A Pesquisa Mensal de Serviços para Goiás (PMS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou queda de 5,2% no volume de serviços na comparação entre 2015 e 2014, único resultado negativo desde o início da série, 2012. Esse resultado, a exemplo do que aconteceu com o setor de comércio, foi pior do que a média nacional, que foi de -3,6%. Destaca-se que Rondônia constituiu em o único Estado a apresentar crescimento (5,3%), conforme mostra o gráfico 1.

Em relação ao mês de dezembro, Goiás registrou queda de 6,9%, valor acima do registrado no Brasil, 5,0%. Em Goiás no último trimestre a categoria de serviço que apresentou a maior queda foi o de Outros Serviços, fechando sistematicamente com quedas superiores a 20% neste período. Outro destaque negativo foi à queda registrada no segmento de turismo (-6,6%), que em outubro e novembro apresentava resultados positivos e ajudava a mitigar a queda verificada nos demais segmentos, conforme mostra a tabela 1.

A tabela 1 mostra ainda que em Goiás apenas o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares apresentou crescimento, ainda que pífio, de 0,1%. Por outro lado, os importantes segmentos de outros serviços e transportes, apresentaram as maiores quedas, movimento análogo ao que ocorreu na economia nacional. Verifica-se assim que o segmento de transporte refletiu o movimento de quedas verificados no âmbito produtivo – as empresas retraíram fortemente a produção em 2015 – e de consumo – os consumidores reduziram bruscamente o consumo de produtos e serviços.

Tabela 1: Volume de Serviços, segundo atividades (%)

A tabela 2 mostra crescimento de 0,4% na receita do setor de serviços em Goiás, todavia ainda que vários setores apresentem incremento da receita nominal, isso não sinaliza um resultado positivo do setor, sobretudo, ao considerarmos que a inflação oficial (IPCA/IBGE) no ano de 2015 foi de 10,71%, maior valor registrado nos últimos treze anos.

Tabela 2: Receita Nominal de Serviços, segundo atividades (%)

Por fim, os resultados apresentados no setor de serviços no último ano são preocupantes, haja vista que o setor de serviços corresponde a aproximadamente 61,8% do PIB. Esse resultado conforme destacado em conjunturas anteriores é derivado da crise econômica e política que marcou todo o ano de 2015 e que infelizmente ainda vem se mantendo no Brasil. O somatório de desemprego, inflação, decrescimento da economia, a desconfiança dos investidores quanto à solvência do governo federal, justificam os péssimos resultados verificados no setor de serviços.

Equipe de Conjuntura do IMB:

Alex Felipe Rodrigues Lima

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Sérgio Borges Fonseca Júnior