O segmento de medicamentos puxa a desaceleração da indústria goiana


De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial goiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou pequeno aumento de 0,8% no mês de fevereiro/14, na comparação com o mês anterior – série com ajuste sazonal, resultado superior ao registrado no mês anterior, recuo de 8,9%. Nessa base de comparação, a produção nacional registrou expansão de 0,4%. Contribuíram para este resultado da indústria as demais unidades pesquisadas, com sete localidades apresentando taxas positivas, destaque para o estado de Paraná, com 18,4% e Amazonas com 4,7%. O estado do Pará apresentou variação nula e as variações negativas tiveram destaques nos estados do: Espírito Santo (-4,3%), Pernambuco (-3,9%), Ceará e Minas Gerais (-1,6%) e Bahia (-1,2%), conforme Tabela 1.

Na comparação fevereiro14 / fevereiro13, a produção industrial goiana apresentou queda de 2,6%. Acompanhou a variação negativa o estado do Espírito Santo, com queda de 3,6%. Os maiores crescimentos ocorreram no Paraná (17,7%) e no estado do Amazonas (14,9%), no primeiro, influenciados pela maior produção de veículos automotores; no segundo pelo aumento na fabricação de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações. Nesse tipo de comparação, a indústria brasileira apresentou crescimento na produção, teve aumento de 5,0%, vide Tabela 1.

 

Tabela 1 – Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais – Fevereiro de 2014

Locais

Variação (%)

Fevereiro/Janeiro*

Fevereiro 14 / Fevereiro 13

Acumulado no ano

Brasil

0,4

5,0

1,3

Nordeste

-1,7

3,6

2,9

Amazonas

4,7

14,9

6,0

Pará

0,0

4,1

2,7

Ceará

-1,6

5,9

0,8

Pernambuco

-3,9

7,2

8,3

Bahia

-1,2

0,1

-0,1

Minas Gerais

-1,6

9,4

2,4

Espírito Santo

-4,3

-3,6

-2,2

Rio de Janeiro

1,0

0,1

-2,2

São Paulo

0,7

0,2

-2,4

Paraná

18,4

17,7

2,3

Santa Catarina

0,5

1,8

1,1

Rio Grande do Sul

0,5

2,8

2,0

Goiás

0,8

-2,6

-0,8

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores  2014.

*Ajustado sazonalmente.

 


O Gráfico 1, apresenta o comportamento da média móvel com o índice de base fixa, ambas as comparações com ajuste sazonal. O gráfico mostra as oscilações na produção industrial, sendo que em dezembro de 2013 o índice alcançou o pico na base fixa. No índice de média móvel trimestral, percebe-se o pico no mês de janeiro/14 e mudança na trajetória ascendente no mês seguinte.

 

 

No recorte setorial da indústria de transformação goiana, comparativo de fevereiro de 2014 / fevereiro 2013, o setor de produtos químicos foi o único segmento que apresentou resultado negativo (-11,0%) os demais setores apresentaram resultado positivo. O que contribuiu para a queda neste segmento foi o recuo na fabricação de medicamentos. Entre os resultados positivos a indústria metalurgia básica teve o maior crescimento, com 7,4%, puxada pela extração de ouro em barras e ferroníquel; os minerais não metálicos obtiveram crescimento de 2,6%, impulsionado pela fabricação de cimentos Portland. O segmento de alimentos e bebidas apresentou crescimento de 1,6%, impulsionados pela produção de maionese, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja.

Com relação ao acumulado nos dois meses de 2014, o setor industrial goiano registrou retração de 0,8%. Contribuíram para este resultado as quedas nos dois maiores pesos na estrutura industrial, produtos químicos (-0,1%) e alimentos e bebidas (-2,4%). Também houve queda na indústria extrativa (-0,5%). As atividades com resultado positivo foram: minerais não metálicos (6,0%) e a metalurgia básica (2,9%), conforme Gráfico 2.

 

 

 

A produção industrial goiana perdeu ritmo em fevereiro de 2014, desacelerou -2,6%. Conforme a pesquisa, o segmento de produtos químicos foi o único setor que recuou (-11,0%), pressionado pela menor produção de medicamentos.  A queda no setor foi devido a forte elevação nos custos de produção, motivada pela alta do dólar, que aumentou 8,9% de novembro de 2013 a fevereiro de 2014. Embora os demais setores tenham apresentado resultados positivos, não foi suficiente para segurar a forte queda na produção de medicamentos.

As perspectivas para o setor de medicamentos são bastante animadoras. Para fortalecer e proteger o segmento, o governo vai aumentar o imposto de importação de medicamentos e ainda, via Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) são oferecidos recursos para financiar o setor.

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Luiz Batista Alves

Dinamar Maria Ferreira Marques

Millades de Carvalho Castro

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo