Vendas no comércio varejista crescem 11,3% em novembro em Goiás.


Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Comércio Varejista de Goiás apresentou em novembro, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 11,30% sobre novembro do ano anterior, de 3,92% no acumulado dos 11 primeiros meses do ano e 3,90% nos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 11,44%, 7,89% e de 8,03%, respectivamente. O índice com ajuste sazonal apresentou aumento de 12,55% no volume de vendas e de 13,20% na receita nominal de vendas na relação novembro09/novembro08.
O incremento no volume de vendas e na receita nominal de vendas em novembro, sobre novembro do ano anterior, ficou acima do percentual nacional tanto no índice do comércio varejista geral quanto no ampliado, porém no acumulado dos 11 primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses os resultados nacionais foram melhores com incrementos maiores que o estadual, conforme é demonstrado nas tabelas 1 e 2.
Na comparação novembro09/novembro08, Goiás é o 6º estado em crescimento do volume de vendas, ficando atrás do Acre, Rondônia, Roraima, Sergipe e Alagoas, estando acima da taxa nacional de 8,71%. Em relação ao comércio varejista ampliado, Goiás apresentou a 2º maior taxa de crescimento, ficando atrás apenas do Acre, que obteve um incremento de 23,1%.
Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil: Variação do Volume de Vendas no comércio varejista –  novembro de 2009
Segmentos
Variação (%)
Brasil
Goiás
nov*
No ano
12 meses
nov*
No ano
12 meses
Comércio varejista geral
8,71
5,47
5,29
11,30
3,92
3,90
Combustíveis e Lubrificantes
3,02
0,40
0,88
-0,36
-4,14
-2,59
Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo
8,22
8,17
7,69
12,11
7,89
7,26
Hipermercados e Supermercados
7,91
7,95
7,47
11,98
7,75
7,10
Tecidos, vestuários e calçados
4,84
-4,27
-4,62
7,48
-0,17
-0,57
Móveis e eletrodomésticos
13,85
0,67
1,09
17,06
-0,68
-0,48
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos
12,34
11,97
12,18
13,08
11,53
10,84
Livros, jornais, revistas e papelaria
8,81
9,57
10,05
1,69
-0,84
-1,03
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
19,16
11,78
14,32
-17,24
-7,09
-7,79
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
7,16
8,63
7,91
3,82
22,78
23,04
Comércio varejista ampliado geral
16,35
6,04
5,57
22,86
4,51
4,03
Veículos, motores, partes e peças
37,10
9,62
8,49
43,06
7,39
6,24
Material de construção
4,66
-7,69
-7,38
4,78
-10,91
-10,21
* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
 
Tabela 2 – Estado de Goiás e Brasil: Variação da Receita Nominal no comércio varejista – novembro de 2009
Segmentos
Variação (%)
Brasil
Goiás
nov*
No ano
12 meses
nov*
No ano
12 meses
Comércio varejista geral
10,99
9,80
9,77
11,44
7,89
8,03
Combustíveis e Lubrificantes
5,22
1,29
1,73
1,32
0,48
1,85
Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo
10,05
13,31
13,33
12,25
12,90
12,74
Hipermercados e Supermercados
9,80
13,07
13,08
12,15
12,73
12,56
Tecidos, vestuários e calçados
11,10
2,52
2,23
11,95
5,75
5,48
Móveis e eletrodomésticos
11,70
0,07
0,43
12,87
-1,33
-0,92
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos
18,53
18,51
18,53
20,74
19,36
18,26
Livros, jornais, revistas e papelaria
13,95
14,04
14,30
6,61
3,56
3,29
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
12,64
6,01
7,50
-21,16
-11,45
-12,28
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
16,68
18,19
17,13
10,63
29,56
29,52
Comércio varejista ampliado geral
15,82
6,92
6,80
19,04
3,74
3,65
Veículos, motores, partes e peças
29,31
2,91
2,27
32,77
0,42
-0,23
Material de construção
9,17
1,51
2,13
8,34
-2,69
-1,69
* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
 
Atentando-se para a média móvel de 03 meses das vendas (Gráfico 1), percebe-se que houve desaceleração do crescimento a partir do 2º semestre de 2008. Porém, a tendência de queda do volume de vendas parece ter se estabilizado e em novembro deste ano essa média, 7,93%, já se apresentou maior que a média móvel do mesmo período do ano anterior, com crescimento de 5,79%.
Na média móvel de 12 meses, as vendas ainda apontam para um esfriamento do comércio puxado pela situação conjuntural desde outubro/2008 com o índice apresentando uma queda no crescimento. Como esse índice é uma média dos percentuais de crescimento dos 12 meses, a média móvel abrange todo o período de crise econômica com percentuais baixos de crescimento, sendo um reflexo do que significou essa crise para o comércio varejista. O mês de novembro apresentou um crescimento de 3,86%, crescimento bem inferior quando comparado à média móvel deste mês no ano de 2008, em que este índice apresentou um crescimento de 9,04%.
 
Na média móvel de 3 meses, a receita de vendas apresentou um aumento de 9,09%. A média móvel de 12 meses apresentou queda no crescimento desde o final de 2008 e em novembro apresentou um acréscimo de 7,98%.
 
RESULTADOS SETORIAIS 

Nos resultados sobre o mesmo período do ano anterior, oito das dez atividades obtiveram variações positivas em termos de volume de vendas, listadas a seguir pela ordem decrescente de magnitude das taxas: Veículos e motos, partes e peças (43,06%); Móveis e eletrodomésticos (17,06%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,08%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (12,11%); Tecidos, vestuário e calçados (7,48%); Material de construção (4,78%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,82%); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,69%). As variações negativas ocorreram em Combustíveis e lubrificantes (-0,36%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-17,24%).
A atividade Veículos e motos, partes e peças, que integra o Comércio Varejista Ampliado,apresentou o maior crescimento no volume de vendas na relação novembro09/novembro08, 43,06%. Essa atividade é uma das que mais se retraíram com os impactos iniciais da crise financeira internacional e se encontra afetada pelo reduzido volume de vendas de novembro de 2008 (-22,86%). No acumulado do ano e no acumulado dos últimos 12 meses, este crescimento ainda é bem inferior ao mesmo período do ano anterior demonstrando que o segmento foi afetado pela crise econômica. No que diz respeito à receita nominal de vendas, esta atividade também apresenta o maior crescimento, 32,77%, quando comparado novembro de 2009 com o ano anterior, mas no acumulado do ano o incremento foi de apenas 0,42%, sendo o primeiro mês de 2009 com uma variação positiva, e no acumulado dos últimos 12 meses o crescimento ainda é negativo, -0,23%. O resultado positivo foi alcançado graças à política de redução do IPI para veículos de até 2000 cilindradas implementada ainda no final de 2008, auxiliada no decorrer de 2009 pela gradativa retomada do crédito.

O aumento de 17,06% no volume de vendas em relação a novembro do ano passado da atividade Móveis e eletrodomésticos decorre não só de fatores econômicos, como a melhoria do crédito e queda dos preços da chamada linha branca proporcionada pela redução do IPI, entre outros; mas também de um fator estatístico: redução do ritmo de vendas no mês-base de comparação (novembro/08). Em termos acumulados, no entanto, o segmento revela uma menor taxa de desempenho: -0,68% e -0,48% nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, respectivamente. 

O segmento Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou crescimento de 13,08% nas vendas na comparação com novembro do ano passado e taxas acumuladas de 11,53% no ano e 10,84% para os últimos 12 meses. Para estes indicadores, o crescimento na receita nominal de vendas foi de 20,74%, 19,36% e 18,26%, respectivamente.Os principais fatores a contribuir para isto foram: a manutenção do crescimento da massa real de salários; a ampliação da oferta de medicamentos genéricos – estimulando o consumo por alternativas mais vantajosas de preços e a própria essencialidade dos produtos do gênero. Quanto ao aumento do consumo de genéricos, o crescimento chegou a 17,7% no acumulado dos nove primeiros meses de 2009 sobre o mesmo período de 2008, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos).
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentaram variação de 12,11% nas vendas em novembro, sobre igual mês do ano anterior, 7,89% no acumulado do ano e 7,26% nos últimos 12 meses. A receita nominal da atividade em novembro09/novembro08, nos acumulados dos onze primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses foram de 12,25%, 12,90% e 12,74%, respectivamente. Este desempenho foi proporcionado em grande parte pelo aumento da massa real de salários (3,0% de variação sobre novembro/08, segundo a PME, no que se refere à massa de rendimento real habitual dos ocupados) e pela estabilização dos preços dos alimentos (variação de 0,18% em 12 meses para o Grupo Alimentação, segundo o IPC); aliados à ampliação do programa de transferência de renda, que tem no bolsa família o principal destaque.
O segmentoTecidos, vestuário e calçado,apresentou crescimento de 7,48% nas vendas na comparação com novembro do ano passado. Porém as taxas acumuladas no ano e nos últimos 12 meses foram negativas, com decréscimos respectivos de -0,17% e -0,57%. Para as taxas acumuladas estes indicadores apresentaram resultados positivos para a receita nominal de vendas de 11,95%, 5,75% e 5,48%, respectivamente.
A atividade Material de Construção apresentou o primeiro resultado positivo após 12 meses de queda com alta no volume de vendas de 4,78%, mas ainda apresenta resultados acumulados negativos da ordem de -10,91% para os onze primeiros meses do ano e de -10,21% para os últimos 12 meses. Esses resultados mostram que mesmo com os incentivos oficiais de redução do IPI para um conjunto de produtos básicos do ramo, implementados a partir de abril/09, o segmento não se recuperou, portanto, dos efeitos da crise financeira.
A atividade Outros artigos de uso pessoal e doméstico, queapresentou o maior crescimento no volume de vendas na relação outubro09/outubro08, em novembro obteve um crescimento mais discreto, com aumento de 3,82%. Porém no acumulado do ano e no acumulado dos últimos 12 meses este segmento possui o maior incremento, 22,78% e 23,04%, respectivamente. Este foi o segmento do comércio varejista menos afetado pela crise econômica mundial.
Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação nas vendas em novembro, sobre igual mês do ano anterior, de 1,69%, variação de -0,84% no acumulado do ano e de -1,03% no acumulado de 12 meses. As variações de receita nominal foram de 6,61% sobre novembro de 2008, 3,56% no acumulado de 2009 e de 3,29% no acumulado de 12 meses.
A atividade Combustíveis e lubrificantes apresentou a 7º queda consecutiva no volume de vendas, na comparação com o ano anterior, -0,36%. A receita nominal apresentou resultado positivo com crescimento de 1,32% para este indicador. No acumulado do ano há queda de 4,14% no volume de vendas e crescimento de 0,48% na receita nominal. No acumulado de 12 meses a queda é de 2,59% no volume de vendas e crescimento de 1,85% nas receitas.
O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, obteve o maior decréscimo, com queda de 17,24%, resultado bastante diferente do nacional que apresentou crescimento de 19,16% na relação novembro09/novembro08. Para a receita nominal a queda é maior, -21,16%, enquanto o indicador nacional apresentou crescimento de 12,64%.

Equipe de Conjuntura da Seplan:

 

Dinamar Ferreira Marques
Marcos Fernando Arriel
Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha
Lucelena Fátima de Melo
Rafael Marques de Camargos
Daniela Vieira de Oliveira
Eduiges Romanatto

 

Governo na palma da mão

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