Indústria goiana lidera a produção industrial do País, cresceu 7,3% em setembro


Em setembro, a produção industrial brasileira avançou 0,8% frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, mantendo a sequência de nove meses consecutivos de resultados positivos nessa comparação, período em que acumulou um ganho de 14,6%. Na comparação com setembro de 2008, o total da indústria recuou 7,8% e no indicador acumulado para os nove primeiros meses do ano a taxa ficou em -11,6%. No fechamento do terceiro trimestre de 2009 o resultado foi negativo frente a igual período do ano anterior (-8,3%) e positivo na comparação com o trimestre imediatamente anterior (4,1%) – série ajustada sazonalmente. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses prosseguiu em queda, passando de -8,9% em agosto para -10,3% em setembro.

 

 

 

Entre as categorias de uso, o setor de bens de capital registrou o maior avanço (5,8%), acumulando um ganho de 14,8% nos seis meses consecutivos de expansão, seguido por bens intermediários (0,8%) que mantém resultados positivos desde o início do ano. Os índices para os bens de consumo ficaram negativos na passagem de agosto para setembro: duráveis (-1,1%) e semi e não duráveis (-0,7%). A redução em bens de consumo duráveis ocorreu após oito meses de crescimento, que significaram um aumento de 82,0% nesse período, enquanto a queda na produção de bens de consumo semi e não duráveis interrompeu sequência de dois resultados positivos consecutivos

 

No terceiro trimestre do ano, na série com ajuste sazonal, três dos quatro segmentos da indústria por categoria de uso registraram taxas positivas. Influenciado principalmente pelos incentivos fiscais, a oferta de crédito e a manutenção da massa salarial, o setor produtor de bens de capital foi o principal destaque, com crescimento de 8,2%. Também registraram resultados positivos os setores de bens duráveis, que avançou 6,6% e bens intermediários 3,4%. (tabela 1).

 

 

Tabela 1

Indicadores da Produção Industrial por Categorias de Uso – Brasil – setembro/2009

Série com ajuste sazonal (%)

Categorias de Uso

Mês/mês*

1º semestre

3º trimestre

No ano

Bens de Capital

5,80

0,06

8,25

8,32

Bens Intermediários

0,76

8,58

3,41

12,28

Bens de Consumo

0,25

8,53

4,88

13,83

    Duráveis

-1,06

68,94

6,60

80,09

    Semiduráveis e não duráveis

-0,69

1,28

1,20

2,49

Indústria Geral

0,75

10,01

4,18

14,61

 * com ajuste sazonal

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

Em síntese, observa-se que o setor industrial como um todo cresceu ao longo de 2009, com o resultado de setembro contribuindo para a ampliação no ritmo de produção. Esse movimento está em linha com a evolução das estatísticas mais recentes do comércio varejista que também mostraram, na margem, aceleração, sustentada pela demanda interna, impulsionada pelo consumo das famílias que vem compensando a queda nas exportações. O resultado do terceiro trimestre do ano frente ao trimestre imediatamente anterior, série com ajuste sazonal, confirma esse dinamismo ao avançar 4,2%, com ligeiro aumento de ritmo em relação à taxa do0 segundo trimestre (3,9%). Na comparação acumulada no ano com o mesmo período do ano anterior a indústria brasileira mostra uma retração de 11,6%, com perfil generalizado de redução, onde 62 dos 76 subsetores industriais acompanhados na pesquisa assinalaram recuo na produção.

 

Em setembro de 2009, a produção da indústria brasileira cresceu 0,8% em relação a agosto, com doze dos quatorze locais pesquisados registrando aumento. Acima do índice nacional, situaram-se: Espírito Santo (3,3%), Goiás (2,4%), Ceará (2,1%), região Nordeste (1,8%), Santa Catarina (1,7%), Minas Gerais (1,4%) e Amazonas (1,2%). Rio de Janeiro (0,7%), São Paulo (0,6%), Rio Grande do Sul (0,4%), Bahia (0,2%) e Pernambuco (0,1%) também registraram aumento. A produção do Pará ficou estável (0,0%), enquanto a do Paraná (-2,9%) registrou queda frente a agosto. Ainda na série ajustada sazonalmente, treze dos quatorze locais assinalaram resultados positivos no terceiro trimestre de 2009 frente ao trimestre imediatamente anterior, com Espírito Santo (13,4%) e Amazonas (8,3%) alcançando as taxas mais elevadas, enquanto Ceará (-1,4%) foi o único local que recuou frente ao segundo trimestre.

 

 

Tabela 2

Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais

Setembro/2009

(%)

Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês*

Mesmo mês ano anterior

 Acumulado no ano

Doze meses

Brasil

0,75

-7,75

-11,59

-10,25

Nordeste

1,80

-4,30

-8,35

-7,47

Amazonas

1,23

-6,98

-13,20

-10,99

Pará

0,04

-9,38

-8,08

-5,66

Ceará

2,13

-4,69

-6,79

-5,33

Pernambuco

0,07

-1,42

-6,76

-5,51

Bahia

0,17

-4,75

-8,99

-8,09

Minas Gerais

1,44

-12,58

-18,80

-17,33

Espírito Santo

3,31

-6,87

-23,50

-22,28

Rio de Janeiro

0,67

-4,52

-6,64

-5,90

São Paulo

0,56

-7,91

-12,44

-10,45

Paraná

-2,88

-10,34

-5,92

-4,25

Santa Catarina

1,74

-8,13

-11,33

-10,35

Rio Grande do Sul

0,43

-9,18

-11,46

-10,57

Goiás

2,36

7,32

-1,14

-0,48

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

* com ajuste sazonal

 

 

 

A atividade industrial recuou 7,8% em relação a setembro do ano passado, com treze dos quatorze locais pesquisados apontando queda. O único local com aumento na produção foi Goiás (7,3%), refletindo, sobretudo, expansão no setor de produtos químicos. Com retração de dois dígitos situam-se: Minas Gerais (-12,6%) e Paraná (-10,3%). Outras reduções, mais intensas que a média da indústria (-7,8%), foram observadas no Pará (-9,4%), Rio Grande do Sul (-9,2%), Santa Catarina (-8,1%) e São Paulo (-7,9%). Com quedas inferiores à média figuram: Pernambuco (-1,4%), região Nordeste (-4,3%), Rio de Janeiro (-4,5%), Ceará (-4,7%), Bahia (-4,8%), Espírito Santo (-6,9%) e Amazonas (-7,0%).

 

No indicador acumulado no ano, em relação a igual período de 2008, os quatorze locais pesquisados apontaram recuo, com destaque para Espírito Santo (-23,5%) e Minas Gerais (-18,8%). Com uma intensidade de queda maior que a média nacional (-11,6%) situa-se, ainda: São Paulo (-12,4%) e Amazonas (-13,3%). Os resultados regionais confirmam o perfil generalizado de queda em 2009, influenciado, principalmente, pelo menor dinamismo das exportações e da redução na produção de bens de consumo duráveis e de capital. Apresentando retração inferior à média figuraram: Goiás (-1,1%), Paraná (-5,9%), Rio de Janeiro (-6,6%), Ceará e Pernambuco (ambos com -6,8%), Pará (-8,1%), região Nordeste (-8,4%), Bahia (-9,0%), Santa Catarina (-11,3%) e Rio Grande do Sul (-11,5%).

 

Em trajetória de queda desde setembro do ano passado, o indicador acumulado nos últimos doze meses para o total da indústria recuou 4,1 pontos percentuais nos dois primeiros meses do ano em relação ao fechamento de 2008. Nesse mesmo intervalo de tempo todas as regiões também mostraram perdas. Esse movimento se deu de forma mais acentuada no Espírito Santo (de 5,6% para -1,9), Minas Gerais (de 1,6% para -4,4%) e Amazonas (de 3,9% para -2,2%).

 

Em bases trimestrais, observa-se recuperação em quase todas as áreas pesquisadas ao longo de 2009, na série com ajuste sazonal. Espírito Santo apresentou a maior taxa no primeiro trimestre (19,5%). No fechamento do primeiro semestre de 2009, todos os locais, à exceção do Pará, mostram ganho de ritmo. Goiás neste terceiro trimestre reduziu o ritmo crescendo apenas 1,8%, já no fechamento do primeiro semestre a taxa foi de 6,8%, no acumulado do ano atingindo 8,7%.  (tabela 3).

 

 

Tabela 3

Indicadores Conjunturais da Indústria

Regional Setembro/2009

Série com ajuste sazonal (%)

Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação

No mês

1º semestre

3º trimestre

No ano

Brasil

0,75

10,01

4,18

14,61

Nordeste

1,80

5,49

3,13

8,79

Amazonas

1,23

-4,43

6,48

1,76

Pará

0,04

2,80

-4,19

-1,51

Ceará

2,13

-1,21

2,30

1,06

Pernambuco

0,07

3,44

5,11

8,72

Bahia

0,17

13,05

0,28

13,36

Minas Gerais

1,44

19,27

3,46

23,39

Espírito Santo

3,31

6,15

19,50

26,85

Rio de Janeiro

0,67

5,21

2,07

7,38

São Paulo

0,56

6,17

5,08

11,57

Paraná

-2,88

-4,50

9,94

4,99

Santa Catarina

1,74

3,98

0,65

4,65

Rio Grande do Sul

0,43

9,65

3,53

13,53

Goiás

2,36

6,83

1,77

8,71

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

Os dados da pesquisa industrial regional de setembro mostraram um quadro positivo para a indústria em praticamente todas as localidades do País, exceto Paraná, na série com ajuste sazonal. Espírito Santo está entre os locais onde a indústria teve maior crescimento (3,3%). O estado de Goiás foi o segundo local que mais cresceu (2,4%) neste tipo de comparação.  Na comparação setembro de 2009 com o mesmo período de 2008, Goiás foi a única localidade a apresentar taxa positiva (2,4%), puxado pela maior produção da indústria química. (gráfico 2).

 

 

 

 

Com esses resultados da indústria, percebe que o pior da crise já passou embora a recuperação seja ainda tímida, explicado em parte pelo comportamento do segmento de bens intermediários, que vem crescendo a taxas bastante modestas, em razão do avanço dos produtos importados, beneficiados pela apreciação do real. O aumento na produção de bens de capital no 3º trimestre frente ao período abril-junho, na série com ajuste sazonal fortalece as expectativas de que os investimentos estão sendo retomados na economia brasileira.

Na comparação com igual mês do ano anterior, a indústria de Goiás exibe o quarto aumento consecutivo: em setembro se expandiu 7,3%. No indicador trimestral, o resultado para este terceiro trimestre também é positivo (4,9% contra igual período de 2008), ficando os demais comparativos ainda com variações negativas: -1,1% no acumulado no ano e -0,5% no dos últimos doze meses. Vale lembrar, que em todos esses indicadores a indústria goiana revelou as melhores marcas entre todos os locais pesquisados.

 

 

 

 

 

 

 

Com os resultados favoráveis destes últimos meses, a atividade fabril fechou o terceiro trimestre com crescimento de 4,9%, frente a igual período do ano anterior, resultado este bastante superior ao observado no segundo trimestre, quando apresentou recuo de 2,4%. Entre estes dois períodos, houve melhora em quatro ramos, com destaque mais uma vez, para produtos químicos, que passou de 20,5% de expansão no segundo trimestre para 49,0% no terceiro. Apenas extrativa mineral reduziu o ritmo produtivo de um período para o outro (de -1,0% para -2,3%). (tabela 4)

 

 

Tabela 4

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – setembro/2009

(Base: Igual período do ano anterior =100)

                                                                                                                                                                        (%)

Segmentos

2008

2009

 

 

1º Trimestre

2º Trimestre

3º Trimestre

4º Trimestre

1º Trimestre

2º Trimestre

3º Trimestre

Indústria geral

9,89

13,90

9,33

1,59

-6,95

-2,38

4,92

Indústria extrativa

19,93

8,99

18,49

6,42

3,39

-1,01

-2,32

Indústria de transformação

9,01

14,38

8,57

1,20

-7,94

-2,51

5,57

Alimentos e bebidas

10,12

16,19

8,58

5,25

-2,63

-5,97

-2,78

Produtos químicos

17,67

21,60

17,83

-14,80

-31,26

20,50

48,95

Minerais não metálicos

0,63

7,70

8,88

9,69

-1,81

-7,45

6,82

Metalurgia básica

-6,01

-3,25

-6,37

-10,50

-16,54

2,63

7,58

                         Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

O índice setembro 09/setembro 08 apresentou expansão de 7,3%, com três dos cinco setores pesquisados ampliando a produção. A principal contribuição positiva veio, mais uma vez, do setor de produtos químicos, com acréscimo de 49,9%, tendo como destaque a maior fabricação de medicamentos à base de compostos das funções carboxiamida e amida do ácido carbônico – exclusive atenolol. Por outro lado, o principal impacto negativo sobre a taxa global veio da redução em alimentos e bebidas (-2,0%) pressionado, principalmente, pela queda na produção de leite em pó. (gráfico 4)

 

  

 

 

No indicador acumulado em janeiro-setembro, a taxa global de -1,1% resultou de desempenhos negativos em quatro atividades. Entre essas, a principal contribuição no resultado global veio de alimentos e bebidas (-3,8%) pressionado, sobretudo, pelo decréscimo na produção de leite em pó, blocos ou grânulos. A indústria de produtos químicos, com expansão de 13,3%, foi a única que contribuiu positivamente no cômputo geral, impulsionada pelo aumento na produção de medicamentos à base de compostos das funções carboxiamida e amida do ácido carbônico – exclusive atenolol. (tabela 5).

 

A indústria goiana em setembro de 2009 comparada a setembro do ano passado teve o melhor desempenho entre as localidades pesquisadas. O crescimento de 7,3% foi influenciado em grande medida pela maior produção de produtos químicos, metalurgia básica e minerais não metálicos. O primeiro é explicado, principalmente pela maior produção de medicamentos. O segmento farmacêutico em agosto de 2008 estava desaquecido e apresentou uma recuperação muito significativa a partir de junho de 2009, puxado pelo aumento nas vendas de medicamentos genéricos e similares, principalmente para o mercado interno, portanto foi menos afetado pela crise financeira mundial. Outro fato que tem contribuído para o crescimento da atividade é a baixa cotação do dólar, contribuindo para o aumento das importações de matérias-primas para a fabricação de medicamentos. Metalurgia básica apresentou expansão de 24,4%, devido à expansão na produção de ferroníquel e ferronióbio. O setor de minerais não-metálicos registrou aumento de 16,5%, puxado pelo cimento, resultado da elevada demanda por parte da construção civil.

 

 

Tabela 5

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – setembro/2009

(Base: Igual período do ano anterior =100)

(%)

Segmentos

Mensal

Acumulado no ano

Últimos 12 meses

Indústria geral

7,32

-1,14

-0,48

Indústria extrativa

-6,50

-0,08

1,38

Indústria de transformação

8,60

-1,24

-0,64

  Alimentos e bebidas

-2,03

-3,82

-1,65

Produtos químicos

49,92

13,27

5,50

Minerais não metálicos

16,46

-0,75

1,69

Metalurgia básica

24,36

-2,02

-4,19

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

 

.

 

 

Equipe de Conjuntura da Seplan:

Dinamar Ferreira Marques

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

Lucelena Fátima de Melo

Rafael Marques de Camargos

Daniela Vieira de Oliveira

Eduiges Romanatto

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