Taxa de desocupação em Goiás eleva-se para 10,2% no primeiro trimestre de 2018


A taxa de desocupação ou desemprego de Goiás elevou-se para 10,2% no primeiro trimestre de 2018, o que representa um aumento de 0,8% em relação ao último trimestre de 2017, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC-IBGE). Esse resultado constitui o segundo aumento consecutivo na taxa de desemprego após o maior pico de desemprego da série histórica iniciada em 2012. As expectativas de que a partir do segundo trimestre de 2017 haveria o retorno sustentado do crescimento econômico, conjuntamente com a redução gradual do desemprego, foram frustradas após esses dois resultados negativos consecutivos (Gráfico 1).

O aumento do desemprego não está restrito apenas a Goiás, pelo contrário, como pode ser observado na Tabela 1, o desemprego elevou-se em todas as regiões do país. A taxa de desemprego do Brasil elevou-se para 13,1% no primeiro trimestre de 2018, taxa 1,3% maior do que a do último trimestre de 2017. As maiores taxas de desemprego são das regiões Nordeste e Sudeste, com 15,9% e 13,8%, respectivamente.

Embora a taxa de desocupação de Goiânia seja menor do que a do estado em geral, o maior aumento da desocupação no primeiro trimestre de 2018 ocorreu na capital goiana, com aumento de 1,3%, alcançando a taxa de 8,4%. A região metropolitana de Goiânia apresentou desemprego semelhante ao do estado, a taxa de desocupação foi de 9,2% (Tabela 1).

O desemprego aumentou em todos estratos populacionais em Goiás, afetando principalmente as mulheres e os jovens de 18 a 24 anos, como pode ser observado na Tabela 3. O número de mulheres que tinham disposição para trabalhar e não encontraram emprego passou de 180 mil para 205 mil mulheres entre o último trimestre de 2017 e o primeiro trimestre de 2018, com a taxa de desocupação saltando de 11,1% para 12,9%. Em relação ao jovens de 18 a 24 anos, a taxa de desocupação foi de 21,1% no primeiro trimestre de 2018, o que representa um contingente de 114 mil jovens desocupados no estado.

De acordo com a Tabela 3, apenas houve redução na taxa de desocupação das pessoas com menos de um ano de estudo e com fundamental incompleto. Esse resultado pode estar relacionado, ou com o aumento da precarização dos postos de trabalho, ou com aumento da população desalentada, isto é, aquela que gostaria de trabalhar, porém perdeu as esperanças de conseguir emprego.

No Gráfico 2 é plotado o número de pessoas subutilizadas no mercado de trabalho. Esse contingente é formado pelas pessoas desocupadas, pelas pessoas desalentadas e pelas pessoas que estão subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, ou seja, gostariam de trabalhar mais horas, porém, não conseguem emprego. Verifica-se que essa população aumentou sensivelmente nos últimos anos, saltando de aproximadamente 300 mil pessoas no quarto trimestre de 2013 para aproximadamente 700 mil pessoas no primeiro trimestre de 2018.

Apesar do aumento da taxa de desocupação, houve aumento do número de trabalhadores com carteira assinada no primeiro trimestre de 2018. A estimativa da expansão do número de trabalhadores com carteira assinada foi 14 mil em relação ao último trimestre de 2017 (Tabela 4). Outro ponto que chama a atenção é o aumento do número de ocupados por insuficiência de horas trabalhadas, isto é, trabalhavam menos de 40 por semana e gostariam de trabalhar mais horas. Esse estrato populacional saltou de 67 mil pessoas no primeiro trimestre de 2016 para 149 mil pessoas no primeiro trimestre de 2018 (Tabela 4).

Na Tabela 5 é apresentado o rendimento médio real da população ocupada de Goiás por uma série de estratos populacionais. Verificou-se que a diferença entre o rendimento médio real dos homens e das mulheres aumentou em comparação aos períodos anteriores, aproximando-se de R$ 700,00. Por fim, na Tabela 6 são sintetizados os principais indicadores do mercado de trabalho goiano.

 

 

 

 

Tabela 1 – Taxa de Desocupação (Em %)

 

2016

2017

2018

 

1º Trim.

2º Trim.

3º Trim.

4º Trim.

1º Trim.

2º Trim.

3º Trim.

4º Trim.

1º Trim.

Brasil

10,9

11,3

11,8

12

13,7

13

12,4

11,8

13,1

                   

Centro-Oeste

9,7

9,7

10

10,9

12

10,6

9,7

9,4

10,5

Norte

10,5

11,2

11,4

12,7

14,2

12,5

12,2

11,3

12,7

Nordeste

12,8

13,2

14,1

14,4

16,3

15,8

14,8

13,8

15,9

Sudeste

11,4

11,7

12,3

12,3

14,2

13,6

13,2

12,6

13,8

Sul

7,3

8

7,9

7,7

9,3

8,4

7,9

7,7

8,4

                   

Mato Grosso do Sul

7,8

7

7,7

8,2

9,8

8,9

7,9

7,3

8,4

Mato Grosso

9,1

9,8

9

9,5

10,5

8,6

9,4

7,3

9,3

Distrito Federal

11,2

10,9

12

13,9

14,1

13,1

12,3

13,2

14

Goiás

10

10,2

10,5

11,2

12,7

11

9,2

9,4

10,2

                   

Região Metropolitana de Goiânia

8,8

9

9,7

10,5

10,9

9,8

7,8

8,7

9,2

Goiânia

9,1

7,7

7,9

8,3

8,9

8,1

6,8

7,1

8,4

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

 

 

 

Tabela 2 – Taxa de Desocupação de Goiás (Em %)

 

2016

2017

2018

 

1º Trim.

2º Trim.

3º Trim.

4º Trim.

1º Trim.

2º Trim.

3º Trim.

4º Trim.

1º Trim.

Total

10

10,2

10,5

11,2

12,7

11

9,2

9,4

10,2

                   

Homens

8,7

8,2

9

9,5

10,8

9,4

7,3

8

8,2

Mulheres

11,7

12,8

12,5

13,5

15,2

13,2

11,7

11,1

12,9

                   

18 a 24 anos

21,9

20

22

23,3

23,5

22,6

20,9

20,1

21,1

25 a 39 anos

9,1

9,2

8,6

9,8

11

9,1

7,3

8,3

8,9

40 a 59 anos

5,5

5,3

6,1

6

8

6,4

5

5

5,8

60 anos ou mais

3,8

4,7

2,5

3

4,6

4

3,2

2,4

2,6

                   

Sem instrução e menos de 1 ano de estudo

9,5

9,9

6,9

12,4

11,8

10,9

8,4

11

8,2

Fundamental incompleto

9,1

10,6

11,9

11,3

13,4

11,8

9,6

9

8,5

Fundamental completo

9,9

9,4

12,1

14,3

12,7

12,9

9,4

10,8

13,4

Médio incompleto

15,2

19,4

17,9

19,4

19,7

20,4

14,7

16,9

18,8

Médio completo

11,5

9,8

9,5

Governo na palma da mão

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