Vendas no comércio varejista crescem 18,14% em fevereiro em Goiás.


Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Comércio Varejista de Goiás apresentou em fevereiro, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 18,14% sobre fevereiro do ano anterior, de 16,67% no acumulado dos dois primeiros meses do ano e 7,45% nos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 19,11%, 16,98% e de 10,26%, respectivamente, mostrando que 2010 começa forte no setor varejista.

O incremento no volume de vendas e na receita nominal de vendas em fevereiro, sobre fevereiro do ano anterior, ficou acima do percentual nacional tanto no índice do comércio varejista geral quanto no ampliado e também no acumulado do bimestre. No acumulado dos últimos 12 meses os resultados nacionais tiveram incrementos maiores que o estadual, conforme é demonstrado nas tabelas 1 e 2.

O Comércio Varejista do País registra crescimento pelo segundo mês consecutivo, assinalando taxas de 1,6% no volume de vendas e de 2,2% na receita nominal, ambas as variações com relação ao mês anterior (ajustadas sazonalmente). Esses resultados expressam um crescimento mais consistente no ritmo de vendas, após uma taxa de variação negativa em dezembro de 2009. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 12,29% sobre fevereiro do ano anterior, 11,29% no acumulado do bimestre e 6,87% no acumulado dos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 15,34%, 13,91% e de 10,52%, respectivamente.

 

Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil: Variação do Volume de Vendas no comércio varejista –  fevereiro de 2010

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

fev*

acum

12 meses

fev*

acum

12 meses

Comércio varejista geral

12,29

11,29

6,87

18,14

16,67

7,45

Combustíveis e Lubrificantes

4,82

4,79

1,22

3,50

3,12

-4,91

Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo

11,53

10,84

9,06

18,10

16,70

11,61

Hipermercados e Supermercados

11,23

10,57

8,81

18,28

16,77

11,51

Tecidos, vestuários e calçados

11,78

6,58

-1,18

12,39

8,89

2,54

Móveis e eletrodomésticos

22,20

19,68

4,75

28,97

28,07

6,34

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos

15,51

12,82

12,13

21,14

13,74

12,83

Livros, jornais, revistas e papelaria

10,72

8,66

8,65

33,84

5,98

2,22

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

18,84

25,48

12,33

-16,78

-6,42

7,43

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

5,10

5,59

8,09

-3,87

-2,23

15,58

Comércio varejista ampliado geral

13,64

11,91

8,29

16,46

14,32

8,26

Veículos, motores, partes e peças

16,01

13,09

13,07

13,94

11,36

11,10

Material de construção

15,14

12,19

-3,19

23,31

18,67

-5,29

* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior

 

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.

 

Tabela 2 – Estado de Goiás e Brasil: Variação da Receita Nominal no comércio varejista – janeiro de 2010

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

fev*

acum

12 meses

fev*

acum

12 meses

Comércio varejista geral

15,34

13,91

10,52

19,11

16,98

10,26

Combustíveis e Lubrificantes

9,93

9,36

2,69

8,36

7,80

-0,10

Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo

14,34

13,22

12,76

18,72

17,09

14,66

Hipermercados e Supermercados

14,06

12,98

12,52

18,90

17,17

14,56

Tecidos, vestuários e calçados

17,80

12,59

5,44

17,17

12,77

7,90

Móveis e eletrodomésticos

21,72

18,54

4,05

26,68

24,29

4,69

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos

20,41

18,09

18,67

26,80

19,95

20,97

Livros, jornais, revistas e papelaria

15,65

13,31

13,57

39,30

9,98

6,72

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

11,21

17,51

6,99

-24,13

-13,79

1,52

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

14,11

14,63

17,65

4,44

5,79

22,73

Comércio varejista ampliado geral

15,71

13,60

8,96

17,31

14,19

7,08

Veículos, motores, partes e peças

15,71

12,34

6,91

13,62

9,67

4,37

Material de construção

19,36

16,44

4,65

28,10

23,17

1,93

* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.

 

 

 

Atentando-se para a média móvel de 03 meses das vendas (Gráfico 1), percebe-se a expressiva recuperação das vendas no comércio com a melhora do indicador desde o início de 2009, saindo de 1,87% de crescimento em fevereiro/09 para 16,19% de variação em fevereiro/10.

Na média móvel de 12 meses, as vendas ainda apontam para um esfriamento do comércio puxado pela situação conjuntural desde outubro/2008 com o índice apresentando uma queda no crescimento. A média móvel de 12 meses do mês de fevereiro apresentou um crescimento de 7,43%.

Na média móvel de 3 meses, a receita de vendas apresentou um aumento de 16,42% (Gráfico 2). A média móvel de 12 meses apresentou queda no crescimento desde o final de 2008 e em fevereiro apresentou um acréscimo de 10,23%.


 

RESULTADOS SETORIAIS

 

Nos resultados sobre o mesmo período do ano anterior, oito das dez atividades obtiveram variações positivas em termos de volume de vendas, listadas a seguir pela ordem decrescente de magnitude das taxas: Livros, jornais, revistas e papelaria (33,84%); Móveis e eletrodomésticos (28,97%); Material de construção (23,31%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (21,14%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (18,10%); Veículos e motos, partes e peças (13,94%); Tecidos, vestuário e calçados (12,39%); Combustíveis e lubrificantes (3,50%). As variações negativas ocorreram em Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,87%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-16,78%).

Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação nas vendas em fevereiro, sobre igual mês do ano anterior, de 33,84%, variação de 5,98% no acumulado do ano e de 2,22% no acumulado de 12 meses. As variações de receita nominal foram de 39,30% sobre fevereiro de 2009, 9,98% no acumulado de 2010 e de 6,72% no acumulado de 12 meses. O resultado positivo deste setor se deve em grande parte ao início do ano letivo, com a compra dos materiais escolares.

O aumento de 28,97% no volume de vendas e de 26,68% na receita nominal em relação a fevereiro do ano passado da atividade Móveis e eletrodomésticos é decorrente de fatores econômicos, como a melhoria do crédito e queda dos preços da chamada linha branca proporcionada pela redução do IPI, e também de um fator estatístico: redução do ritmo de vendas no mês-base de comparação (fevereiro/09). Em termos acumulados, o segmento revela uma taxa de desempenho de 28,07% no bimestre e de 6,34% nos últimos 12 meses para as vendas.

A atividade Material de Construção apresentou o terceiro maior resultado positivo com alta no volume de vendas de 23,31% mensal e de 18,67% acumulado, mas ainda apresenta resultado acumulado de 12 meses negativo da ordem de -5,29%. Esses resultados sinalizam a recuperação do setor dos efeitos da crise financeira, através da redução do IPI para um conjunto de produtos básicos do ramo, implementado a partir de abril/09, e do aumento da confiança dos agentes econômicos.

O segmento Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou crescimento de 21,14% nas vendas na comparação com fevereiro do ano passado e taxas acumuladas de 13,74% no ano e 12,83% para os últimos 12 meses. Para estes indicadores, o crescimento na receita nominal de vendas foi de 26,80%, 19,95% e 20,97%, respectivamente. Os principais fatores a contribuir para isto foram a manutenção do crescimento da massa real de salários;  a ampliação da oferta de medicamentos genéricos – estimulando o consumo por alternativas mais vantajosas de preços; e a própria essencialidade dos produtos do gênero.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentaram variação de 18,10% nas vendas em fevereiro, sobre igual mês do ano anterior, 16,70% no acumulado do ano e 11,61% nos últimos 12 meses. A receita nominal da atividade em fevereiro10/fevereiro09, nos acumulados do bimestre e dos últimos 12 meses foram de 18,72%, 17,09% e 14,66%, respectivamente. Este desempenho foi proporcionado em grande parte pelo aumento da massa real de salários (6,3% sobre fevereiro de 2009, segundo a PME, no que se refere à massa de rendimento real habitual dos ocupados) aliados à ampliação do programa de transferência de renda, que tem no bolsa família o principal destaque.

A atividade Veículos e motos, partes e peças, que integra o Comércio Varejista Ampliado, apresentou um crescimento no volume de vendas na relação fevereiro10/fevereiro09 de 13,94%. Essa atividade é uma das que mais se retraíram com os impactos iniciais da crise financeira internacional. No acumulado do ano e no acumulado dos últimos 12 meses, este crescimento é de 11,36% e 11,10%, respectivamente. No que diz respeito à receita nominal de vendas, o crescimento foi de 13,62%, quando comparado a fevereiro do ano anterior, no acumulado do ano o incremento foi de 9,67%, e no acumulado dos últimos 12 meses o crescimento é de 4,37%. O resultado positivo foi alcançado graças à política de redução do IPI para veículos de até 2.000 cilindradas, implementada ainda no final de 2008; auxiliada no decorrer de 2009 pela gradativa retomada do crédito.

O segmento Tecidos, vestuário e calçado, apresentou crescimento de 12,39% nas vendas na comparação com fevereiro do ano passado. As taxas acumuladas no ano e nos últimos 12 meses foram, respectivamente, de 8,89% e 2,54%. Estes indicadores apresentaram resultados positivos também para a receita nominal de vendas de 17,17%, 12,77% e 7,90%, respectivamente. Este resultado mostra um melhor desempenho da atividade, mesmo tendo o setor um comportamento crescente dos preços, ao longo dos últimos 12 meses (variação de 6,1% no grupo Vestuário, comparado com o índice geral de 4,8%, segundo o IPCA).

A atividade Combustíveis e lubrificantes apresentou o 2º crescimento positivo após 8 meses de queda consecutiva no volume de vendas, na comparação com o ano anterior, 3,50%. A receita nominal apresentou resultado positivo com crescimento de 8,36% para este indicador. No acumulado do ano há crescimento de 3,12% no volume de vendas e crescimento de 7,80% na receita nominal. No acumulado de 12 meses a queda é de 4,91% no volume de vendas e de 0,10% nas receitas.

A atividade Outros artigos de uso pessoal e doméstico em fevereiro obteve o segundo mês de variação negativa, -3,87%, após vários meses de significantes crescimentos positivos. O acumulado do ano apresenta uma queda de 2,23%, com um bimestre negativo para esta atividade, porém no acumulado dos últimos 12 meses este segmento ainda possui o maior incremento, 15,58%. Englobando segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos, etc, este foi o segmento do comércio varejista menos afetado pela crise econômica mundial.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, apresentou o maior decréscimo (-16,78%), resultado bastante diferente do nacional que apresentou crescimento de 18,84% na relação fevereiro10/fevereiro09. Para a receita nominal a queda é maior, -24,13%, enquanto o indicador nacional apresentou crescimento de 11,21%.

Equipe de Conjuntura da Seplan:
Daniela Vieira de Oliveira

Dinamar Ferreira Marques

Eduiges Romanatto

Lucelena Fátima de Melo

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

Rafael Marques de Camargos

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