Secretário de Desenvolvimento prestigia palestra do filósofo Clóvis de Barros

Em palestra ministrada nesta terça-feira (9) na Tecnoshow, em Rio Verde, o filósofo e professor de Ética da Universidade de São Paulo (USP), Clóvis de Barros Filho, ensinou importantes lições sobre empreendedorismo, agronegócio e a necessidade da ética e da colaboração entre todos para a construção de uma sociedade mais justa.

“A vida em sociedade é interdependente. Eu me alimento do que vocês produzem, e vocês se alimentam de coisas que eu digo”, explicou o filósofo, que foi recebido por estudantes, produtores rurais e funcionários de empresas ligadas ao setor do agronegócio que lotaram o auditório. O evento contou também com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Adriano da Rocha Lima. O Secretário é coautor do livro: Inovação E Traição: Um ensaio sobre a fidelidade e a tecnologia, juntamente com Clóvis de Barros Filho, que permeia questões sobre o desafio da inovação e faz uma análise do que existe de bom e de perigoso em renovar e inventar.

Com o argumento de que “muito alimento e muita fome podem conviver na mesma feira”, Clóvis de Barros Filho explicou que só a cooperação, a parceria e a colaboração entre todos os setores podem transformar positivamente a sociedade. O filósofo e professor da USP usou uma metáfora de uma aula para explicar o conceito de ética e como a compreensão dele pode ajudar a construir uma sociedade mais justa.

“A ética tem um valor, que é aprender. O princípio de conduta para isso seria a pontualidade, e a regra é que a aula começa às 19h30, sendo que depois desse horário ninguém pode mais entrar. Para quem mora perto da faculdade, possui carro próprio e não trabalha é fácil, mas e para quem precisa trabalhar o dia todo, só pode estudar à noite e depende do transporte público? ”, questionou.

Segundo Clóvis, pode ser mais fácil e prático defender o que é conveniente para nós, mas, para que haja uma sociedade justa, é preciso levar em conta também o bem de todos.

Empreendedorismo

Falando para uma plateia repleta de produtores e trabalhadores rurais, o filósofo citou o filósofo grego Epicteto, chamado por ele de pai do empreendedorismo. A razão disso é que, segundo Clóvis, Epicteto foi pioneiro em destacar que o sucesso só acontece para quem se arrisca, sem medo de fracassar. “O empreendedor assume todos os riscos, aposta alto sem medo de errar e, se errar, tenta até acertar”, explicou.

Outro filósofo grego citado pelo professor da USP foi Aristóteles, que definiu o conceito de “razão para existir” como aquilo que define a existência de cada pessoa. A goiabeira, por exemplo, existe para dar goiabas, explicou Clóvis de Barros Filho, e chega ao seu ápice ao frutificar, e conclui, que a felicidade acontece quando o ser humano consegue o seu “desabrochar”, ser o melhor do que se pode ser.  

 

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