Indústria goiana se mantém estável em julho


 

A produção industrial aponta estabilidade (0,0%) para a indústria goiana, na passagem de junho para julho, – série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional apresentou alta de 0,1%. No ranking nacional, o destaque positivo foi para o estado de Pernambuco, com variação de 3,9%, e a queda mais acentuada ocorreu na Bahia (-11,2%), apresentado na Tabela 1.

 

Na comparação sem ajuste, julho16/julho15, a indústria goiana apresentou queda de 6,9%, em um cenário desfavorável em que apenas duas unidades da Federação apresentaram taxas positivas (Tabela 1). O estado do Pará apresentou a maior taxa, 9,9%, impulsionado pelo setor extrativo, (extração de minérios de ferro em bruto ou beneficiado) dos ramos de metalurgia, papel e celulose; e a maior queda ocorreu no Espírito Santo (-21,2%), reflexo do recuo na produção da indústria extrativa mineral (minério de ferro pelotizado), efeitos negativos do rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Mariana (MG). Nessa comparação, verificou-se que os estados do Pará e Mato Grosso apresentaram taxas positivas no índice geral, nos demais estados pesquisados o indicador recuou.

De modo geral, a produção industrial, nos principais centros manufatureiros do país, apresentou redução significativa no mês de jul/16, entre as 14 localidades em que é realizada a pesquisa, apenas duas apresentaram indicador positivo.

Em termos de atividades, os segmentos ligados à indústria automobilística apresentaram os maiores recuos, com destaque para Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Com exceção das indústrias do Amazonas e de Pernambuco, houve queda acentuada na produção de metal, exceto máquinas e equipamentos em todas as regiões produtoras, na comparação julho16/julho15.

 

 

Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais – Julho de 2016

Locais

Variação (%)

Com Ajuste Sazonal

Sem Ajuste Sazonal

Jul16/Jun16

Jul16/Jul15

Acumulado no ano

Acumulado nos últimos 12 meses

Brasil

0,1

-6,6

-8,7

-9,6

Nordeste

-2,1

-8,0

-3,8

-3,6

Amazonas

0,0

-4,4

-15,0

-17,1

Pará

-2,0

9,9

10,2

6,2

Ceará

0,4

-2,0

-5,1

-7,9

Pernambuco

3,9

-3,6

-15,7

-11,3

Bahia

-11,2

-19,3

-3,2

-4,7

Minas Gerais

1,1

-4,4

-8,0

-8,2

Espírito Santo

2,3

-21,2

-22,4

-16,4

Rio de Janeiro

-2,3

-5,0

-7,7

-8,7

São Paulo

1,6

-1,9

-7,6

-10,1

Paraná

2,6

-0,1

-6,9

-9,1

Santa Catarina

-3,1

-5,5

-5,9

-7,6

Rio Grande do Sul

-2,8

-11,9

-5,7

-9,9

Mato Grosso

3,0

10,0

9,0

Goiás

0,0

-6,9

-7,0

-4,8

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016.

 

Os resultados mensais da indústria (Gráfico 1) apresenta para Goiás, exceção de mar16, resultados superiores à média nacional. Em de julho/16 o recuo na indústria goiana foi de 6,9%, superior ao registrado em jun/16. Os setores que mais contribuíram para o resultado foram: a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, de outros produtos químicos e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos.

 

 

 

 

 

Na esfera setorial, comparação de jul/16 com jul/15, observa-se pela Tabela 2 que na indústria de transformação, o único setor que apresentou variação positiva foi o de fabricação de produtos alimentícios (1,9%), impulsionado especialmente pela maior produção de açúcar cristal, óleo de soja refinado e extrato, purês e polpas de tomate, e de metalurgia, com crescimento de 19,5%, devido à maior produção de ferronióbio, ouro e ferroníquel.

 

O setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, voltou a apresentar queda acentuada (-45,4%), sendo a maior entre as atividades pesquisadas. No setor de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, o recuo foi de 33,8%, devido à queda na produção de latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos, esquadrias de ferro, aço e alumínio e estruturas de ferro e aço. Na fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos a queda de -19,3% aconteceu na produção de medicamentos e o recuo de 18,5% na produção de outros produtos químicos foi puxado pela menor fabricação de adubo ou fertilizantes. A indústria extrativa apresentou queda de 16,1% pela retração na produção de minérios de cobre, pedras britadas e amianto.

 

 

Tabela 2 – Produção Industrial Mensal por atividades (Base: igual mês do ano anterior)

Atividades de Indústria

Variação Percentual (%)

Jul16 /

Jul15

Acumulado

no ano

Acumulado

em 12 meses

Brasil

Goiás

Brasil

Goiás

Brasil

Goiás

Indústria geral

-6,6

-6,9

-8,7

-7,0

-9,6

-4,8

Indústrias extrativas

-9,9

-16,1

-13,4

-16,4

-9,0

-12,6

Indústrias de transformação

-6,1

-6,4

-8,0

-6,4

-9,7

-4,3

Fabricação de produtos alimentícios

5,4

1,9

2,6

-0,2

1,4

1,0

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

-10,7

-10,9

-6,7

-3,7

-6,7

7,9

Fabricação de outros produtos químicos

-1,3

-18,5

-2,8

12,9

-4,6

4,0

Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos

-10,7

-19,3

-0,2

-11,2

-3,4

-11,3

Fabricação de produtos de minerais não metálicos

-9,7

-9,5

-11,5

-10,1

-11,6

-10,0

Metalurgia

-1,4

19,5

-10,3

1,2

-10,5

1,0

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos.

-13,4

-33,8

-13,6

-38,3

-14,8

-31,5

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.

-13,8

-45,4

-20,2

-45,9

-26,5

-48,6

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/ Gerência de Contas Regionais e Indicadores 2016.

 

 

Com os resultados apresentados na pesquisa, observa-se que a produção industrial goiana se manteve estável em jul/16, tendo em vista que a maioria dos segmentos vem apresentando variações negativas. O setor de metalurgia e de produtos alimentícios foi o contrapeso para que o resultado não fosse pior. O que se observa é que a ociosidade ainda continua muito elevada e os estoques estão se ajustando ao nível planejado. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI/CNI) tem demonstrado que a atual tendência é de recuperação da confiança dos empresários, talvez pelo início de um desfecho da atual crise política.

 

 

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Sérgio Borges Fonseca Júnior

Governo na palma da mão

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