Indústria goiana recua 4,84% em maio, mas ainda é um dos melhores resultados entre os estados brasileiros.


Em maio de 2009, a produção industrial brasileira, já descontada as influências sazonais, avançou 1,27% frente a abril, quinta taxa positiva no ano. Com este resultado a expansão de dezembro a maio deste ano alcançou 7,78%, conforme pesquisa do IBGE.

Em relação a maio de 2008 o recuo foi de 11,30%, o que mantém uma sequência de sete meses de taxas negativas neste tipo de comparação. O comportamento da atividade industrial neste mês reduz o ritmo de queda no indicador acumulado janeiro-maio, que passa de -14,65% em abril para -13,94% em maio. O acumulado nos últimos doze meses (-5,05%) permaneceu em trajetória descendente, perdendo 1,2 pontos percentuais frente ao resultado de abril (-3,88%) e atingindo a sua marca mais baixa desde o início da série histórica.

 

 

  

 

 

 

Entre as categorias de uso, ainda na comparação maio de 2009 com abril de 2009, o setor de bens de consumo duráveis sustentou o maior ritmo de crescimento (3,84%), seguido por bens de consumo semi e não duráveis (1,35%) e bens intermediários (1,16%). O setor de bens de capital (0,70%) foi o único que assinalou crescimento abaixo da média nacional (1,27%). Na comparação com maio de 2008, o segmento de bens de capital obteve o recuo mais elevado (-22,79%). A produção de bens duráveis ficou 13,68% abaixo da de maio de 2008, influenciada pela menor fabricação de automóveis e eletrodomésticos, especialmente os da “linha marrom”, e a produção de bens intermediários recuou 13,78% (tabela 1).

 

 

 

Tabela 1

Indicadores da Produção Industrial por Categorias de Uso – Brasil – maio/2009

 (%)

Categorias de Uso

Mês/mês*

Mensal

Acumulado no ano

Acumulado 12 meses

Bens de Capital

0,70

-22,79

-22,67

-2,38

Bens Intermediários

1,16

-13,78

-16,69

-7,41

Bens de Consumo

2,28

-4,81

-7,40

-2,83

Duráveis

3,84

-13,68

-20,48

-10,12

Semiduráveis e não duráveis

1,35

-1,78

-2,84

-0,47

Indústria Geral

1,27

-11,30

-13,94

-5,05

 

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

        Série com ajuste sazonal

 

 

 

Com o resultado de maio, o indicador de média móvel trimestral permaneceu positivo ao assinalar acréscimo de 1,12% frente a abril, mantendo o ritmo do mês anterior (1,35%), acumulando taxa de 4,22% de fevereiro a março. Por categorias de uso, bens de consumo duráveis (2,66%), intermediários (0,97%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,87%) registraram taxas positivas e bens de capital recuou (0,66%),

Frente a maio de 2008, a produção fabril brasileira encolheu 11,30%, no acumulado do ano o decréscimo foi de 13,94% e em doze meses a retração foi de 5,05% (ante -3,88 % em abril). Esse é o patamar mais baixo desde o início da série histórica em 1991. 

 O perfil generalizado da queda no período janeiro-maio de 2009 ficou evidenciado pelo recuo de 63 dos 76 subsetores pesquisados. Dentre esses, vale citar, pela magnitude da perda, os resultados de segmentos mais relacionados às exportações: extração de minérios ferrosos, ferrogusa, ferroligas e semi acabados de aço, abate de aves, bovinos e suínos e preparação de carnes. Há também índices negativos em alguns subsetores fabricantes de bens de capital como: máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais, tratores e máquinas e equipamentos.

O resultado da produção industrial de maio reforça os sinais de recuperação no ritmo da atividade fabril, que marca o quinto mês consecutivo de acréscimo na série ajustada sazonalmente. O comportamento da produção em maio confirma que a indústria está reagindo positivamente, apoiada na demanda interna. Há sinais de que a indústria está se ajustando, o que deve abrir caminho para uma recuperação em ritmo que poderá ser mais forte no segundo semestre deste ano, se as condições da economia internacional permitirem. As medidas anticíclicas recém-anunciadas pelo governo – prorrogação da desoneração de impostos para automóveis, motos, linha branca, material de construção e caminhões, farinha de trigo e pão e a redução de imposto para bens de capital, e, sobretudo, a redução do custo dos financiamentos do BNDES para a compra de máquinas e equipamentos – devem favorecer essa reação da indústria.

 Na passagem de abril para maio de 2009, os índices regionais da produção industrial, descontados os efeitos sazonais, mostraram crescimento em oito dos quatorze locais pesquisados, com acréscimos mais acentuados no Amazonas (11,75%) e na Bahia (7,52%). As demais taxas positivas foram observadas nos seguintes locais: São Paulo (2,43%), região Nordeste (1,81%), Minas Gerais (1,40%), que apontaram avanços acima da média nacional (1,27%), enquanto Santa Catarina (0,62%), Rio Grande do Sul (0,56%) e Rio de Janeiro (0,55%) cresceram em ritmo mais moderado. Pernambuco (0,05%) repete o patamar do mês anterior. As regiões com recuo na produção foram: Espírito Santo (-0,59%), Goiás (-1,21%), Paraná (-4,10%), Ceará (-4,27%) e Pará (-5,64%).

 Os dados da pesquisa industrial até o mês de maio de 2009 permitem identificar os efeitos da crise sobre a produção industrial em diferentes regiões do País. Observa-se que a evolução da produção apresenta, em cada região, desempenho diferenciado, devido às características de suas estruturas industriais. Em linhas gerais, a produção em alguns estados começa a melhorar. O destaque na série com ajuste sazonal foi o comportamento das indústrias paulista e mineira, que crescem por cinco meses consecutivos, os dois locais tiveram impacto importante da indústria automobilística. O aumento de 2,43% em maio na indústria de São Paulo pode significar o início de uma recuperação na indústria brasileira, dada a sua importância para o conjunto da indústria brasileira, na medida em que o parque industrial paulista é um grande demandante de bens de outras regiões do País.

 

 

 

 

 

Na comparação com maio de 2008, os quatorzes locais pesquisados registraram taxas negativas. Com recuo acima da média nacional (-11,30%), destacaram-se: São Paulo (-11,56%), Paraná (-11,94%), Bahia (-12,30%), Pará (-14,06%), Minas Gerais (-20,01%) e Espírito Santo (-29,02%). As demais taxas negativas variaram de -4,84% em Goiás a         -11,08% na Região Nordeste. 

 

 

 

 

 

 

Também no índice acumulado nos cinco primeiros meses do ano houve recuo em todas as áreas pesquisadas. As retrações mais elevadas no desempenho regional ficaram com Espírito Santo (-30,06%) e Minas Gerais (-22,78%), ambas pressionadas pelo recuo na produção dos itens: minérios de ferro e lingotes, blocos, tarugos ou placas de aço, por conta da menor demanda externa. Também com reduções acima do recuo da média nacional (-13,94%) figuram: Amazonas (-17,81%), Rio Grande do Sul e São Paulo (ambos com -14,63%) e Santa Catarina (-14,08%). Bahia (-12,54%), Região Nordeste (-10,85%), Pernambuco (-9,67%), Rio de Janeiro (-8,70%), Pará (-8,33%), Ceará (-6,32%), Goiás (-5,94%) e Paraná (-3,68%) registraram taxas negativas, porém acima da média. 

 

 

 

Tabela 2

Indicadores Conjunturais da Indústria

Resultados Regionais

Maio/2009 

(%)

Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês*

Mesmo mês ano anterior

Acumulado jan a maio

Doze meses

Brasil

1,27

-11,30

-13,94

-5,05

Nordeste

1,81

-11,08

-10,85

-5,24

Amazonas

11,75

-9,51

-17,81

-6,78

Pará

-5,64

-14,06

-8,33

-0,22

Ceará

-4,27

-6,30

-6,32

-1,07

Pernambuco

0,05

-7,14

-9,67

-3,25

Bahia

7,52

-12,30

-12,54

-5,18

Minas Gerais

1,40

-20,01

-22,78

-10,37

Espírito Santo

-0,59

-29,02

-30,06

-13,69

Rio de Janeiro

0,55

-5,88

-8,70

-2,89

São Paulo

2,43

-11,56

-14,63

-4,45

Paraná

-4,10

-11,94

-3,68

2,50

Santa Catarina

0,62

-10,42

-14,08

-7,15

Rio Grande do Sul

0,56

-8,09

-14,63

-5,68

Goiás

-1,21

-4,84

-5,94

1,82

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

* com ajuste sazonal

 

 

  

Tabela 3

Variação da Produção Industrial

Com relação ao trimestre anterior

 2008 e 2009

Locais

2008

2009

Jan-maio

Jan-abril

maio

jan-maio

Brasil

6,26

-14,65

-11,3

-13,94

Nordeste

5,67

-10,8

-11,08

-10,85

Amazonas

8,37

-19,9

-9,51

-17,81

Pará

5,89

-6,82

-14,06

-8,33

Ceará

2,74

-6,33

-6,3

-6,32

Pernambuco

8,89

-10,19

-7,14

-9,67

Bahia

5,74

-12,61

-12,3

-12,54

Minas Gerais

6,67

-23,52

-20,01

-22,78

Espírito Santo

17,11

-30,35

-29,02

-30,06

Rio de Janeiro

1,89

-9,44

-5,88

-8,7

São Paulo

9,58

-15,47

-11,56

-14,63

Paraná

10,98

-1,37

-11,94

-3,68

Santa Catarina

1,95

-15,01

-10,42

-14,08

Rio Grande do Sul

4,4

-16,33

-8,09

-14,63

Goiás

10,57

-6,25

-4,84

-5,94

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

Em maio de 2009, a produção industrial de Goiás recuou 1,21% frente a abril, na série livre de influências sazonais, após ter crescido nos dois últimos meses, período em que acumulou aumento de 2,56%. O índice de média móvel trimestral, que interrompeu em abril (0,75%) sequência de oito resultados negativos, apresentou neste mês variação positiva de 0,44%.  O indicador acumulado nos últimos doze meses vem reduzindo ao passar de 2,90% em abril para 1,82% em maio, manteve a trajetória descendente desde agosto do ano passado.

 

 

 

 

 

 No confronto com maio de 2008 (-4,84%), quatro dos cinco ramos investigados assinalaram decréscimo, com destaque para a contribuição negativa de alimentos e bebidas (-5,73%) e, em menor medida, de minerais não metálicos (-7,82%). Nestas atividades, os produtos que mais influenciaram estes resultados foram, respectivamente, leite em pó; e painéis, ladrilhos, telhas de fibrocimento. Por outro lado, o único impacto positivo veio da metalurgia básica (5,65%), impulsionado em grande parte pelo aumento na produção de ferronióbio e ouro em barras.

 

 

 

 

 

 

No índice acumulado do ano, a indústria goiana aponta resultado negativo (-5,94%), com também quatro segmentos reduzindo a produção. Nessa comparação, as principais pressões negativas foram exercidas pelos setores de produtos químicos (-24,72%) e de alimentos e bebidas (-3,18%), influenciados pelos itens adubos ou fertilizantes, no primeiro ramo; e de leite em pó no segundo. Em sentido contrário, o único resultado positivo foi assinalado pelo setor extrativo, que apresentou variação de 0,24%, impulsionado principalmente pela maior fabricação de amianto.

A produção industrial goiana em 2009 tem apresentado taxas negativas desde o início deste ano, afetando praticamente todos os segmentos, exceto metalurgia básica. As maiores quedas foram verificadas nos segmentos de minerais não metálicos e alimentos e bebidas.  Por outro lado, a atividade de metalurgia básica começou a reagir pois vem de uma trajetória de quatro meses de queda. A maior produção neste segmento foi de ferronióbio e ouro em barras.

 

 

 

 

Tabela 4

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – maio/2009

(Base: Igual período do ano anterior =100)

(%)

Segmentos

Mensal

Acumulado jan a abril

Últimos 12 meses

Indústria geral

-4,84

-5,94

1,82

Indústria extrativa

-5,25

0,24

6,44

Indústria de transformação

-4,79

-6,54

1,41

  Alimentos e bebidas

-5,73

-3,18

3,99

Produtos químicos

-3,74

-24,72

-8,22

Minerais não metálicos

-7,82

-4,05

4,37

Metalurgia básica

5,65

-9,48

-8,17

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

 

 

 

 

.

 

Equipe de Conjuntura da Seplan:

Dinamar Ferreira Marques

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

 

 

Governo na palma da mão

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