A Pesquisa Anual de Serviços (PAS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traz informações sobre a estrutura de setor de serviços não financeiros e suas principais atividades com abrangência regional. Em 2007 passou a vigorar a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0, com o objetivo de manter a comparabilidade internacional, bem como de dotar o País com uma classificação de atividades econômicas atualizada com as mudanças no sistema produtivo das empresas. A pesquisa também traz informações importantes para os planejamentos público e privado, para a comunidade acadêmica, além do público em geral.

A pesquisa da PAS realiza levantamento de informações econômico-financeiras que subsidia no Sistema de Contas Nacionais e Regionais nas estimativas de valor da produção, consumo intermediário, volume e composição do valor adicionado, excedente operacional, formação de capital e pessoal ocupado.

No caso do Estado de Goiás, a PAS fornece informações das seguintes variáveis: número de empresas, pessoal ocupado, receita bruta de serviços e salários e retiradas – todas com detalhamento das atividades de serviços prestados às famílias, serviços de informações e comunicação, serviços prestados às empresas, transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio, atividades imobiliárias, serviços de manutenção e reparação e outras atividades de serviços.

Em Goiás, no ano de 2013, foram investigadas 32.802 empresas, as quais geraram R$ 27,4 bilhões de receita bruta para o setor de serviços, totalizando 320.510 pessoas ocupadas e R$ 5,0 bilhões de salários, retiradas e outras remunerações. 

1. Número de Empresas

Em 2013, o Estado de Goiás continha 32.802 empresas com atividades de serviços, ante 17.646 em 2007, o que representa aumento de 85,9% no período. O quantitativo de empresas, classificadas em serviços prestados às empresas,representa a maior parcela das empresas prestadoras de serviços, com cerca de 1/3 das empresas prestadoras de serviços não financeiros de Goiás.

No Gráfico 1 é apresentada a participação das empresas do setor de serviços em Goiás. Cabe mencionar a expansão nos serviços prestados às famílias, serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio e serviço de manutenção e reparação, reflexo do desempenho favorável da economia goiana nos últimos anos.

2. Receita bruta de serviços

A receita bruta total do setor de serviços do Estado de Goiás, passou de R$ 24,9 bilhões em 2012, para R$ 27,4 bilhões em 2013, com uma variação nominal de 10,5%. Conforme é apresentado no Gráfico 2, a distribuição da receita bruta, dos segmentos de serviços, mostrou que em 2013 os serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio apresentaram maior grau de concentração entre os segmentos (28,1%), e em pessoal ocupado representa 20,3% do total de PO. Em termos de valor a receita atingiu R$ 7,7 bilhões em 2013, variando 10,7% em comparação ao ano de 2012. Esse avanço da receita bruta de serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio se deu principalmente, em razão, do aumento de 10,5% da receita bruta oriunda do transporte rodoviário – o que se relaciona à atratividade deste setor no estado de Goiás haja vista a sua localização privilegiada no centro-oeste e os recentes investimentos feitos em malha viária, que contribuiu para que em 2013 houvesse crescimento de 4,8% no número de empresas em relação a 2012 nesta categoria. Já os serviços de atividades imobiliárias e de manutenção e reparação representaram as menores distribuições em termos de receita, em 2013, 3,2% e 2,0%, respectivamente.

3. Pessoal ocupado

No ano de 2013, o número de pessoas ocupadas na atividade de serviços não financeiros foi de 320.510 em Goiás. Comparado ao ano de 2007, o número de pessoas ocupadas teve crescimento de 79,4% no período. Assim, como no número de empresas, a atividade de maior participação foram as de serviços prestados às empresas, com 40,5% das pessoas ocupadas.

No Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (CAGED/MTE), entre as atividades econômicas, os serviços foram a principal contribuição no ano de 2013. O incremento no número de empresas contribuiu para a demanda de maior número de pessoal ocupado.

4. Salários e retiradas e outras remunerações

Em relação aos salários e outras remunerações, os serviços prestados às empresas tiveram a maior participação no total de serviços, com 37,5% em 2013, Gráfico 4. Porém, a atividade de serviços prestados às famílias foi a única que apresentou elevação na participação em 2013, comparando com 2012 (17,4%). As demais atividades apresentaram leves recuos de participação nos salários pagos, entre 2012 para 2013.

5. Serviços prestados às famílias

Os serviços prestados às famílias incluem alojamento, alimentação, atividades culturais, recreativas e esportivas, serviços pessoais e atividades de ensino continuado. No Estado de Goiás, a concentração de salários, pessoal ocupado, receita bruta e número de empresas ocorre no setor de alojamento e alimentação, vide Gráfico 5. O potencial turístico do estado impulsionou o dinamismo de alojamento e alimentação, cidade como Goiânia destaca-se como atrativo para o turismo de negócios, além da existência de polos turísticos em outras partes do Estado, tais como o da medicina, hidrotermal e de agronegócio.

6. Serviços prestados às empresas

Nos serviços prestados às empresas, os salários e outras remunerações em Goiás, cresceu 16,5%, no confronto de 2013 com 2012. Os indicadores apresentaram redução no ritmo de crescimento, mesmo com variações positivas em 2013, conforme visualizado na Tabela 1.

Conclusão

No ano de 2013, a receita bruta total do setor de serviços do Estado de Goiás foi de R$ 27,4 bilhões, o que representa uma variação nominal de 10,5% em relação ao ano de 2012. Sabe-se que no biênio 2012-2013 ainda não havia clara manifestação da crise econômica atual. Portanto, pode-se destacar que neste período ainda havia elementos macroeconômicos que contribuíram para o aumento de receita bruta total neste setor, tais como: uma política creditícia que permitia acesso a um expressivo volume de crédito a taxas de juros mais baixas vis-à-vis ao período recente e anos anteriores, manutenção do poder de compra, uma vez que a inflação encontrava-se estável (abaixo do teto da meta de inflação), além da manutenção das políticas sociais de transferência de renda e, sobretudo, o mercado de trabalho aquecido.

Em Goiás, a taxa de crescimento da atividade de serviços foi a maior entre as grandes atividades, além de ter maior peso na estrutura estadual da economia (PIB). A atividade expandiu 3,5%, segundo dados do PIB trimestral de 2013, divulgado pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos. O mercado de trabalho é outro indicador que confirma o bom desempenho da atividade de serviços, que em 2013 apresentou comportamento favorável para a economia goiana. Em Goiás ele representa mais da metade do total do estoque de empregos e tem apresentado bom desempenho, com crescimento de 6,6% em 2013 em comparação com 2012 e chegou a atingir crescimento de 38,2%, em comparação a 2007, segundo dados da RAIS/MTE. Entretanto, em 2014, o mercado sinalizou queda de 0,3%, comparado ao ano de 2013.

Anexos

Equipe Técnica:

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Sérgio Borges Fonseca Júnior