O setor de seguros é crucial e um parceiro importante dos órgãos de trânsito

PERFIL

Manoel Xavier Ferreira Filho, 53 anos, formado em Administração pela Universidade Católica de Goiás. Foi diretor superintendente do Sebrae antes de assumir a presidência do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).

Entrou no governo em 1999. Foi superintendente executivo da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), Saúde e Educação e presidiu a Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos, antiga Aganp.

  • Uma intensa programação foi pensada pelo Detran-GO para a realização da campanha desse ano do Maio Amarelo. Como o senhor avalia o engajamento da população, sociedade civil organizada e imprensa com o movimento?

Manoel Xavier – Seja como pedestres, ciclistas, motociclistas ou condutores, todos temos algum tipo de relacionamento com o trânsito. E cada vez mais, a sociedade tem tomado essa consciência e evidenciado a preocupação com a melhoria da qualidade de vida. Isso ficou bem claro no movimento mundial Maio Amarelo. Só em Goiás, mais de 200 empresas, além de órgãos públicos, entidades filantrópicas e igrejas católicas e evangélicas se uniram para divulgar essa mensagem de atenção à vida e pela redução de acidentes de trânsito. O Detran-GO assumiu o papel de indutor das discussões. Com isso, conseguimos divulgar a importância do respeito às leis de trânsito e o que é mais importante: respeito ao outro e à vida, para mais de um milhão de pessoas. Só nos eventos coordenados por nós, tivemos a participação de 110 mil pessoas, nas redes sociais alcançamos aproximadamente 900 mil internautas. Ou seja, por meio de parcerias importantes temos conquistado multiplicadores que sabem que a discussão sobre a segurança no trânsito não pode ser limitada a eventos pontuais, mas é uma luta diária que exige a soma de esforços do poder público, da sociedade civil organizada e de toda a sociedade.

. A alta sinistralidade no trânsito é um dos principais fatores que impactam hoje no preço do seguro de automóvel. Que parcerias o senhor acredita que podem ser realizadas entre o Detran-GO e o segmento visando à redução da alta taxa de acidentes?

Manoel Xavier – O setor de seguro é crucial e um parceiro importante dos órgãos de trânsito. Na medida em que criam regras beneficiando os condutores que cumprem a legislação e priorizam a segurança no trânsito, o setor de seguro já dá um auxílio importante à prevenção de acidentes. Creio que a palavra-chave para essa parceria é essa: prevenção. Temos que unir forças para trabalhar não só a conscientização do condutor, mas seu comportamento, incentivando a adoção de posturas seguras no trânsito. Além , é claro, de criar mecanismos para que a revisão preventiva do veículo seja uma preocupação inerente e diária do condutor. Levantamentos apontam que a falta de manutenção do veículo aumenta em 30% as possibilidades de acidentes.

. O presidente do SINCOR-GO, Henderson de Paula Rodrigues, assumiu recentemente a diretoria de Gestão Planejamento e Finanças do Detran-GO. Quais são os mais ganhos mais relevantes para o departamento com a ida do diretor para a autarquia?

Manoel Xavier – O Henderson é um profissional com uma vasta experiência tanto no setor público como na iniciativa privada e transita bem entre esses dois segmentos. Nossa expectativa, em relação à colaboração dele na diretoria do Detran-GO é enorme. Esperamos contar com a expertise dele para promover as mudanças e os avanços que a sociedade espera de nós enquanto gestores de trânsito e prestadores de serviços. A sociedade está evoluindo, está mais exigente e dinâmica, precisamos acompanhar essas mudanças e nos aproximar do cidadão para oferecer serviços de qualidade, com segurança e de forma descentralizada.

. O setor de seguros aguarda com ansiedade a implementação, em Goiás, da Lei do Desmonte Legal. Em que estágio a matéria está no Estado e como o segmento poderá colaborar com o Detran-GO em sua efetivação?

Manoel Xavier –  A implantação da lei do desmonte em Goiás está em fase avançada. Até o final do ano, o consumidor goiano poderá adquirir peças usadas com rastreabilidade. Devido à complexidade do tema, foi necessário percorrer um longo caminho. Com a publicação da lei estadual nº 19.262, em 26 de abril de 2016, por exemplo, pudemos iniciar o credenciamento de empresas para a confecção do selo, que deverão constar nas peças usadas, e sua rastreabilidade. Todas as empresas que atenderem aos requisitos podem se credenciar.

A norma estadual também criou a Gerência de Ação Integrada na estrutura da autarquia, em substituição à comissão que já vinha implantando medidas estruturais para adequação do setor de revenda de peças usadas à legislação nacional.

As empresas cadastradas para revenda de peças no Estado estão sendo orientadas a se adequarem à exigência da nova legislação. O Detran-GO elaborou uma cartilha para orientação desses empresários. Também foi firmado convênio com a Polícia Civil que irá auxiliar na prevenção e combate do comércio irregular de peças usadas.

Agora, para que os usuários possam usufruir de forma plena dos benefícios que a legislação poderá trazer é necessário que haja um sistema nacional integrado, interligando os dados de todos os estados. Nesse ponto, o Sincor tem papel imprescindível, pois pode atuar junto às entidades nacionais, contribuindo para que o Departamento Nacional de Trânsito tenha condições de fazer esse intercâmbio de informações o quanto antes.

. Temas como Pátio Legal, Seguro DPVAT e campanhas de educação para o trânsito podem ser alvo de projetos em parceria com o setor de seguros? De que forma?

Manoel Xavier – O Detran-GO está aberto a toda e qualquer parceria que tenha comum interesse com a sociedade e atenda às necessidades da nossa população. Nesse sentido, estamos abertos para acatar sugestões e debater temas que nos ajude a evoluir para um trânsito mais humano e seguro. Por isso, esperamos criar um canal de comunicação permanente com o Sincor.

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