Pesquisa Trimestral do Abate de Animais – dezembro 2017
Abate de bovinos
Conforme a Pesquisa Trimestral de Abate de Animais sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária, o estado de Goiás obteve a terceira maior taxa de crescimento (12,7%) no abate de bovinos em 2017. Os estados Mato Grosso e Mato Grosso do Sul lideraram o ranking, nesta ordem. O crescimento médio nacional, por sua vez, foi de 3,8%. Com esse resultado, percebe-se que está acontecendo uma recuperação no abate em Goiás, interrompendo assim um ciclo de seis quedas mensais consecutivas, quando se observa os dados do terceiro e do quarto trimestre de 2016. A Pesquisa é realizada trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Diferentemente do ano de 2016, em que o abate no estado teve recuo em dez meses e fechou o ano com taxa negativa de 7,8% na comparação com 2015, a alta de 12,7% em 2017 é consequência de crescimento em todos os trimestres, sendo a mais elevada a do 4º trimestre (24,0%). Em termos mensais, houveram apenas duas quedas durante o ano: nos meses de abril (-4,7%) e junho (-2,5%). Entre os meses que apresentaram taxas positivas, as maiores ocorreram nos meses de março (43,5%), novembro (30,1%) e dezembro (23,9%).
Conforme apresentado na Tabela 1 e no Gráfico 1, a pesquisa aponta o crescimento no abate de bovinos em Goiás, mostrando que o setor superou a crise verificada ao longo do ano de 2016, marcada pela redução da demanda por carne bovina no mercado interno e pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Segundo o indicador Esalq/BM&F Bovespa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea, a média dos preços da arroba bovina em 2017 foi de R$ 138,22. No mesmo período do ano anterior o preço médio foi de R$142,62, representando uma queda de 3,09% no comparativo das médias.
A redução nos preços da arroba do boi foi percebida no consumo final. Houve queda nos preços ao consumidor de todos os cortes de carnes, enquanto o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) goiano de 2017 foi de 3,76%, no preço do filé mignon teve deflação de 3,47%, na alcatra, -5,91 %, e na costela, de ‑2,72%. Ademais, no mercado externo as exportações tiveram crescimento; segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, em 2017 as exportações goianas de carne bovina in natura cresceram tanto em volume (4,2%) como em faturamento (10,0%) nos comparativos com o ano de 2016, favorecidas pelo aumento do preço médio internacional da carne bovina.
Tabela 1- Estado de Goiás: Abate de Bovinos – 2015 – 2017 (cabeças) |
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Meses |
2015 (1) |
2016 (2) |
2017 (3) |
Variação (16/15) (%) |
Variação (17/16) (%) |
Janeiro |
273.545 |
229.953 |
234.515 |
-15,9 |
2,0 |
Fevereiro |
228.833 |
226.148 |
236.484 |
-1,2 |
4,6 |
Março |
261.946 |
192.990 |
277.031 |
-26,3 |
43,5 |
1º trimestre |
764.324 |
649.091 |
748.030 |
-15,1 |
15,2 |
Abril |
251.451 |
243.161 |
231.670 |
-3,3 |
-4,7 |
Maio |
259.890 |
266.311 |
285.520 |
2,5 |
7,2 |
Junho |
253.586 |
274.028 |
267.164 |
8,1 |
-2,5 |
2º trimestre |
764.927 |
783.500 |
784.354 |
2,4 |
0,1 |
Julho |
269.151 |
247.576 |
296.441 |
-8,0 |
19,7 |
Agosto |
251.366 |
251.136 |
289.403 |
-0,1 |
15,2 |
Setembro |
259.717 |
243.238 |
259.141 |
-6,3 |
6,5 |
3º trimestre |
780.234 |
741.950 |
844.985 |
-4,9 |
13,9 |
Outubro |
269.959 |
236.714 |
281.958 |
-12,3 |
19,1 |
Novembro |
252.271 |
197.260 |
256.729 |
-21,8 |
30,1 |
Dezembro |
229.224 |
212.948 |
263.749 |
-7,1 |
23,9 |
4º trimestre |
751.454 |
646.922 |
802.436 |
-13,9 |
24,0 |
Total |
3.060.939 |
2.821.463 |
3.179.805 |
-7,8 |
12,7 |
Fonte: IBGE – Pesquisa Trimestral do Abate de Animais Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2018. |
No Gráfico 2 é apresentada a participação de cada Unidade da Federação no total de abates de bovinos em nível nacional, nos anos de 2016 e 2017. Os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo lideraram em ambos os anos. Em Mato Grosso houve um aumento na participação do abate total, que era de 15,4% em 2016 e passou a ser 15,6% em 2017. Ademais, o estado de Mato Grosso do Sul manteve sua taxa (11,1%), enquanto Goiás teve o maior aumento na série entre as UFs, com incremento de 0,8 pontos percentuais, saindo de 9,5% em 2016 para 10,3% em 2017. Por outro lado, a maior retração do abate foi registrada no Pará, que reduziu 0,6 pontos percentuais, saindo de 9,2% para 8,6%. Desta forma, o Pará, que em 2016 era o quinto no país em participação, passou a sexto, sendo ultrapassado por Minas Gerais, que deu um salto de 8,3% para 9,0% de 2016 para 2017.
Por outro lado, dentre os estados com menor participação no abate nacional, o único que variou foi o estado da Paraíba, que teve uma leve retração de 0,1 ponto percentual (de 0,3% para 0,2%) de 2017 frente a 2016. Além da Paraíba, os estados que apresentaram menores taxas foram: Sergipe (0,3%), Rio Grande do Norte (0,3%) e Roraima (0,2%).
Exportações
O comportamento das exportações reflete, de certa forma, as tendências do abate de cada segmento. Em 2017 as exportações goianas de carne bovina chegaram a 192.252.013 Kg frente a 185.022.533 Kg em 2016, o que representa uma taxa de crescimento de 3,9%. No total, Goiás exporta carnes bovinas para 82 países, sendo a Rússia o principal destino (20,84%). Segue abaixo o ranking dos maiores importadores de carnes bovinas goianas.
Abate de suínos
Diferente do abate de bovinos, para o abate de suínos o ano de 2017 fechou com queda de 3,8%. Em bases mensais, foram nove recuos, exceto nos meses de fevereiro (0,6%), março (10,6%) e maio (5,8%). Por outro lado, os meses de menores valores registrados foram: dezembro (-12,8%), setembro (-11,8%) e junho (-9,9%).
Em se tratando dos trimestres, comparados ao trimestre anterior, nota-se quedas nos três últimos de 2017, com taxas respectivas de -2,9%; -7,1%; -7,3%. O primeiro trimestre foi o único que apresentou crescimento, 2,3%. Desta forma, a retração do ano de 2017 foi de 3,8%.
Segundo dados da Secex, em 2017 em comparação a 2016, as exportações goianas de carne de suíno registraram quedas no volume in natura e no faturamento de -26,0% e -12,1%, respectivamente. A queda dos preços internacionais acentuou as variações negativas dos faturamentos entre os períodos em comparação.
A Tabela 2 e o Gráfico 4, mostram as variações do abate de suínos no estado. Já o Gráfico 5 compara as variações dos abates de bovinos e suínos.
Tabela 2 – Estado de Goiás- Número/Variação de suínos abatidos – 2015 – 2017 |
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Meses |
2015 |
2016 |
2017 |
Variação (16/15) (%) |
Variação (17/16) (%) |
Janeiro |
134.264 |
157.061 |
149.975 |
17,0 |
-4,5 |
Fevereiro |
138.057 |
137.309 |
138.164 |
-0,5 |
0,6 |
Março |
149.743 |
155.365 |
171.816 |
3,8 |
10,6 |
1º trimestre |
422.064 |
449.735 |
459.955 |
6,6 |
2,3 |
Abril |
149.400 |
146.569 |
140.138 |
-1,9 |
-4,4 |
Maio |
117.475 |
148.629 |
157.176 |
26,5 |
5,8 |
Junho |
154.805 |
152.910 |
137.824 |
-1,2 |
-9,9 |
2º trimestre |
421.680 |
448.108 |
435.138 |
6,3 |
-2,9 |
Julho |
162.946 |
152.389 |
148.005 |
-6,5 |
-2,9 |
Agosto |
148.683 |
159.859 |
148.065 |
7,5 |
-7,4 |
Setembro |
145.409 |
148.523 |
132.035 |
2,1 |
-11,1 |
3º trimestre |
457.038 |
460.771 |
428.105 |
0,8 |
-7,1 |
Outubro |
159.387 |
155.994 |
151.923 |
-2,1 |
-2,6 |
Novembro |
144.007 |
153.444 |
143.986 |
6,6 |
-6,2 |
Dezembro |
161.486 |
162.625 |
141.796 |
0,7 |
-12,8 |
4º trimestre |
464.880 |
472.063 |
437.705 |
1,5 |
-7,3 |
Total |
1.765.662 |
1.830.677 |
1.760.903 |
3,7 |
-3,8 |
Fonte: IBGE – Pesquisa Trimestral do Abate de Animais Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2018. |
Com referência às exportações de carnes suínas, o resultado de 2017 frente a 2016 não foi favorável. Houve queda de 26,0% no peso das exportações, que em 2016 foi de 46.091.678 Kg e em 2017 34.113.204 Kg. Rússia, assim como nas exportações de carne bovina, é o maior importador de carnes suínas do estado de Goiás, seguido por Angola e Hong Kong. Esses três destinos totalizam 89,1% das vendas de carne suína de Goiás para o exterior, como mostra o Gráfico 6.
Assim como o abate de bovinos, o de aves apresentou resultado positivo no estado de Goiás no quarto trimestre e no fechamento do ano de 2017. Em todo o ano, houveram apenas quatro registros mensais negativos: janeiro (-9,0%), fevereiro (-7,1%), março (-1,4%) e junho (-0,5%). Por outro lado, os meses que apresentaram as melhores taxas foram: maio (25,7%), outubro (14,7%), setembro e novembro (ambos com 14,5%).
A única variação trimestral negativa no ano de 2017 no abatimento de aves foi registrada no primeiro trimestre, com uma taxa de -5,8%. Contudo, no restante do ano o setor apresentou taxas positivas significativas, com crescimentos de 9,8% no primeiro, 7,4% no segundo e 13,2% no terceiro.
Em se tratando de números de abatimentos, observa-se os seguintes registros de cabeças abatidas: 94.957.230; 93.997.755; 95.083.346; 94.563.781 do primeiro ao quarto semestre, respectivamente. O total de abates de aves no ano foi de 378.602.112, o que representa para o estado mais de 20,20 milhões de cabeças, um crescimento de 5,6% frente a 2016.
Tabela 3 – Estado de Goiás – Número de cabeças /variação de aves abatidas – 2015 – 2017 (%) |
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Meses |
2015 |
2016 |
2017 |
Variação (16/15) |
Variação (17/16) |
Janeiro |
29.575.435 |
34.150.206 |
31.076.547 |
15,5 |
-9,0 |
Fevereiro |
27.082.792 |
31.520.145 |
29.280.051 |
16,4 |
-7,1 |
Março |
30.903.948 |
35.108.210 |
34.600.632 |
13,6 |
-1,4 |
1º trimestre |
87.562.175 |