Desemprego sobe em Goiás no segundo trimestre de 2016


 

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação[1] em Goiás foi estimada em 10,2%, no período de abril a junho de 2016, um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, esse aumento significa 13 mil pessoas a mais na fila de espera por uma vaga de trabalho, perfazendo um total de 359 mil desempregados no estado. Apesar da desocupação em Goiás continuar alta e longe dos níveis registrados no ano de 2014, ainda sim, representa a nona menor taxa entre as Unidades da Federação e 1,1 ponto percentual abaixo da média nacional (Gráficos 1 e 2).

Ressalta-se que muitas pessoas ingressaram no mercado de trabalho, contribuindo para a elevação do desemprego no Estado. A força de trabalho[2] aumentou cerca de 59 mil pessoas em relação ao trimestre anterior, a maior parte delas (35 mil) estavam fora da força de trabalho, por diversos motivos. Um dos motivos pode estar ligado à deterioração do poder de compra das famílias, devido à atual conjuntura econômica, desemprego e inflação, assim estas pessoas passaram a procurar emprego para complementar a renda familiar, ingressando na força de trabalho. Em relação ao destaque de Goiás no cenário nacional na geração de empregos, o que se mostra é que a quantidade não foi suficiente para absolver todos os trabalhadores que ingressaram na força de trabalho, aumentando assim o nível de desocupação.

 

Na análise por atividade, em relação ao trimestre anterior, a administração pública (27 mil) e a indústria de transformação (24 mil) foram as atividades produtivas que tiveram maior aumento no número de ocupados. Apenas dois setores tiveram redução no número de pessoas ocupadas, o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas registraram a maior perda (-57 mil) (Gráfico 03).

 

Comparado ao último trimestre de 2015, a população ocupada em Goiás teve queda próxima de 0,25%, isso significa dizer que; do final do ano passado até junho desse ano, cerca de oito mil pessoas perderam seus empregos. Com isso, o nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar – PIT) foi estimado em 59,1% no segundo trimestre de 2016, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2015.

O número de empregados com carteira assinada no setor privado, exclusive trabalhadores domésticos, aumentou em 0,6% (7 mil), enquanto que o número desses empregados sem carteira assinada aumentou 6,7% (26 mil), o que indica um aumento da informalidade no Estado. Por outro lado, entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 35,6% tinham carteira de trabalho assinada, enquanto que no primeiro trimestre de 2015 era 35,4%, mostrando, apesar de pequena, uma redução da informalidade nessa categoria de trabalhadores.

Na análise dos indicadores por faixa etária, observou-se uma maior taxa de desocupação para as pessoas de 18 a 24 anos de idade, contudo, não houve variação significativa em relação ao primeiro trimestre (Tabela 01). Estima-se que 21 mil pessoas nessa faixa de idade ingressaram na força de trabalho de abril a junho de 2016, fato que demonstra uma maior demanda por mão de obra nessa faixa etária nesse período. Além disso, essa faixa de idade registrou redução 5 mil pessoas no número de desocupados.

 

 

Do ponto de vista do vínculo empregatício, posição na ocupação no trabalho principal, apenas uma categoria teve redução no número de ocupados, em relação ao primeiro trimestre de 2016, conta própria, ou seja, pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, sozinhas ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com a ajuda de trabalhador familiar auxiliar. Essa categoria teve uma redução de 2% no número de ocupados, foram 16 mil trabalhadores a menos. Essa é a segunda maior categoria de trabalhadores, representando cerca de 24% do total de ocupados.

A categoria dos empregados, pessoas que trabalhavam para um empregador, geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração, teve um aumento de 2,4% no número de ocupados (cerca de 53 mil pessoas). Essa categoria de trabalhadores representava 70,4% da população ocupada no período de abril a junho de 2016 (Tabela 02).

Os empregadores, pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado, tiveram uma aumento de 3,6%. Em termos absolutos, registraram-se 5 mil empregadores ocupados a mais que no primeiro período de 2016. Esse aumento pode indicar uma melhora na atual conjuntura econômica, no qual tem ocorrido o fechamento de grande número de empresas, fato observado no primeiro período do ano.

As pessoas que trabalhavam sem receber pagamento, durante pelo menos uma hora na semana de referência, em ajuda a membro da unidade domiciliar, que era conta própria, empregador ou empregado, tiveram aumento relativos de 14,8%, cerca de 4 mil pessoas. (Tabela 02).

 

 

Os ocupados do setor privado, excluindo-se os trabalhadores domésticos, representam 36,6% da população. Cerca de 24 mil pessoas deixaram essa categoria esse ano, uma redução de 1,5 ponto percentual em relação ao último período do ano anterior. Os militares e servidores estatutários correspondiam a 71,2% dos empregados do setor público. A categoria teve um acréscimo de 3,68% nesse ano, cerca de 10 mil pessoas a mais.

 

Renda do Trabalhador

 

A renda média real de todos os trabalhos (descontada a inflação) do trabalhador goiano foi estimada em R$ 1.851,00, um ganho real de 0,4% em relação ao último trimestre de 2015. Esse ganho, segundo dados da PNAD Contínua, pode ser atribuído à elevação da renda média das mulheres. O número de pessoas do sexo feminino ocupadas na semana de referência aumentou em oito mil, enquanto que, as pessoas do sexo masculino, ocupadas, tiveram redução de 14 mil, em relação ao último trimestre do ano anterior.

O rendimento médio real, habitualmente recebido por mês, dos trabalhadores do sexo masculino teve queda de 0,3%, contra aumento de 2,34% no salário real das mulheres. Houve ganhado real no rendimento médio em onze estados, o maior aumento foi registrado no estado de Sergipe (10,38%), enquanto que a maior queda foi no estado da Bahia (-4,53%). Em nível nacional, registrou-se redução no rendimento médio de ambos os sexos, -1,5% para homens e -0,7% para as mulheres. (Quadro 03).

A massa de renda real habitual (soma de todos os salários pagos no país) somou R$ 5,8 bilhões entre maio e junho, registrando um aumento de 0,5% no comparativo com o último trimestre do ano anterior. Do somatório dos rendimentos (massa salarial), 66,0% foram provenientes dos empregados, 11,7% dos empregadores e 22,4% dos trabalhadores por conta própria. Observou-se, em relação ao último período do ano passado, aumento de 3,15% na massa salarial dos empregados, redução de 2,45% na dos empregadores e redução de 5,0% na dos trabalhadores por conta própria.

Na análise por Grupamentos de atividade no trabalho principal, a maior variação ocorrida no rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, em relação ao último trimestre de 2015, segundo dados da PNAD Contínua, foi observada para o empregado no setor público – com carteira de trabalho assinada (aumento de 34,5%). Por outro lado, os trabalhadores por conta própria tiveram uma redução 9,9% no rendimento médio (Quadro 01).

 

 

 




[1] São classificadas como desocupadas, na semana de referência, as pessoas sem trabalho (que geram rendimentos para o domicílio) nessa semana, que tomaram alguma providência efetiva para consegui-lo no período de referência de 30 dias e que estavam disponíveis para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se, também, como desocupadas, as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias, porque já haviam conseguido trabalho que iriam começar após a semana de referência.

[2] As pessoas na força de trabalho na semana de referência compreendem as pessoas ocupadas e as pessoas desocupadas nesse período.

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