Escola de Governo oferece curso de Libras e prioriza atendimento inclusivo ao público

Visando o atendimento inclusivo no serviço público às pessoas com deficiência auditiva, o Governo de Goiás, por meio da Escola de Governo Henrique Santillo, abriu o curso de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Serão 40 horas de capacitação, distribuídas no período matutino, com aulas de 10/6 a 25/6. As inscrições podem ser feitas no Portal do Aluno.

Quem já viveu a experiência de um atendimento inadequado sabe os transtornos que podem gerar. É o caso de Maisa Silva, 46 anos, surda moderada, professora de Libras para ouvintes, que esteve em um órgão público estadual e não contou com a ajuda de um intérprete. Sem conseguir se comunicar com o atendente, Maísa entendeu que seu documento já havia sido enviado para sua casa, quando na verdade chegaria três dias depois. A confusão fez com que ela retornasse ao órgão.  

Para Maisa nem sempre é possível ter um surdo oralizado que possui mais facilidade no entendimento da língua portuguesa ou mesmo de ter um profissional intérprete à disposição para lidar com as situações do cotidiano. Quando pode, é Cristiane Siqueira, 42 anos, surda profunda e odontóloga que auxilia Maisa Silva. Isso porque, Cristiane é oralizada e se comunica mais facilmente com o universo ouvinte.

Metodologia

O Curso básico de Libras auxilia servidores públicos a melhorar a qualidade dos serviços em áreas envolvidas no atendimento direto ao cidadão, como segurança, saúde e educação. As unidades Vapt Vupt, que são locais com grande quantidade de atendimentos, têm uma alta demanda pela formação em Libras. 

Gessilma Dias, professora intérprete de Libras na Escola de Governo lembra que qualquer pessoa pode aprender Libras. E mesmo que nem todos os alunos tenham perfil para intérprete, é importante fazer com que a língua de sinais seja aprendida e exercitada de forma eficiente pelos servidores em benefício da pessoa surda, enquanto cidadã.

A Escola de Governo utiliza uma metodologia envolvendo recursos didáticos diversos como apostila e encenação teatral, na qual cada grupo de alunos deve construir um roteiro, uma história utilizando sinais que representam documentos, cargos governamentais, profissões, cidades, estados e capitais, explica Gessilma Dias.

Além disso, atuam em sala de aula um professor regente que tem a prioridade da condução da aula e é “nativo da Língua”, que é o caso do professor Hiram Alcântara, que convive com uma surdez profunda. Já o papel do professor intérprete, desempenhado por Gessilma Dias, segue auxiliando na mediação da comunicação entre os alunos ouvintes e o professor surdo.

Governo na palma da mão

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