Desocupação em Goiás diminui no segundo trimestre de 2017


 

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação  em Goiás foi estimada em 11,0%, no período de abril a junho de 2017, uma redução de 1,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Essa redução significa 49 mil pessoas a menos na fila de espera por uma vaga de trabalho, perfazendo um total de 400 mil desempregados no estado. Apesar da desocupação em Goiás continuar alta e longe dos níveis registrados no ano de 2014, representa a oitava menor taxa entre as Unidades da Federação e 2,0 pontos percentuais abaixo da média nacional (Gráficos 1 e 2).
 

Em relação ao trimestre anterior, a força de trabalho  aumentou em cerca de 89 mil pessoas enquanto o total de pessoas em idade de trabalhar (PIT) cresceu em 37 mil, então, cerca de 51 mil pessoas, que estavam fora da força de trabalho, passaram a procurar emprego. Entretanto, o numero de empregos gerados no período foi suficiente para absorver o aumento na PIT, reduzir o número de desocupados em 49 mil pessoas e, além disso, empregar as pessoas que passaram a procurar emprego, acrescentando um total de 138 mil pessoas no número de ocupados.
 

A população ocupada, que era de 3,09 milhões no último trimestre de 2016, cresceu 2,84% de janeiro e junho de 2017, isso significa dizer que cerca de 89 mil pessoas ganharam emprego nesse ano. Contudo, o número de desocupados também aumentou de 396 para 400 mil pessoas. Esse fato pode ser explicado pelo crescimento da PIT (+62 mil) e devido ao grande número de pessoas que estavam fora da força de trabalho e passaram a procurar emprego, ao todo foram 32 mil pessoas. Apesar disso, o mercado conseguiu absorver 95% do incremento na força de trabalho, reduzindo a taxa de desocupação em 0,2 ponto percentual em 2017.

 

 

A taxa de desocupação na capital foi estimada em 8,1%, que representa aproximadamente 68 mil pessoas, 17% do total de desocupados do estado. Nesse trimestre, a capital goiana registrou a segunda menor taxa de desocupação dentre as capitais estaduais, com uma queda de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. A taxa de desocupação de Goiânia é maior apenas que a de Florianópolis (7,6%).

Na região metropolitana de Goiânia, que representa 38% da força de trabalho do estado, a taxa de desocupação ficou em 9,8%. Ao todo são 138 mil desocupados na Grande Goiânia, 34,5% do total de desocupados em Goiás (Gráfico 02). Assim, 65,5% da população desocupada do estado encontram-se no interior.

A força de trabalho ocupada em Goiás teve aumento de 2,84% em 2017, O nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar – PIT) subiu de 56,9% para 59,0% no segundo trimestre de 2017, uma elevação de 2,1 pontos percentuais. Em relação ao último período de 2016, entretanto, esse aumento foi de apenas 1,0 ponto percentual. Para os trabalhadores do sexo masculino não houve alteração, em relação a dezembro de 2016, o nível de ocupação permaneceu em 69,5%. Contudo, para os trabalhadores do sexo feminino, o nível de ocupação subiu 1,9 ponto percentual em 2017, indo de 47,1 para 49% (Quadro 02).

A melhora no mercado de trabalho, com o recuo da taxa de desemprego no segundo trimestre do ano, foi causada principalmente pelo aumento da informalidade. Segundo dados da Pnad contínua, o número de empregados sem carteira no setor privado, incluindo trabalhadores domésticos, estimado em 682 mil, subiu 8,1% em relação ao trimestre anterior. Esse aumento representou 77% das 66 mil pessoas que conseguiram emprego no setor privado em Goiás (Tabela 01).

Vale salientar que esse aumento no número de empregados sem carteira ocorreu também no setor público, com a contratação de 23 mil pessoas, variação de 29,1%, exclusive militar e funcionário público estatutário. Apesar disso, o número total de empregados no setor público cresceu apenas 4,3% (17 mil pessoas), em relação ao primeiro trimestre de 2017, pois houve redução de 12,8% no número de empregados com carteira e de 1,0% no número de militares e estatutários (Tabela 01).

Do ponto de vista do vínculo empregatício, posição na ocupação no trabalho principal, também cresceu os números de ocupados como Empregador, Conta própria e Trabalhador auxiliar, em relação ao primeiro trimestre de 2017, elevação de 16,7%, 4,7% e de 31%, respectivamente. Isso representa 27 mil pessoas a mais como empregadoras e 36 mil a mais trabalhando por conta própria. É importante observar que essas duas categorias de trabalhadores, alem dos empregados no serviço público, foram as únicas em que cresceu o número de pessoas ocupadas, em relação ao último trimestre de 2016, somadas (Empregadores e Conta própria) empregaram aproximadamente 103 mil pessoas nesse ano (Tabela 01).

Das 3,2 milhões de pessoas ocupadas em Goiás, no segundo trimestre de 2017, a maior parcela (55,3%) eram empregadas no setor privado (incluindo trabalhador doméstico), pessoas que trabalhavam para um empregador, geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração (Tabela 01).

 

Tabela 01: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, por posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal (mil pessoas)

Posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal

Número de Pessoas ocupadas 2º trimestre 2017

Variação no número de pessoas ocupadas

Representação

2º trimestre de 2017

1º e 2º trimestre de 2017

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico

1.544

49

-16

47,85%

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico – com carteira de trabalho assinada.

1.134

21

-6

35,14%

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico – sem carteira de trabalho assinada.

410

27

-10

12,71%

Trabalhador doméstico

243

-1

-10

7,53%

Trabalhador doméstico – com carteira de trabalho assinada

73

-3

-8

2,26%

Trabalhador doméstico – sem carteira de trabalho assinada

170

1

-2

5,27%

Empregado no setor público

414

17

17

12,83%

Empregado no setor público, exclusive militar e funcionário público estatutário – com carteira de trabalho assinada.

21

-3

1

0,65%

Empregado no setor público, exclusive militar e funcionário público estatutário – sem carteira de trabalho assinada.

102

23

13

3,16%

Empregado no setor público – militar e funcionário público estatutário

291

-3

2

9,02%

Empregador

189

27

51

5,86%

Conta própria

799

36

52

24,76%

Trabalhador familiar auxiliar

38

9

-3

1,18%

Total

3.227

138

89

100,00%

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

Apenas dois grupamentos de atividades tiveram reduções no número pessoas ocupadas, em relação ao primeiro período de 2017. Em termos positivos destacaram-se a Administração pública, o Comércio e a Indústria (Gráfico 03). Em relação aos grupamentos ocupacionais, ocorreu a mesma coisa, dois deles tiveram redução no número de ocupados. Nesse caso, o destaque positivo foi para trabalhadores qualificados (Gráfico 04).

Na análise dos indicadores por faixa etária observou-se que a taxa de desocupação para as pessoas de 14 a 17 anos de idade, que vinha crescendo durante o ano de 2016, aumentou ainda mais no segundo trimestre de 2017, 6,4 pontos percentuais a mais que a do último trimestre de 2016. Em termos absolutos significou 7 mil pessoas a mais nessa faixa etária a procura de emprego, perfazendo um total de 53 mil desocupados. Além disso, o nível de ocupação nessa faixa de idade foi o único que caiu, variação -1,0 ponto percentual (Tabela 02).

Fato semelhante ocorre com a faixa etária de 18 a 24 anos, houve redução no número de ocupados e no total de pessoas nessa faixa etária, contudo, nesse caso, o nível de ocupação aumentou (0,9 ponto percentual) e o de desocupados diminuiu (-5,97%), em relação ao último trimestre de 2016.  Além dessa faixa etária, apenas o grupo de pessoas de 25 a 39 teve redução no número de desocupados (-4,58%).

Outro grupo de idade que merece destaque é o de 60 anos ou mais, que representa 16% da PIT. O número de desocupados nessa faixa etária dobrou, perfazendo um total de 9 mil pessoas a procura de emprego. Além do mais, o número de pessoas com 60 anos ou mais aumentou 4,78% nesse ano. Apesar disso, é interessante observar que o número de ocupados aumentou bastante (+11,56%), o suficiente para elevar o nível de ocupação em 1,6 ponto percentual, indicando que o mercado absorveu boa parte da força de trabalho nessa faixa de idade.

Tabela 02: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, ocupadas, desocupadas, e respectivas taxas e níveis, por grupo de idade.

Grupo de idade

Total de pessoas de 14 anos ou mais – 2º trim 2017

Pessoas ocupadas

Pessoas desocupadas

Nível de ocupação

Taxa de desocupação

Mil pessoas

Variação Anual

Distribuição

Mil pessoas

Variação Anual

Mil pessoas

Variação Anual

4º trim 2016

2º trim 2017

4º trim 2016

2º Trim 2017

14 a 17 anos

436

-2,46%

7,97%

64

-8,57%

53

15,22%

15,6%

14,6%

39,6%

45,5%

18 a 24 anos

742

-3,64%

13,56%

432

-2,04%

126

-5,97%

57,2%

58,1%

23,3%

22,6%

25 a 39 anos

1.609

1,19%

29,41%

1.247

3,40%

125

-4,58%

75,8%

77,5%

9,8%

9,1%

40 a 59 anos

1.785

2,35%

32,63%

1.262

3,19%

86

8,86%

70,1%

70,7%

6,0%

6,4%

60 anos ou mais

898

4,78%

16,41%

222

11,56%

9

50,00%

23,2%

24,8%

3,0%

4,0%

Total

5.471

1,15%

100%

3.227

2,84%

400

1,01%

58,0%

59,0%

11,2%

11,0%

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.


Os dados por nível de instrução mostram que apenas um grupo teve redução no número de pessoas ocupadas, em relação ao último trimestre de 2016, o Fundamental ou equivalente incompleto, com queda de 46,98%. Entretanto, a taxa de desocupação desse nível de instrução teve uma elevação muito pequena (+0,2%), que pode ser explicada pela redução drástica no número de pessoas que se enquadram nesse grupo (-31,6%).

O nível Superior ou equivalente completo teve a maior variação positiva no número de pessoas ocupadas, 22,41%, entretanto o número de desocupados subiu 12,5%, em parte explicado pelo aumento no número de pessoas com nível superior completo. Apesar disso, o nível de ocupação subiu 1,8 ponto percentual, enquanto que a taxa de desocupação caiu 0,6 ponto. Isso significa que parte desse aumento, no número de pessoas com nível superior, ficou fora da força de trabalho, ou seja, não estão procurando emprego (Tabela 03).

Tabela 03: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, desocupadas e respectivas taxas e níveis, por níveis de instrução.

Nível de Instrução

Total de pessoas de 14 anos ou mais

 Pessoas ocupadas

Pessoas desocupadas

Nível de ocupação

Taxa de desocupação

Mil pessoas

Variação anual

Mil pessoas

Variação anual

Mil pessoas

Variação anual

4º trim 2016

2º trim 2017

4º trim 2016

2º trim 2017

Sem instrução e menos de 1 ano de estudo

424

1,15%

123

2,84%

15

1,01%

37,4

29,0

11,6

10,9

Fundamental ou equivalente incompleto

1.667

-31,61%

821

-46,98%

110

-50,00%

47,3

49,3

11,6

11,8

Fundamental ou equivalente completo

499

10,18%

285

14,83%

42

17,02%

55,1

57,1

13,7

12,9

Médio ou equivalente incompleto

478

-3,67%

245

0,00%

63

-6,67%

51,1

51,3

20,4

20,4

Médio ou equivalente completo

1.400

7,42%

974

7,46%

110

8,62%

70,8

69,6

10,2

10,2

Superior ou equivalente incompleto

307

3,17%

213

1,46%

27

0,92%

64,0

69,3

12,2

11,4

Superior ou equivalente completo

696

12,87%

566

22,41%

32

12,50%

79,5

81,3

6,0

5,4

Total

5.471

1,75%

3.227

4,24%

400

-8,57%

58,0

59,0

11,2

11,0

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contí

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