Indústria goiana fecha o ano de 2006 com crescimento de 2,41%


Conforme
os resultados da Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo IBGE, a produção
industrial fechou o ano de 2006 com
um crescimento de 2,84%, menor do que no ano de 2005, justificado pelo câmbio. Apesar de um
crescimento menor, técnicos do IBGE avaliam que houve “mais
qualidade” na expansão de 2006, pois verificou-se impactos positivos, como
aumento da massa salarial, estabilidade no mercado de trabalho e ampliação das
linhas de crédito.

No
confronto dezembro 06 / dezembro 05 os índices regionais foram positivos em
sete locais, número inferior aos treze observados em outubro e os quatorze de
novembro. Vale mencionar, no indicador de dezembro, a diferença de número de
dias úteis (22 em 2006 contra 20 em 2005). Entre os que assinalaram expansão,
Espírito Santo (10,09%), Pará (8,53%), Minas Gerais (6,54%) e Ceará (5,61%)
alcançaram as taxas mais expressivas. As indústrias de Pernambuco (2,81%),
Paraná (2,71%) e Goiás (0,60%) também apontaram resultado positivo. Bahia
(-7,60%) apresentou a maior queda, refletindo o forte impacto negativo vindo do
setor de produtos químicos. Região Nordeste
(-3,40%), Amazonas (-1,69%), Santa Catarina (-1,56%), São Paulo (-1,50%)
e Rio de Janeiro (-0,87%) também mostraram recuo na produção. Rio Grande do
Sul (0,03%) ficou praticamente estável neste tipo de comparação.

Tabela 1


Pesquisa
Industrial Mensal Produção Física Regional – dezembro-2006

(base: igual período do ano anterior)

Brasil,
Região Geográfica e UF

Indústria
Geral

Indústria
Extrativa

Indústria
de Transformação

Alimentos
e Bebidas

Indústria
Química

Minerais
Não Metálicos

Metalurgia
Básica

Brasil

0,43

7,91

-0,01

2,60

2,06

Nordeste

-3,40

-6,58

-3,17

0,90

-8,60

-0,35

3,61

Amazonas

-1,69

4,94

-1,89

55,46

15,95

Pará

8,53

5,03

11,79

3,67

-6,05

27,50

Ceará

5,61

5,61

-0,16

44,79

5,01

49,22

Pernambuco

2,81

2,81

2,80

4,12

-9,04

11,59

Bahia

-7,60

-8,33

-7,56

4,24

-13,99

-7,74

0,54

Minas Gerais

6,54

14,47

5,29

-0,45

3,49

Espírito Santo

10,09

27,80

3,49

11,36

-4,46

-1,81

Rio de Janeiro

-0,87

3,02

-1,87

-5,41

-4,29

São Paulo

-1,50

-1,50

6,31

9,37

Paraná

2,71

2,71

-5,12

Santa Catarina

-1,56

-1,56

-4,42

-4,59

Rio Grande do Sul

0,03

0,03

1,47

Goiás

0,60

8,96

0,15

-3,50

23,56

-1,29

5,88

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas.


No
fechamento do ano de 2006 a indústria nacional registrou crescimento de
(2,84%), onze dos quatorze locais apontaram acréscimo na produção, sendo que
oito registraram marcas acima da média. Entre esses, o destaque, em termos de
magnitude de crescimento, foi o Pará (14,23%), sustentado, sobretudo, pelo
maior dinamismo de produtos tipicamente de exportação (minério de ferro e óxido
de alumínio), seguido por Ceará (8,24%), Espírito Santo (7,61%), Pernambuco
(4,84%), Minas Gerais (4,53%), região Nordeste (3,30%), São Paulo (3,19%) e
Bahia (3,18%). As demais áreas que registraram resultados positivos foram: Goiás
(2,41%), Rio de Janeiro (1,91%) e Santa Catarina (0,23%). Por outro lado,
acumularam perdas na produção frente a igual período do ano anterior, Paraná
(-1,59%), Rio
Grande do Sul (-1,99%) e Amazonas (-2,23%).

Os
segmentos que mais cresceram no ano de 2006 foram: indústria extrativa – extração de ferro e petróleo –,
setores da indústria de transformação produtores de commodities, como
metalurgia, siderurgia, refino de petróleo e produção de álcool. O
determinante central desse dinamismo nos setores
foi o boom de demanda e de preços mundiais desses bens num contexto de
forte expansão da economia internacional.


Tabela
2

Pesquisa
Industrial Produção Física
Regional Acumulado do ano – 2006

(base:
igual período do ano anterior)

Brasil,
Região Geográfica e UF

Indústria
Geral

Indústria
Extrativa

Indústria
de Transformação

Alimentos
e Bebidas

Indústria
Química

Minerais
Não Metálicos

Metalurgia
Básica

Brasil

2,84

7,35

2,58

2,65

2,84

Nordeste

3,30

-4,39

3,91

3,73

0,99

7,32

10,91

Amazonas

-2,23

-7,88

-2,06

4,68

-27,84

Pará

14,23

14,77

13,78

18,04

7,66

22,92

Ceará

8,24

8,24

5,17

31,82

-3,57

19,80

Pernambuco

4,84

4,84

8,62

-6,85

5,06

9,22

Bahia

3,18

-1,42

3,44

-1,24

-0,21

4,76

9,69

Minas Gerais

4,53

8,81

3,81

4,00

2,71

Espírito Santo

7,61

10,92

6,27

12,54

2,15

8,04

Rio de Janeiro

1,91

5,03

1,18

-0,26

-4,62

São Paulo

3,19

3,19

3,43

4,29

Paraná

-1,59

-1,59

-4,77

Santa Catarina

0,23

0,23

-3,45

-4,41

Rio Grande do Sul

-1,99

-1,99

-0,37

Goiás

2,41

-5,16

3,07

0,79

14,79

2,60

7,22

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas.

Em
dezembro de 2006, comparado ao mesmo período de 2005, a produção industrial
de Goiás expandiu apenas 0,60%. O desaquecimento da indústria goiana foi
explicado pelo recuo da indústria alimentícia,
que apresentou queda principalmente, na fabricação de tortas e bagaços, e de
óleo de soja refinado. A indústria extrativa também apresentou recuou devido
à queda na produção de amianto. Por outro lado, produtos químicos
apresentaram contribuição positiva de 23,56%, explicada, sobretudo, pelo
aumento na produção de medicamentos, adubos e fertilizantes.

No
indicador para o fechamento do ano, a produção de Goiás encerrou 2006 com
expansão de 2,41%, resultado abaixo da média nacional (2,84%), com quatro das
cinco atividades mostrando crescimento sobre igual período do ano anterior. A
única exceção foi o recuo observado na indústria extrativa (-5,16%). Entre
os ramos que assinalaram acréscimo, os principais destaques ficaram com
produtos químicos (14,79%) e metalurgia básica (7,22%), influenciados pelos
avanços nos itens medicamentos e ferronióbio, respectivamente.


Tabela
3

Estado de Goiás: Pesquisa Industrial Mensal Produção Física
– dezembro–2006

(Base: Igual período do ano anterior)


(%)

Segmentos

Mensal

Acumulado
no ano

Últimos
12 meses

Indústria geral

0,60

2,41

2,41

Indústria extrativa

8,96

-5,16

-5,16

Indústria de transformação

0,15

3,07

3,07

Alimentos e bebidas

-3,50

0,79

0,79

Produtos químicos

23,56

14,79

14,79

Minerais não metálicos

-1,29

2,60

2,60

Metalurgia básica

5,88

7,22

7,22

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas.


O baixo
crescimento da indústria goiana no ano de 2006 é explicado pelo seu perfil,
dependente da performance da agricultura – setor que tem enfrentado dificuldades
nos últimos anos, e de setores
intensivos em trabalho, como alimentos e bebidas, que foi especialmente afetado pela apreciação cambial.



Equipe de Conjuntura da Seplan

Dinamar
Ferreira Marques

Marcelo
Cardoso da Silva

Marcos
Fernando Arriel

Maria
de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

Governo na palma da mão

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