Goiás investe mais de R$ 2,5 milhões no apoio a mulheres na ciência
Programa Goianas na Ciência e Inovação fomentou mais de 100 projetos de pesquisa, extensão, além de novos negócios inovadores, impactando milhares de pessoas
O governo de Goiás já investiu mais de R$ 2,5 milhões no apoio direto a projetos e pesquisas comandados por mulheres em Goiás, impactando a vida de milhares de mulheres e meninas, por meio do programa Goianas na Ciência e Inovação. Iniciativa inédita no país, o programa envolve fomento à participação feminina na ciência e em projetos de extensão nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e Computação liderados por pesquisadoras, assim como incentivo ao empreendedorismo inovador.
O programa é uma ação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), o Hub Goiás e as Escolas do Futuro de Goiás (EFGs). Desde 2024, já foram apoiados 31 projetos voltados para meninas e mulheres nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e Computação, 30 negócios voltados à inovação comandados por mulheres e 57 projetos de mulheres com intenção de transformar ideias em negócios.
Os números foram apresentados ao público durante evento em comemoração ao Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, comemorado neste dia 11. Gerente de Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secti, Daniele Silva afirma a importância do programa. “O Goianas na Ciência e Inovação é uma ferramenta de transformação social que abre portas para mulheres e meninas em áreas onde elas ainda são minoria. Estamos construindo um legado de igualdade e inovação para o futuro de Goiás.”
O programa tem, atualmente, três linhas de frente voltadas para pesquisa e extensão, e apoio a novos negócios inovadores. A primeira frente é comandada pela Fapeg, que já contemplou 31 projetos comandados por mulheres desde 2024, com apoios que vão de R$ 16 mil a R$ 100 mil. Dentre os projetos, estão o desenvolvimento de uma turbina eólica otimizada para o estado de Goiás, tecnologias inovadoras para detecção de bactérias resistentes a antibióticos, tanto para diagnóstico clínico quanto para monitoramento em esgoto, assim como uma série de projetos de popularização e interiorização da ciência.
Os projetos são realizados em cidades como Goiânia, Jataí, Luziânia, Palmeiras de Goiás, Quirinópolis, Anápolis, Catalão, Rio Verde e Uruaçu, com o envolvimento de instituições como Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Goiás (IFG), Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Universidade Federal de Catalão (UFCAT) e Senai.
Para a gerente de Inovação da Fapeg, Polyana Mendonça, iniciativas como o Goianas na Ciência e Inovação são fundamentais para reduzir desigualdades e ampliar o protagonismo feminino na pesquisa e no empreendedorismo. “A ciência e a inovação só avançam de verdade quando há diversidade de pensamento e oportunidades para todas as pessoas. Editais como os do Goianas na Ciência e Inovação garantem que mais mulheres possam liderar pesquisas, criar negócios inovadores e transformar realidades. Ao fomentar essas iniciativas, estamos construindo um ecossistema mais equitativo, em que o talento e a competência são os verdadeiros protagonistas”.
Empreendedorismo
As outras duas frentes do programa são comandadas pelas Escolas do Futuro de Goiás e pelo Hub Goiás, o primeiro Centro de Excelência público em Empreendedorismo Inovador do Centro-Oeste. Por meio do edital Eleve, o Hub Goiás está apoiando 20 negócios liderados por mulheres, que estão em processo de incubação. Na fase final, 10 negócios receberão um fomento de R$ 50 mil, cada. O edital contou ainda com o apoio de 32 madrinhas e 30 mentoras especialistas, que acompanharam e fortaleceram as participantes ao longo do processo.
Já nas EFGs apoiam mulheres que tenham ideias e queiram transformá-las em novos negócios, dando mentorias gratuitas e possibilitando o uso dos Ambientes de Inovação das unidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Mineiros, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás — os ambientes são formados por laboratórios equipados com impressoras 3D, computadores de alto processamento, além de coworking, estúdio TV Web e laboratório de pré-incubação.
Impacto além dos números
Além dos resultados quantitativos, o Goianas na Ciência e Inovação tem um papel transformador na promoção da equidade de gênero no cenário científico, tecnológico e empreendedor de Goiás. Ao investir em mulheres e meninas, a Secti fortalece a presença feminina em áreas tradicionalmente masculinizadas e inspira futuras gerações a seguirem carreiras inovadoras, e incentivando a participação de mulheres também em outros programas da Secti.
Um exemplo é o programa Negócios Inovadores de Impacto Socioambiental (NIIS), executado pelo Hub Goiás. O programa, que garante apoio em dinheiro para negócios voltados para gerar impactos positivos no meio ambiente, por meio da tecnologia e da inovação, teve 43% de negócios comandados por mulheres entre seus participantes no primeiro ciclo e 35,5%, no segundo.
Na primeira Olimpíada de Inteligência Artificial Aplicada, iniciativa da Secti na Campus Party Goiás 2024, em parceria com o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia-UFG), sete das nove equipes vencedoras eram compostas majoritariamente por meninas. A olimpíadas reuniu alunos das escolas estaduais de ensino básico e técnico. Além disso, os cursos técnicos de tecnologia das Escolas do Futuro de Goiás já certificaram mais de 18 mil mulheres desde 2021.
“Programas como este são de suma importância para a retenção das mulheres e meninas na ciência. Fico muito feliz de ver este movimento e ações do governo de Goiás, justamente porque nós temos vários desafios ao longo do nosso dia a dia, e esses apoios são fundamentais para que a gente possa desenvolver uma ciência com mais inovação e benefícios para nossa sociedade”, afirma Heloisy Rodrigues, primeira mulher a se formar em Inteligência Artificial na América Latina.
Fotos: André Bianchi
Legenda 1: Jovens têm primeiro contato com ferramentas de ciência e inovação nas escolas estaduais
Legenda 2: A gerente de Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secti, Daniele Silva apresenta os resultados do programa Goianas na Ciência e Inovação
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – Governo de Goiás