Centro de Inteligência Artificial de Goiás se torna referência nacional em tecnologia

Modelo inédito no Brasil, Centros de Competência vão colocar o país no mapa das tendências em inovação, em áreas como 5G e 6G, tecnologias imersivas para mundos virtuais e Open RAN; Governo de Goiás apoia o Ceia

 

O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) anunciaram, nesta quarta-feira (24), as instituições selecionadas para formação de três Centros de Competência (CCs) em áreas de tecnologia de fronteira, como 5G e 6G, tecnologias imersivas aplicadas a mundos virtuais e Open RAN (Open Radio Access Networks). O Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (CEIA-UFG), que tem apoio do Governo de Goiás, é um deles.

O CEIA foi selecionado para ser o Centro de Competência de Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais e receberá R$ 60 milhões para pesquisas em setores de inovação. Serão realizadas pesquisas em tecnologias que visam simular o mundo físico por meio da realidade virtual, criando um sentimento de imersão, estimulando os sentidos – visão, audição, tato, olfato, paladar – e criando sensações reais.

No anúncio, feito em Brasília, a ministra Luciana Santos, disse que os Centros de Competência serão fundamentais na estratégia de reindustrializar o país em novas bases. “Ao criar hubs de inovação, os Centros de Competência vão atrair mão de obra qualificada, estimular atividades de pesquisa e desenvolvimento, além de formar recursos humanos e contribuir para o desenvolvimento de soluções de alta complexidade tecnológica”.

Em sua fala, a diretora executiva do CEIA, Telma Woerle de Lima Soares, agradeceu aos parceiros, entre eles a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), e afirmou que a Inteligência Artificial será uma das principais pontos a acelerar o desenvolvimento de tecnologias imersivas. “Recebemos com alegria, motivação e senso de responsabilidade para conduzir esta missão pelo país e gerar emprego e renda ao ecossistema de pesquisa e inovação”.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás, José Frederico Lyra Netto, diz que a escolha do CEIA é o reconhecimento de que Goiás faz ciência e inovação de ponta no Brasil. “É também um indicativo que consolida Goiás como um centro de referência tecnológico e de Inteligência Artificial no país. Além disso, enquanto política pública, o resultado coroa a união entre o governo estadual, que apoia o centro de excelência; a academia, com a formação de talentos; e o mercado, uma vez que o CEIA tem parcerias com várias startups e empresas.”

No total, serão investidos R$ 180 milhões nos três Centros de Competência (CCs) já anunciados para a realização de pesquisas em setores de tendências de inovação e para a formação de competências tecnológicas. Com o apoio dos CCs, a indústria brasileira poderá acompanhar esse movimento e acessar as possibilidades oferecidas por tecnologias ainda emergentes.

Além do CEIA, foram anunciados CCs também: o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), em Campinas (SP); e o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí (MG). O primeiro vai atuar na temática de Open RAN, que visa o desenvolvimento de tecnologias abertas para infraestrutura de redes de telecomunicações. Atualmente, essas redes são dependentes dos poucos fornecedores e de soluções proprietárias.

O Open RAN permitirá que empresas se especializem no desenvolvimento de software e hardware, a partir de especificações abertas, permitindo o surgimento de novas empresas no segmento, e tornará mais fácil para que as operadoras de redes utilizem soluções de fornecedores distintos e de novos componentes. A intenção é permitir a combinação de soluções tecnológicas, independentemente do fornecedor e permitirá que os sistemas das operadoras de telecomunicações possam mover seus sistemas para a nuvem, dentro de um processo de virtualização da infraestrutura de rede.

Já o Inatel foi selecionado para o Centro de Competência na área de Tecnologia e Infraestruturas de Conectividade 5G e 6G. Apesar de já estar em implantação em todo o mundo, atividades de pesquisa ainda estão em andamento para complementar as especificações atuais das redes 5G. Em paralelo, já está em curso em instituições de pesquisa e em fóruns internacionais o desenvolvimento de normas e padrões para a próxima geração de redes móveis – o 6G.

Ele poderá viabilizar a implementação de aplicações baseadas em tecnologias que exigem elevadas taxas de transferência e baixa latência, como transporte autônomos, cirurgias à distância, tecnologias vestíveis, entre outros. A tendência é que o 6G possua uma taxa de transferência de 1 Terabit por segundo – atingindo, pela primeira vez, a frequência do Terahertz (THz) -, enquanto o 5G possui 1 Gigabit por segundo – operando nas frequências de Gigahertz (GHz).

 

Investimentos

O modelo de Centros de Competência é inédito no Brasil e estes são os três primeiros de nove CCs que a Embrapii vai anunciar em todo o Brasil ainda neste ano. Ao todo, a Embrapii vai investir R$ 495 milhões para criação dos CCs, sem incluir os recursos de outras fontes que os centros de pesquisa selecionados irão captar, incluindo de empresas associadas à Associação Tecnológica. Ainda serão anunciados os resultados para as áreas de Terapias Avançadas, Segurança Cibernética; Plataformas de Hardware Inteligentes e Conectados; e Tecnologia Quântica.

A iniciativa é realizada em parceria com o MCTI, com recursos financeiros oriundos do Programa Prioritários PPI IoT/Manufatura 4.0. A Chamada Pública 01/2022, que prevê a seleção dos CCs, foi publicada no último ano, com início do processo de seleção em agosto.

Os três CCs já anunciados receberão investimento de R$ 180 milhões, sendo R$ 60 milhões para cada instituição selecionada. Os recursos serão aplicados em um período de 42 meses em uma série de ações que combinam ampliação e fortalecimento de competência científica e tecnológica em PD&I; formação e capacitação de recursos humanos nessas áreas; associação tecnológica (modelo membership) e atração e criação de startups.

Os CCs vão potencializar e fortalecer as Instituições Científicas, Tecnológicas (ICTs) que já possuem competência na área temática, bem como desenvolver conhecimentos para atender aos desafios tecnológicos empresariais. Além disso, deverão se tornar em Hubs de inovação nas regiões onde estiverem sediados. A presença dos Centros atrai mão de obra qualificada, empresas e investimentos relacionados com atividades de PD&I, gerando, por consequência, um aumento do IDH e do PIB per capita da região.

 

Sobre a Embrapii

A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com instituições de pesquisa, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial, com o objetivo de fomentar a inovação na indústria. Para isso, conecta pesquisa e empresas, e divide riscos, ao aportar recursos não reembolsáveis em projetos que levem à introdução de novos produtos e processos no mercado.

Para ter acesso ao modelo, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à Unidade com a competência técnica que se enquadra às necessidades de seu projeto. A Embrapii possui contrato de gestão com o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Foto: Bruno Cunha/CEIA-UFG

 

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