Indústria goiana recua 2,9% em agosto


 

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE), a indústria goiana (transformação e extrativa mineral) voltou a apresentar queda, -2,9% na comparação de agosto/16 com julho/16, – série com ajuste sazonal. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional apresentou queda de 3,8%. No ranking nacional, o destaque positivo foi para o estado da Bahia, com variação de 10,4%, e a queda mais acentuada ocorreu no Paraná (-8,0%), apresentados na Tabela 1.

Na comparação sem ajuste, agosto16/agosto15, a queda da indústria goiana foi mais acentuada -7,5%, em um cenário desfavorável em que apenas duas unidades da Federação apresentaram taxas positivas (Tabela 1).  Nesse confronto, o estado do Pará apresentou a maior taxa, 17,0%, impulsionado pelo setor extrativo, (extração de minérios de ferro em bruto ou beneficiado) dos ramos de metalurgia e de produtos alimentícios; e a maior queda ocorreu no Espírito Santo (-23,9%), reflexo do recuo na produção da indústria extrativa mineral (minério de ferro pelotizado), e pelo décimo mês seguido este setor prossegue com os efeitos negativos do rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Mariana (MG). Ainda para o Espírito Santo, foram observadas contribuições negativas nos setores de produtos minerais não metálicos e de produtos alimentícios. Nessa comparação, verificou-se ainda que o estado de Santa Catarina apresentou taxa positiva no índice geral, nos demais estados pesquisados o indicador recuou.

De modo geral, observa-se que entre as 14 localidades pesquisadas, a produção industrial apresentou redução significativa no mês de ago/16 nos principais centros manufatureiros do país, e apenas duas apresentaram indicador positivo.

Em termos de atividades, os segmentos ligados à indústria automobilística apresentaram os maiores recuos, com destaque para Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraná. Na produção de metal, exceto máquinas e equipamentos, houve recuperação em vários estados, pois apenas cinco apresentaram queda neste setor, na comparação agosto16/agosto15. Destaca-se ainda que, na fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis apenas os estados do Amazonas, Ceará e Rio Grande do Sul apresentaram variações positivas, na mesma base de comparação.

 

 

Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais – Agosto de 2016

Locais

Variação (%)

Com Ajuste Sazonal

Sem Ajuste Sazonal

Ago16/Jul16

Ago16/Ago15

Acumulado no ano

Acumulado nos últimos 12 meses

Brasil

-3,8

-5,2

-8,2

-9,3

Nordeste

0,8

-3,7

-3,7

-4,0

Amazonas

-5,7

-7,3

-14,0

-16,6

Pará

1,2

17,0

11,1

8,1

Ceará

-2,4

-2,3

-4,7

-7,2

Pernambuco

-2,7

-1,8

-14,0

-11,1

Bahia

10,4

-11,3

-4,3

-6,0

Minas Gerais

-2,8

-5,6

-7,6

-8,3

Espírito Santo

-6,4

-23,9

-22,6

-18,6

Rio de Janeiro

-1,3

-4,5

-7,3

-8,7

São Paulo

-5,4

-3,4

-7,0

-9,2

Paraná

-8,0

-3,5

-6,6

-8,5

Santa Catarina

-0,2

1,8

-4,7

-6,7

Rio Grande do Sul

-0,2

-1,4

-5,2

-8,8

Mato Grosso

-6,4

7,3

7,4

Goiás

-2,9

-7,5

-6,9

-5,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016.

 

Os resultados mensais para a indústria goiana foram superiores à média nacional, exceto para nos meses de mar/16 e jul/16. Em ago/16 o recuo na indústria goiana foi de 7,5%, inferior ao registrado em jul/16. Os setores que mais contribuíram para recuo foram: fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis e de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos. (Gráfico 1)

 

 

 

 

 

No âmbito setorial, comparação de ago/16 com ago/15, observa-se pela Tabela 2, que na indústria de transformação, dois setores apresentaram variação positiva: fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,0%), impulsionada pela maior produção de medicamentos, e de metalurgia, com crescimento de 17,5%, devido a maior produção de ouro, ferroníquel e ferronióbio.

O setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias voltou a recuar (-35,3%), sendo a maior entre as atividades pesquisadas. Na fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, o recuo foi de 15,5%, devido à queda na produção de álcool etílico e biodiesel; na fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, o recuo foi de 14,4%, devido à queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos, esquadrias de ferro, aço e alumínio e estruturas de ferro e aço. O recuo de 14,9% na produção de minerais não metálicos foi puxado pela menor fabricação de cimento portland, elementos pré-fabricados para construção civil de cimento ou concreto e telhas de cerâmica. A indústria extrativa apresentou queda de 3,5% pela retração na produção de fosfatos de cálcio naturais, minérios de cobre e pedras britadas.

 

Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior)

Atividades de Indústria

Variação Percentual (%)

Ago16 /

Ago15

Acumulado

no ano

Acumulado

em 12 meses

Brasil

Goiás

Brasil

Goiás

Brasil

Goiás

Indústria geral

-5,2

-7,5

-8,2

-6,9

-9,3

-5,7

Indústrias extrativas

-11,7

-3,5

-13,1

-14,7

-10,3

-11,7

Indústrias de transformação

-4,2

-7,8

-7,4

-6,5

-9,2

-5,3

Fabricação de produtos alimentícios

-2,9

-2,3

1,7

-0,2

1,3

0,4

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

-12,5

-15,5

-7,5

-6,3

-7,4

3,1

Fabricação de outros produtos químicos

1,8

-1,4

-1,9

10,5

-4,1

6,1

Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos

0,1

3,0

-0,2

-9,2

-2,9

-10,0

Fabricação de produtos de minerais não metálicos

-11,0

-14,9

-11,5

-10,7

-11,8

-10,2

Metalurgia

-0,9

17,5

-9,1

3,1

-10,0

3,0

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos.

-0,6

-14,4

-11,8

-35,5

-13,5

-31,5

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.

-9,0

-35,3

-18,8

-44,5

-25,1

-50,6

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016.

 

 

As principais influências negativas, no resultado da indústria goiana, vieram de Veículos, Alimentos e fabricação de etanol, segmentos de maior peso na composição do índice geral. Por outro lado, os segmentos de metalurgia e de medicamentos ajudaram a amortecer a queda no índice geral.

As expectativas para os próximos meses para a produção industrial são animadoras, a confiança de empresários continua numa trajetória menos pessimista, nessa medida, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) sinaliza a confiança dos empresários, alcançou 51,5 pontos na passagem de julho para agosto, subiu 4,2 pontos percentuais.

 

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Governo na palma da mão

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