Em agosto, indústria goiana cresce 6,72%, na comparação com o mesmo período de 2007, mas apresenta recuo (-6,08%) em relação a julho.


De julho para agosto, o indicador
de atividade industrial do país, ajustado sazonalmente, perdeu fôlego,
registrou queda de (1,33%), ante uma taxa positiva de (1,42%) no mês anterior.
Os índices regionais mostraram crescimento frente a julho em oito dos quatorze
locais pesquisados, com destaque para Pernambuco (5,27%), que teve a maior taxa,
seguido por Bahia (4,36%), Região Nordeste (3,07%), Ceará (2,36%), Pará
(1,56%), Espírito Santo (1,37%), Santa Catarina (0,73%) e Rio Grande do Sul
(0,71%). Por outro lado, Goiás (-6,08%), Paraná (-4,83%), Amazonas (-3,06%),
Rio de Janeiro (-2,68%), São Paulo (-1,79%) e Minas Gerais (-1,77%) foram os
locais que apresentam recuo nesta comparação. Vale destacar que na passagem de
julho para agosto, a produção industrial regional apresentou recuo nas
localidades que tem peso relevante, aproximadamente 65% do total da indústria
do país, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.

O
recuo de (1,33%) observado na produção entre julho e agosto por categoria de
uso, foi observado em bens intermediários (-2,71%), a maior desde outubro de
2001 (-3,04%). Esse segmento vinha de três meses consecutivos de expansão, período
que acumulou ganho de (4,53%). O setor de bens de consumo semi e não duráveis
também mostrou taxa negativa de (-0,31%), após avanço de (2,73%) no período
julho 08/ abril 08. A produção de bens de capital (0,09%) ficou próxima à
estabilidade e acumula (10,40%) de crescimento em três meses. A categoria de
bens de consumo duráveis, ao registrar acréscimo de (2,07%), recuperou em
parte a queda registrada em julho (-4,32%).

Na
comparação com agosto de 2007, a produção global da indústria assinalou
expansão de (1,99%), marca bem abaixo das observadas em meses recentes. Além
da influência da elevada base de comparação, uma vez que a partir de agosto
do ano passado a produção acentuava trajetória ascendente, observa-se que
agosto último teve menos dois dias úteis, que agosto de 2007. Nessa comparação,
doze das vinte e sete atividades sustentaram taxas positivas. Entre as
atividades, os acréscimos que mais impactaram o resultado global foram
apontados por veículos automotores, farmacêutica e indústria extrativa.

O resultado da indústria brasileira em agosto, embora
seja pior do que os registrados nos meses anteriores, não indica uma forte
desaceleração. No mês de agosto a indústria apresentou crescimento parecido
com os verificados em 2007.   Além
do efeito calendário já assinalado, foi o segmento de bens intermediários que
praticamente sozinho conduziu à queda da produção industrial entre julho e
agosto, refletindo os resultados negativos, e que podem ser considerados atípicos,
em outros produtos químicos e em refino de petróleo e álcool – neste último
caso, devido a uma paralisação técnica em uma importante unidade de refino da
Petrobrás. Não fosse o agravamento da crise financeira externa, que certamente
irá afetar as exportações e a disponibilidade e custo do crédito, a indústria
teria tudo para reproduzir em 2008 o seu bom desempenho de 2007, quando cresceu
6,02%.

A retração dos índices de agosto já era esperada e tem
pouco a ver com o aguçamento da crise. O impacto da crise financeira nos
Estados Unidos, com reflexo no mundo, deverá atingir as indústrias brasileiras
a partir do primeiro trimestre de 2009, conforme avaliação de vários empresários
do segmento industrial.  As
principais dificuldades que terão que ser enfrentadas diz respeito à aquisição
de créditos para o setor e à diminuição nas vendas dos nossos produtos para
o mercado internacional, devido ao desaquecimento da demanda mundial.

Nos
índices regionais de agosto comparados a igual mês de 2007, o quadro foi
melhor do que a comparação agosto/08 contra julho/08, somente duas localidade
apresentaram resultado negativo, Santa Catarina com (-1,77%) e Amazonas
(-3,00%). Os outros doze locais tiveram resultados positivos. As taxas positivas
oscilaram entre (10,31%), verificado no estado do Pará e (-3,00%) no Amazonas.
Acima da média nacional (1,99%), destacaram-se Espírito Santo (7,09%), Bahia
(7,01%), Goiás (6,72%), Ceará (5,93%), Pernambuco (3,70%), Minas Gerais
(3,63%) e São Paulo (2,85%). Os demais resultados positivos foram: Paraná
(1,75%), Rio Grande do Sul (1,60%), Região Nordeste (1,37%) e Rio de Janeiro
(0,78%).

No indicador mensal de agosto 2008
comparado ao mesmo período de 2007, as maiores taxas vieram dos estados do Pará,
Espírito Santo, Bahia e Goiás. A indústria paraense segue uma trajetória de
taxas positivas desde dezembro de 2007. Contribuíram para a formação da taxa
global no mês de agosto a indústria extrativa, impulsionada pela maior produção
de minérios de ferro e minérios de manganês em bruto; e óxido de alumínio e
ferro gusa respectivamente.

 Com
a segunda maior taxa figurou Espírito Santo, registrando crescimento de 7,09%
em
agosto, mantendo a seqüência de onze resultados positivos, iniciado em outubro
de 2007. O destaque foi tanto na indústria extrativa quanto na transformação,
no primeiro setor os principais destaques foram a extração de minério de
ferro e gás natural. Na transformação, foi observado aumento na fabricação
de lingotes, blocos e tarugos de aço.

Na
Bahia, o indicador mensal avançou 7,01%, com taxas positivas em sete dos nove
setores pesquisados. O principal impacto positivo veio de celulose e papel por
conta da maior produção de celulose e papel não revestido. Vale citar que a
produção de celulose foi influenciada positivamente pela expansão da
capacidade produtiva em importante empresa do setor. Em seguida vieram produtos
químicos, em função do incremento na fabricação de polietileno linear e
policloreto de vinila (PVC); e borracha e plástico, devido à maior produção
de tubos, canos e mangueiras de plásticos; e embalagens de plástico para
produtos alimentícios e bebidas.

A produção industrial goiana
prosseguiu em trajetória ascendente, iniciada em setembro do ano passado,
atingindo a 12ª taxa positiva, colocando Goiás na quarta posição entre as
localidades pesquisadas. Contribuíram para a formação da taxa global, a indústria
extrativa e transformação. Para o último setor, o destaque ocorreu em
produtos químicos e alimentos e bebidas.

 

Tabela
1

Pesquisa
Industrial Mensal Produção Física Regional – agosto/2008

(base:
igual período do ano anterior = 100)

Brasil,
Região Geográfica e Unidade da Federação

Mês/mês

Mesmo
mês ano anterior

Acumulado
no ano

Doze
meses

Brasil

-1,33

1,99

6,03

6,45

Nordeste

3,07

1,37

3,62

3,84

Amazonas

-3,06

-3,00

6,11

7,31

Pará

1,56

10,31

7,04

5,34

Ceará

2,36

5,93

3,82

3,43

Pernambuco

5,27

3,70

6,62

5,27

Bahia

4,36

7,01

4,36

4,02

Minas
Gerais

-1,77

3,63

6,46

7,12

Espírito
Santo

1,37

7,09

14,58

12,56

Rio
de Janeiro

-2,68

0,78

2,49

2,49

São
Paulo

-1,79

2,85

8,78

8,83

Paraná

-4,83

1,75

10,42

8,84

Santa
Catarina

0,73

-1,77

1,15

2,66

Rio
Grande do Sul

0,71

1,60

4,56

4,98

Goiás

-6,08

6,72

11,96

9,47

Fonte:
IBGE

 

Em
agosto a produção industrial de Goiás
ajustada sazonalmente, recuou (6,08%) no confronto com o mês
imediatamente anterior, ante (3,14%) em julho. Em relação a agosto do ano
passado, a taxa foi de (6,72%), quarta maior taxa entre as localidades
pesquisadas. Também foi observada taxa bastante interessante para o acumulado
do ano (11,96%). Com isso, o indicador acumulado nos últimos doze meses
prosseguiu assinalando taxa positiva (9,47%), dando continuidade ao movimento
ascendente verificado desde fevereiro último (2,91%). O índice de média móvel
trimestral, cuja trajetória vinha em ritmo crescente desde junho, período em
que acumulou ganho de (4,37%), ficou estável em agosto (0,05%).

O
crescimento da produção goiana, com relação a agosto de 2007 se deve,
sobretudo, ao desempenho positivo de quatro dos cinco ramos pesquisados. As
principais contribuições vieram de produtos químicos (30,80%), alimentos e
bebidas (4,21%) e indústria extrativa (12,21%). No primeiro, os produtos que
mais sobressaíram foram adubos, fertilizantes e medicamentos; no segundo, leite
em pó e maionese; e no terceiro, amianto. Por outro lado, metalurgia básica
(-5,02%) foi a única atividade com taxa negativa, principalmente devido ao
recuo na fabricação de ferroníquel e ferronióbio.

No
indicador acumulado no ano, quatro setores contribuíram positivamente para a
expansão de (11,96%). Alimentos e bebidas (12,65%) e produtos químicos
(21,82%) exerceram as principais pressões positivas, com destaque,
respectivamente, para os itens: maionese, leite em pó; adubos, fertilizantes e
medicamentos. Em sentido contrário, metalurgia básica (-4,47%) foi o único
impacto negativo, pressionado, principalmente pelos decréscimos de ouro em
barras e ferroníquel.

A
indústria goiana vem registrando taxas positivas por doze meses seguidos, na
comparação com igual período do ano passado. Esse resultado foi atribuído,
principalmente, ao bom desempenho do setor de alimentos e bebidas, impulsionado
pela maior produção de leite em pó e maionese, que juntos representam (14%)
do segmento alimentos e bebidas.   Os
bons resultados de produtos químicos foram devido ao aumento na demanda por
insumos do setor agrícola, tais como adubos e fertilizantes e maior produção
de medicamentos, este último pela melhoria da competitividade das empresas, que
estão conquistando novos mercados. Também sobressaiu nessa comparação a indústria
extrativa mineral, com maior produção de amianto.

 

 

Tabela
2

Estado
de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – agosto/2008

(Base:
Igual período do ano anterior =100)

Segmentos

Mensal

Acumulado
no ano

Últimos
12 meses

Indústria
geral

6,72

11,96

9,47

Indústria
extrativa

12,21

14,94

12,99

Indústria
de transformação

6,27

11,69

9,17

 
Alimentos e bebidas

4,21

12,65

9,83

Produtos
químicos

30,80

21,82

17,68

Minerais
não metálicos

1,90

5,40

3,84

Metalurgia
básica

-5,02

-4,47

-4,48

 Fonte: IBGE.

 

Equipe
de Conjuntura da Seplan:

Dinamar Ferreira Marques

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

 

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