Indústria Goiana cresce pelo décimo quarto mês consecutivo. Em outubro a produção industrial cresceu 4,24%.


O
recuo na produção física da indústria brasileira, de 1,69% na passagem de
setembro para outubro, refletiu os efeitos da crise mundial sobre as
expectativas dos empresários, pois a retração foi generalizada, atingindo
todas as quatro categorias de uso e quinze das vinte e sete atividades
pesquisadas da série com ajuste sazonal. Setores altamente dependentes do crédito
foram os que mais recuaram, especialmente, a produção de automóveis e
motocicletas, segmentos amplamente dependentes de crédito. Nesses segmentos
houve a concessão de férias coletivas não planejadas em resposta ao súbito
aumento de estoques.

Em outubro de
2008, a

produção industrial do país recuou 1,69% frente a setembro, mês em que
houve expansão de 1,49%
,
na série com ajuste sazonal.
Em
outubro, os índices regionais da produção industrial ajustados sazonalmente
recuaram frente a setembro em dez dos quatorze locais pesquisados. Espírito
Santo (-5,73%), Rio Grande do Sul (-5,50%) e região Nordeste (-5,08%)
assinalaram as variações mais acentuadas. Bahia (-3,86%), Amazonas (-3,52%),
Pernambuco (-3,08%), Santa Catarina (-2,18%) e Minas Gerais (-1,92%) também
ficaram abaixo da média nacional (-1,69%). São Paulo (-0,23%) e Rio de Janeiro
(-0,65%) tiveram reduções discretas. Por outro lado, Pará (3,05%), Goiás
(2,49%), Ceará (1,35%) e Paraná (1,17%) apresentaram crescimento na passagem
de setembro para outubro.

O recuo observado na produção, entre
setembro e outubro, atingiu 15 dos 27 ramos pesquisados, com o principal impacto
negativo vindo de outros produtos químicos (-11,57%), setor que acumulou perda
de 20,93% nos últimos três meses. Também merece destaque os ramos de refino
de petróleo e produção de álcool (-8,97%) – valendo mencionar a influência
da paralisação técnica em uma refinaria – máquinas e equipamentos (-5,17%),
que interrompeu seqüência de quatro meses de taxas positivas, período em que
acumulou 14,24% de expansão, e veículos automotores (-1,35%). Este último,
que apresentara crescimento nos dois meses anteriores, teve seu desempenho
influenciado pela concessão de férias coletivas em várias unidades do setor.
Entre os 12 ramos industriais cuja produção avançou, alimentos (0,65%) e
outros equipamentos de transportes (2,01%) exerceram as influências positivas
mais relevantes.

Na comparação outubro 2008/setembro
2008, a

redução no ritmo produtivo alcançou todas as categorias de uso. A queda mais
acentuada foi observada em bens de consumo duráveis (-4,71%), segmento que
apresentara dois meses consecutivos de expansão com ganho acumulado de 2,14%,
seguido por bens intermediários (-2,98%), que acumula perda de 5,97% nos três
últimos meses. No setor de bens de consumo semi e não-duráveis, o recuo ficou
em 2,20%, após avanço de 1,67% no mês anterior, enquanto bens de capital
(-0,47%) obteve taxa acima da média geral da indústria (-1,69%)

 

Indicadores
da Produção Industrial por Categorias de Uso Brasil – Outubro 2008

                         
                                                                                                                                            
(%)

Categorias
de Uso

Mês/mês*

Mensal

Acumulado

Acumulado
12 meses

Bens
de Capital

-0,47

15,75

18,43

18,97

Bens
Intermediários

-2,98

-2,43

4,38

4,59

Bens
de Consumo

-2,79

0,09

4,11

4,20

Duráveis

-4,71

-1,50

10,52

10,56

Semiduráveis
e não duráveis

-2,20

0,62

2,11

2,25

Indústria
Geral

-1,69

0,77

5,80

5,92

Fonte:
IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

*
série com ajuste sazonal

 

 

 

No
confronto outubro 08/ outubro 07, os índices regionais foram positivos em dez
dos quatorze locais, com destaque para o Pará (8,87%). Goiás (4,24%), Paraná
(3,92%), Ceará (2,94%), São Paulo (2,50%), Pernambuco (2,18%), Amazonas
(2,00%), Rio Grande do Sul (1,74%) e Minas Gerais (1,20%) registraram taxas
superiores à média nacional (0,77%). Rio de Janeiro (0,27%) ficou muito próximo
ao patamar de outubro de 2007. Nessa comparação, os locais com recuo na produção
foram: região Nordeste (-3,32%), Espírito Santo (-2,71%), Santa Catarina
(-2,36%) e Bahia (-0,63%).

No indicador mensal de
outubro 2008 comparado ao mesmo período de 2007, as maiores taxas vieram dos
estados do Para, Goiás e Paraná. A indústria paraense cresceu 8,87%,
desempenho explicado em grande parte pelos avanços em três das seis atividades
investigadas, sob a liderança do setor extrativo e de metalurgia básica.
Nestas atividades, os produtos que mais se destacaram foram minérios de ferro,
manganês e de alumínio, no primeiro ramo, e óxido de alumínio no segundo. A
indústria goiana segue uma trajetória de taxas positivas, com a décima quarta
taxa positiva (4,24%), com destaque para a indústria de alimentos e bebidas, química
e indústria extrativa. No Paraná, o crescimento foi de 3,92%, vigésima quinta
taxa positiva consecutiva. Os resultados positivos foram em nove das quatorze
atividades pesquisadas, com claro destaque para a influência de veículos
automotores, impulsionados em grande parte pela maior fabricação de caminhões.
Em seguida, e em menor escala, sobressaem os avanços de celulose e papel, máquinas
e equipamentos e minerais não-metálicos.

Os resultados da indústria no mês de outubro
expressam, em alguma medida, excesso de cautela por parte de consumidores e
empresários, os quais aguardam uma definição mais clara do quadro econômico
e, nesse meio tempo, restringem seus gastos e investimentos. 
O recuo na indústria no mês de outubro pode ser um sinal para que o
governo adote medidas mais eficazes, principalmente com relação à redução
nas taxas de juros e alongamentos dos prazos, para que o setor possa registrar
melhores desempenhos nos próximos meses.

 

 

 

Tabela
1

Pesquisa
Industrial Mensal Produção Física Regional – outubro/2008

(base:
igual período do ano anterior = 100)

                                                                                                                       
                                                                          
(%)

Brasil,
Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês

Mesmo
mês ano anterior

Acumulado
no ano

Doze
meses

Brasil

-1,69

0,77

5,80

5,92

Nordeste

-5,08

-3,32

3,13

3,69

Amazonas

-3,52

2,00

6,41

7,08

Pará

3,05

8,87

7,21

6,32

Ceará

1,35

2,94

3,86

3,61

Pernambuco

-3,08

2,18

6,53

6,27

Bahia

-3,86

-0,63

4,48

4,63

Minas
Gerais

-1,92

1,20

6,04

6,43

Espírito
Santo

-5,73

-2,71

12,87

13,00

Rio
de Janeiro

-0,65

0,27

2,96

3,03

São
Paulo

-0,23

2,50

7,98

7,97

Paraná

1,17

3,92

10,38

9,10

Santa
Catarina

-2,18

-2,36

1,22

1,70

Rio
Grande do Sul

-5,50

1,74

5,31

5,43

Goiás

2,49

4,24

10,20

9,24

Fonte:
IBGE.

 

Em
outubro, a indústria de Goiás avançou 2,49% frente a setembro, na série
livre dos efeitos sazonais, após queda acumulada de 8,73% nos dois meses
precedentes. Com isso, o índice de média móvel trimestral acentua o ritmo de
queda em outubro (-2,27%) em relação a setembro (-1,59%). Na comparação com
outubro do ano passado, o setor industrial cresceu 4,24%. Nos demais confrontos,
os resultados foram os seguintes: 10,20% no acumulado do ano e 9,24% nos últimos
doze meses, este último praticamente repetindo o patamar do mês anterior
(9,36%).

No
indicador mensal, o aumento de 4,24% pode ser explicado em grande medida pela
boa performance da indústria de alimentos e bebidas (11,89%) e da indústria
extrativa (15,58%). Nestes dois ramos, os produtos de maior impacto foram
farinhas e “pellets†de soja; e amianto, respectivamente. Em sentido contrário,
as maiores contribuições negativas vieram de produtos químicos (-19,39%) e
metalurgia básica (-22,69%).

O
índice acumulado no ano apresentou crescimento de 10,20%, com taxas positivas
em quatro das cinco atividades pesquisadas. As principais contribuições vieram
das indústrias de alimentos e bebidas (11,57%) e de produtos químicos (12,32%)
e indústria extrativa (15,58%). Em sentido oposto, a única pressão negativa
veio da metalurgia básica (-6,99%), devido a redução na fabricação de
ferroníquel e ferronióbio.

Os resultados da indústria goiana no mês de
outubro refletem os efeitos da crise mundial em setores como, a indústria química,
que sofre os efeitos da desvalorização do real sobre o custo da matéria-prima
importada, na Metalurgia básica queda na produção de ferroníquel e ferronióbio,
devido retração na demanda mundial por minérios. Por outro lado a atividade
de minerais não metálicos cresceu puxados pelo bom momento da construção
civil.

 

 

Tabela
2

Estado
de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – outubro/2008

(Base:
Igual período do ano anterior =100)

Segmentos

Mensal

Acumulado
no ano

Últimos
12 meses

Indústria
geral

4,24

10,20

9,24

Indústria
extrativa

15,58

15,58

16,20

Indústria
de transformação

3,36

9,73

8,64

 
Alimentos e bebidas

11,89

11,57

10,24

Produtos
químicos

-19,39

12,32

11,81

Minerais
não metálicos

10,75

6,40

5,22

Metalurgia
básica

-22,69

-6,99

-6,75

 Fonte:
IBGE.

 

Equipe
de Conjuntura da Seplan:

Dinamar
Ferreira Marques

Marcos
Fernando Arriel

Maria
de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

Governo na palma da mão

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