Fapeg articula consolidação de centro de pesquisa em mineração em Catalão
R$ 4 milhões serão investidos para fomentar estudos de impacto
A diretoria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) visitou unidades empresariais e acadêmicas do município de Catalão na última sexta-feira (10). Participaram das visitas o presidente da Fapeg, Robson Vieira, e o diretor científico da instituição, Marcos Arriel.
A Fapeg irá investir R$ 4 milhões para o desenvolvimento de pesquisas na área de mineração no município e o objetivo da visita foi identificar demandas e oportunidades onde o investimento será aplicado.
O Laboratório de Modelamento e Pesquisa em Processamento Mineral (Lamppmin) da Universidade Federal de Catalão (UFCat) foi um dos espaços visitados. A unidade de pesquisa iniciou suas atividades em 2013 e hoje conta com sede própria, estruturada unicamente com recursos oriundos de projetos de pesquisa desenvolvidos internamente.
“O recurso da Fapeg seria investido especialmente na aquisição de máquinas, para que tenhamos estrutura para atender a demanda das mineradoras da região e competir com os maiores laboratórios do país”, explicou o professor André Carlos da Silva, um dos responsáveis pelo Lamppmin.
O presidente da Fapeg, Robson Vieira, declarou que o laboratório segue a tendência de projetos que a Fundação tem interesse em fomentar. “Queremos investir em unidades que possam desenvolver pesquisa de interesse da indústria, que possa ser revertida em benefício da sociedade”, avaliou.
Laboratórios
De acordo com o professor André Carlos, O Lamppmin já detém o registro de sete patentes e tem condições de desenvolver dois produtos de interesse do setor de construção civil: o beneficiamento da areia extraída no município de Pirenópolis, que atualmente é inadequada para uso de edificações por conter grande percentual de mica (mineral que permite infiltração de água na areia), e um concreto magnético.
A coordenadora do laboratório, professora Elenice Maria Schons Silva, declarou que há outras possibilidades de capitalização do trabalho realizado pleo Lamppmin. “É possível gerar muito recurso dentro do laboratório, para além da venda de matéria-prima, a exemplo da extração de minerais para o setor de cosméticos”, projetou Schons.
A diretoria da Fapeg visitou ainda laboratórios de robótica e de tecnologia assistiva e o Centro de Empreendedorismo e Incubação de Empresas – Athenas da UFCat. Também participaram das visitas o coordenador de Pesquisa e Pós-graduação da UFCat, José Júlio de Cerqueira Pituba, e o professor Marcelo Henrique Stoppa.
Para que as unidades recebam o recurso da Fapeg, será necessário que apresentem um projeto único, que contemple um plano de negócios simplificado, capaz de mostrar a viabilidade e sustentabilidade das unidades no atendimento do setor de mineração. “Mesmo que as unidades funcionem em espaços separados, é preciso haja uma governança que se responsabilize por coordenar a execução dos projetos de maneira eficiente”, determinou o diretor científico da Fapeg, Marcos Arriel.
Robson Vieira reforçou ainda a importância de o investimento ser realizado em laboratórios que apresentem profissionalismo na gestão, que garanta sua sustentabilidade econômica ao longo dos anos. “Nosso objetivo é que seja consolidada uma unidade forte, que possa contribuir pro avanço da pesquisa, mas que tenha sustentabilidade ao longo dos anos”, projetou.
Mineradora
A diretoria da Fapeg visitou ainda unidade de extração de nióbio da mineradora Cmoc, localizada entre os municípios de Catalão e Ouvidor. O objetivo do encontro foi identificar onde a Fundação pode canalizar investimentos para atender demandas da mineradora e, consequentemente, melhorar sua atuação no município.
“Precisamos tirar a pesquisa da gaveta e trazer para a indústria. Queremos investir na montagem de uma estrutura que seja útil para a mineradora”, pontou o presidente da Fapeg, Robson Vieira, durante a reunião.
O gerente de Operações, Qualidade e Processos da Cmoc, Joselito Silva, afirmou que a mineradora tem alto interesse em pesquisa e já investiu R$ 12 milhões na construção de um laboratório próprio. “Só que isso não é suficiente. Temos a demanda por especialistas que desenvolvam pesquisas de longo prazo”, afirmou Silva.
Alessandra Achcar Monteiro Silva, coordenadora de Desenvolvimento e Processos, considerou ainda que uma parceria com a Fapeg e a UFCat pode auxiliar a indústria a desenvolver soluções mais ágeis. “Temos muitos projetos e potencial. Nós vamos longe buscar soluções e, se tivermos uma unidade que nos atenda aqui em Catalão, podemos melhor a agilidade dos nossos processos”, considerou.
O presidente da Fapeg se comprometeu a desenvolver um planejamento para estruturação do centro de estudos de mineração, em parceria com a UFCat, e apresentar para a Cmoc. “Nosso objetivo é fomentar pesquisa de impacto e valor agregado. Com essa parceria, estamos avançando pelo caminho certo”, avaliou Robson Vieira.