreende os 20% mais pobres e o 5º quintil os 20% mais ricos. Apesar de existirem variações nos percentuais que cada quintil representa, a ordenação é sempre a mesma. Os 20% mais pobres são a maioria entre os analfabetos (62,3% do total), enquanto que os mais ricos representam menos de 3% dos que não sabem ler nem escrever.

 

 

 
 

 

 

O Gráfico 2, por sua vez, mostra a participação de cada faixa etária no total de analfabetos do estado. Enquanto apenas 1,3% dos analfabetos tem entre 15 e 24 anos, 72,5% deles têm mais de 55 anos. Em comparação com os trimestres anteriores, é possível notar que há certa oscilação nas participações dos quintis, mas suas ordenações permitem dizer que quanto mais alta a faixa etária, maior sua representação no grupo de iletrados. Esse resultado indica a necessidade de programas de alfabetização voltados para as pessoas mais velhas.

 

 

 

 

 

O terceiro e último gráfico dessa seção exibe as taxas de alfabetização da população entre 8 e 14 anos de idade. Os índices se mostraram bastante estáveis ao longo do ano e são relativamente altos, ainda que tenha ocorrido uma leve queda no último semestre do ano.

 

 

 

 

 

Frequência escolar

 

 

O Gráfico 4 exibe as taxas de frequência escolar de cada faixa etária ao longo de 2017.   Vê-se que nos dois grupos mais jovens, o primeiro formado por crianças com idades entre 6 e 10 anos, e o segundo por adolescentes de 11 a 14 anos, existe certa estabilidade nos índices de frequência durante o ano.  Além disso, os percentuais nunca são inferiores a 98,5%, taxa registrada no 3° trimestre para o segundo agrupamento etário, um número elevado, podendo-se falar em universalização do ensino nessas idades. Todavia, o mesmo não ocorre com os jovens de 15 a 17 anos, cuja frequência era de 83,8% no início de 2017, chegando a 88,4% no 3° trimestre e caindo para 86,3% ao final do ano.

 

 

 

 

 

Complementando essa análise, o Gráfico 5 apresenta as taxas de frequência líquida no ensino médio para a população de 15 a 17 anos, idade ideal para essa etapa de ensino.  Cabe dizer que o percentual agrega tanto aqueles indivíduos que estão no ensino médio quanto os que declaram já ter concluído essa etapa dos estudos.  Avaliando o comportamento da série, é perceptível uma tendência de queda ao longo do ano, uma vez que o índice parte de 72% no primeiro trimestre para 58,7% nos últimos 3 meses de 2017. Essa redução pode ser causada pelo abandono escolar, um problema mais recorrente ao final do ano letivo que demanda atenção dos planejadores de políticas públicas.

 

 

 

 

 

Ensino superior

 

 

Essa seção se dedica a avaliar as taxas de frequência do ensino superior no estado.  Dando início a essa análise, o Gráfico 6 contém os percentuais da população com diploma que, levando em consideração todas as faixas etárias, representa 10% dos goianos, valor que não apresentou variações consideráveis ao longo do ano. Separando por gênero, 12,3% das mulheres goianas possuem o ensino superior, ao passo que apenas 7,6% dos homens terminaram essa etapa de estudos (dados do 4° trimestre). Além disso, quando se restringe a análise às pessoas com mais de 24 anos, a taxa passa para 15,8%, número que também não mostrou alterações significativas.

 

 

 

 

 

Por último, é avaliada a composição de homens e mulheres entre a população graduada e pós-graduada. Como era de se esperar, devido aos dados apresentados anteriormente, as mulheres são maioria entre formados os e representam cerca de 63% do total, contra 37% dos homens. Se analisada a população com mestrado e doutorado, nota-se que as mulheres se tornaram maioria apenas no 2° trimestre do ano e vêm aumentando sua participação, tendo atingido o percentual de 57,9% no último trimestre.

 

 

 

 

 

Responsável Técnica:

 

 

Adriana Moura Guimarães

 

 

 

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