A produção goiana de cereais, leguminosas e oleaginosas cresceu 16,09% em 2008


A
produção goiana de cereais, leguminosas e oleaginosas, segundo o Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola – LSPA/IBGE foi de 13.209,8 mil toneladas
na estimativa de dezembro de 2008, apresentando um aumento de 16,09% em relação
ao mesmo período do ano anterior, quando foram produzidas 11.378,5 mil
toneladas. Em termos de área colhida houve incremento de 3,45%, com 3.707,7 mil
hectares, ante 3.584,2 mil hectares em relação ao ano de 2007.

 

Tabela
1

Estado de Goiás: Ãrea plantada e
produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, segundo os principais produtos
-dezembro – 2008

Produtos

Ãrea
colhida (ha)

Quantidade
Produzida (t)

2007

2008

Variação
(%)

2007

2008

Variação
(%)

Algodão
herbáceo (1)

82.800

72.030

-13,01

186.828

180.806

-3,22

Amendoim

1.580

2.590

63,92

3.955

6.389

61,54

Arroz

117.900

100.870

-14,44

248.828

238.946

-3,97

Feijão

124.440

97.610

-21,56

253.668

220.799

-12,96

Girassol

17.510

21.700

23,93

26.994

26.955

-0,14

Milho

832.220

903.470

8,56

4.169.313

5.082.750

21,91

Soja

2.168.440

2.179.880

0,53

5.937.727

6.543.259

10,2

Sorgo

228.850

310.460

35,66

503.183

825.655

64,09

Trigo

10.490

19.100

82,08

48.018

84.290

75,54

Total

3.584.230

3.707.710

3,45

11.378.514

13.209.849

16,09

Fonte:
IBGE – Levantamento Sistemático – LSPA

(1)
A lavoura de algodão foi computada em caroço de algodão, utilizando
fator médio de conversão de 63%.

 

 

Quanto
à produção, os principais produtos que apresentaram expansão na no período
em análise foram: cana-de-açúcar (46,12%), milho (21,91%), soja (10,20%),
sorgo (64,09%), tomate (55,33%) e trigo (75,54%). Apresentaram queda: algodão
herbáceo (-3,22%), arroz (-3,97%), feijão (-12,96%). Entre os produtos
investigados em relação à área colhida, cinco apresentam alta em 2007:
cana-de-açúcar (44,13%), milho em grão (8,56%), soja (0,53%), sorgo (35,66%),
tomate (51,93%) e trigo (82,08%). Com variação negativa, algodão herbáceo em
caroço (-13,01%), arroz em casca (-14,44%), feijão (-21,56%), vide tabela 2.

 

 

Tabela
2

Estado
de Goiás: Ãrea colhida, produção e rendimento médio dos principais produtos
–dezembro de 2008

Produtos

Ãrea
Colhida (ha)

Variação
(%)

Produção
(t)

Variação
(%)

Rendimento
Médio (Kg/ha)

Variação
(%)

dez/07

dez/08

dez/07

dez/08

dez/07

dez/08

Algodão
herbáceo

82.800

72.030

-13,01

296.553

286.994

-3,22

3.582

3.984

11,22

Arroz

117.900

100.870

-14,44

248.828

238.946

-3,97

2.110

2.369

12,27

Cana-de-açúcar

278.000

400.691

44,13

22.387.847

32.713.977

46,12

80.532

81.644

1,38

Feijão

124.440

97.610

-21,56

253.668

220.799

-12,96

5.716

6.561

14,78

Milho

832.220

903.470

8,56

4.169.313

5.082.750

21,91

9.533

10.815

13,45

Soja

2.168.440

2.179.880

0,53

5.937.727

6.543.259

10,2

2.738

3.002

9,64

Sorgo

228.850

310.460

35,66

503.183

825.655

64,09

2.199

2.659

20,92

Tomate

9.820

14.920

51,93

802.030

1.245.820

55,33

81.673

83.500

2,24

Trigo

10.490

19.100

82,08

48.018

84.290

75,54

4.577

4.413

-3,58

Fonte:
IBGE – Levantamento Sistemático – LSPA

 

 

As
estimativas em dezembro de 2008 para a produção de cana-de-açúcar
foi da ordem de 32.714,0 mil toneladas, o que representou um crescimento de
46,12% em relação a
2007. A

área colhida expandiu em 44,13%, resultando em um ganho no rendimento médio
de 1,38%, o incremento no rendimento médio é explicado pela a introdução de
novas variedades e novas tecnologias. A expansão da cana em Goiás é reflexo
dos novos projetos que estão sendo implantados no Estado, com o objetivo de
suprir a demanda pelo combustível de outros países e abastecer o mercado
interno.

 

Milho,
conforme o LSPA/IBGE essa cultura aumentou 21,91% na produção e 8,56% na área
colhida, atingindo 10.815 kg/ha, com variação de 13,45%, resultando em ganho
significativo de produtividade. Contribuiu para o aumento da produção, o
aumento na cotação do grão, em virtude da menor oferta mundial, devido aos
Estados Unidos, maior produtor ter destinado maior parte de sua produção para
transformação em etanol, ou seja, houve redução nos estoques mundiais.

 

Soja,
o incremento na produção de 10,20% é decorrente de ganho de 9,64% no
rendimento médio, uma vez que a área a ser colhida apresentou expansão de
apenas 0,53% com relação ao mesmo período do ano de 2007. Este acréscimo é
creditado, principalmente a melhoria nos preços no mercado internacional.

 

No
caso do sorgo, houve aumento de 64,09% na quantidade produzida e de 35,66% na área
colhida, melhorando a produtividade em 20,92%, ou seja,
2.659 kg

por hectare.  Este acréscimo foi determinado, principalmente, pelo
aumento da demanda das empresas produtoras de ração, dado que o sorgo é um
dos principais insumos na composição de ração animal. Importante ressaltar
que esta cultura substitui o milho, pela sua rusticidade e resistência
prolongada em períodos de estiagem.

 

A
cultura de tomate conforme apurou a pesquisa, apresentou aumento na produção
de 55,33%, aumento na área colhida de 51,93%, e aumentou a produtividade em
2,24%, ou seja, foram colhidas 14,9 mil hectares, ante 9,8 mil hectares no mesmo
período do ano anterior. Na produção passou de 802,0 mil toneladas em
dezembro de 2007, para 1.245,8 mil toneladas em dezembro de 2008.

 

Trigo
em grão, no levantamento de dezembro de
2008, a

produção foi estimada em 84,3 mil toneladas, ante 48,0 mil toneladas no mesmo
período do ano anterior, com um incremento de 75,54%. Em relação à área
colhida também houve crescimento de 82,08%, por outro lado, caiu o rendimento médio
em 3,58%.  A queda na produtividade pode ser creditada a problemas climáticos,
estiagem prolongada, aliados a perda por problemas mecânicos, ou seja, ocorre
muito desperdício na hora da colheita.

 

 

 

 

A
produção de algodão foi de 287,0 mil toneladas, contra 296,5 mil toneladas
obtidas em 2007, redução de 3,22%. O decréscimo na produção ocorreu,
principalmente, pela diminuição da área plantada, em face dos altos custos de
produção, dificuldades de financiamentos e das baixas cotações da pluma.

 

A
pesquisa apontou uma queda para a produção de arroz, de 3,97% e 14,44% na área
colhida, em compensação aumentou 12,27% o rendimento médio. O recuo na produção
é explicado pelos baixos preços praticados no mercado e pela preferência dos
produtores pelo plantio de outras culturas, como soja e cana que tem maior
liquidez e preços mais atrativos.

 

O
feijão registrou decréscimo de 12,96% na produção e 21,56% na área colhida
em relação ao mesmo período do ano anterior. A variação positiva de 14,78%
no rendimento médio deveu se ao aumento na produção de feijão de segunda
safra, por outro lado, houve queda acentuada na produção de 3ª safra, por se
tratar de cultura irrigada. Interessante observar que mesmo tendo queda na produção,
o rendimento médio cresceu significativamente 14,78%.

 

 

 Para
2009 as perspectivas para agricultura goiana dependerá dos reflexos da crise
mundial, que tem provocado queda nos preços das principais commodities,
restringindo o crédito, tornando-o escasso, elevando a cotação do dólar,
conseqüentemente, aumentando os custos de produção do setor agrícola.
Algumas culturas estão recuando, a exemplo, cana-de-açúcar, onde os empresários
estão considerando rever seus investimentos para a próxima safra.  Outro
fato foi a falta de chuva que atrasou o plantio, principalmente das culturas de
verão.

 

 Neste
sentido a crise financeira mundial poderá contribuir decisivamente para o recuo
na produção de grãos em Goiás. Conforme prognostico do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que
prevê uma queda significativa na cultura de soja, milho e algodão, da ordem de
10% para o ano de 2009.

 

Equipe Técnica

Dinamar Maria Marques Ferreira

Lucelena Fátima de Melo

Governo na palma da mão

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