Professor da EFG Luiz Rassi representa Goiás em congresso internacional realizado na Bolívia
Pablo Lopes apresentou os resultados do primeiro estudo a abordar a temática cultural no município de Aparecida de Goiânia
O professor e coordenador de grupos de Pesquisa em Inovação da Escola do Futuro de Goiás (EFG) Luiz Rassi, Pablo Lopes apresentou, nesta quarta-feira (19/05), os resultados de uma pesquisa sobre os agentes culturais de Aparecida na III Jornada Internacional de Gestão Cultural, em Santa Cruz de La Cierra, na Bolívia. Pablo foi convidado pela Red de Gestores Culturales da Latinoamerica para integrar o time de conferencistas do evento, que termina nesta sexta-feira (19/05).
A conferência é um principais encontros sobre gestão cultural na América Latina e traz como tema deste ano a “Epistemologia da Gestão Cultural”. O evento tem como objetivo analisar e refletir sobre o pensamento da gestão cultural, seu contexto teórico e prático e as relações com as artes, o patrimônio cultural, a política cultural e os direitos culturais. Entre os conferencistas, há representantes da Argentina, Equador, Colômbia, México e Brasil.
Pablo apresentou os resultados do primeiro estudo a abordar a temática cultural no município de Aparecida de Goiânia, intitulado “Perfil dos Trabalhadores da Cultura em Aparecida de Goiânia”. O levantamento, conduzido pelo Grupo de Pesquisa e Inovação Lab Cultura da EFG Luiz Rassi, traçou os indicadores culturais na cidade e o perfil socioeconômico dos trabalhadores deste setor.
O professor conta que, durante a sua apresentação, houve uma troca de experiências com pesquisadores da Bolívia, Espanha, Argentina e Chile. “Verificamos como ainda é frágil, dentro das políticas públicas, principalmente no setor cultural e da economia criativa, pensar os indicadores e compreender o perfil das pessoas que são atendidas por programas ou desenhos institucionais”, analisa.
Enquanto Escola do Futuro, Pablo Lopes explica que a participação na conferência internacional amplia as possibilidades e estabelece redes e conexões com outros países. “É a Escola sendo divulgada neste contexto. Eles ficaram encantados com a forma como a Escola é organizada e gerida. Os espaços de coworking, os entendimentos sobre economia do futuro e a formação para esses vínculos da inovação, da economia criativa e dos saberes”.
Resultados da pesquisa
A pesquisa “Perfil dos Trabalhadores da Cultura em Aparecida de Goiânia” foi realizada entre os meses de outubro de 2022 e janeiro de 2023, e detalhou os desafios dos profissionais do setor cultural de Aparecida de Goiânia, dentro de uma extensa cadeia produtiva e atividades de criação artística, cultural e processos técnicos.
Os resultados mostram que apenas 21% dos profissionais do setor cultural de Aparecida de Goiânia nasceram no município. A maioria veio de outras cidades e regiões do país. Ao responder sobre a área de atuação, 53% dos entrevistados se identificaram como artistas, seguido por produtor cultural (13%) e educador (12%).
Em relação ao segmento cultural em que mais atuam, o artesanato predomina. “Isso se explica porque o artesanato possui uma fácil transmissão de saberes entre pessoas do mesmo grupo familiar”, analisa Pablo. Na sequência, são citadas dança, música, teatro e hip hop, movimentando as produções e apresentações artísticas.
O levantamento também aponta que o segmento ocupa lugar relevante no trabalho criativo, integrando novas cadeias de serviços. No entanto, uma parcela significativa dos agentes culturais aparecidenses (42%) não está ligada a nenhuma forma de associativismo. “Um dado alarmante porque aponta uma fragilidade do setor e a realidade que leva à necessidade de uma maior organização dos trabalhadores”, pondera o pesquisador.
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