Setor de serviçosrecua 8,0% em Goiásno mês de novembro
A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou queda de 8,0% no volume de serviços na comparação entre novembro de 2015 e 2014. Nesta mesma métrica, apenas Roraima, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins e Pará apresentaram crescimento, conforme mostra o gráfico 1.
A queda obtida no setor em Goiás ficou acima da média nacional, que apresentou recuo de 6,3%, situação que ocorreu nos meses de abril a julho e colocou o Estado na vigésima posição entre 27 Unidades da Federação.
A tabela 1 mostra que a exemplo do que ocorre na economia nacional, a queda no volume de serviços em Goiás tem se intensificado, conforme revelado pela pesquisa até novembro/15. Os segmentos de serviços de transporte e outros serviços são os que registram as maiores quedas acumuladas no ano, tanto no âmbito nacional, quanto no regional. Essa evidência revela a queda na demanda dos setores produtivos da agropecuária e indústria por transporte, ou seja, a desaceleração dessas atividades reflete sobremaneira nos modais de transportes.
Além disso, a tabela 1 mostra que dos segmentos analisados, o de turismo em Goiás apresentou crescimento de 3,1%, diferentemente do que ocorreu para o Brasil, apresentando queda de 1,8%. O crescimento da atividade está relacionado à substituição de rotas turísticas típicas em prol do Estado de Goiás. Com a redução do nível de renda e a desvalorização da moeda nacional, Goiás tem atraído turista que buscam opções de lazer com preços mais acessíveis.
A tabela 2 mostra que em termos de receita nominal houve queda da receita de serviços de 2,1% em Goiás, em novembro de 2015. Mesmo com essa queda no mês, a taxa anual de crescimento se mantém positiva com 0,4%, puxado principalmente pelo segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares, com crescimento de 8,0%.
Tabela 1: Volume de Serviços, segundo atividades (%)
Atividades |
Mês /Igual Mês do Ano Anterior |
||||
Taxa de Variação (%) |
|||||
Set/15 |
Out/15 |
Nov/15 |
No Ano |
12 meses |
|
Brasil |
-4,8 |
-5,8 |
-6,3 |
-3,4 |
-3,1 |
Serviços prestados às famílias |
-6,7 |
-4,8 |
-6,6 |
-5,1 |
-4,7 |
Serviços de informação e comunicação |
-0,7 |
-3,3 |
-4,4 |
0,1 |
0,1 |
Serviços profissionais, administrativos e complementares |
-8,1 |
-7,4 |
-6,6 |
-3,8 |
-3,2 |
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio |
-6,4 |
-6,7 |
-8,3 |
-6,0 |
-5,5 |
Outros serviços |
-9,9 |
-13,8 |
-7,4 |
-8,9 |
-8,5 |
Atividades turísticas |
-3,4 |
0,3 |
-1,8 |
-2,2 |
-2,2 |
Goiás |
-3,1 |
-5,0 |
-8,0 |
-5,0 |
-4,4 |
Serviços prestados às famílias |
-0,1 |
-6,1 |
-7,4 |
-2,0 |
-1,9 |
Serviços de informação e comunicação |
-1,4 |
-3,6 |
-9,4 |
-4,1 |
-3,6 |
Serviços profissionais, administrativos e complementares |
-11,5 |
-8,2 |
-8,8 |
0,3 |
0,3 |
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio |
-1,1 |
-1,8 |
-2,5 |
-8,6 |
-7,9 |
Outros serviços |
-7,7 |
-22,6 |
-22,7 |
-9,4 |
-7,4 |
Atividades turísticas |
3,1 |
2,9 |
3,1 |
-2,5 |
-2,7 |
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015. Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Serviço. |
É importante salientar que, ao analisarmos a receita nominal, deve-se atentar que a mesma não leva em consideração o efeito inflacionário. Dessa forma, embora vários segmentos de serviços apresentam-se com crescimento da receita nominal, os acumulados em 12 meses ou ao ano, apresentam crescimentos pífios em relação à inflação verificada nas mesmas periodicidades, que são de 10,97% e 10,28%, respectivamente (IPCA/IBGE/nov 2015).
Tabela 2: Receita Nominal de Serviços, segundo atividades (%)
Atividades |
Mês /Igual Mês do Ano Anterior |
||||
Taxa de Variação (%) |
|||||
Set/15 |
Out/15 |
Nov/15 |
No Ano |
12 meses |
|
Brasil |
0,0 |
-0,4 |
-0,8 |
1,4 |
1,6 |
Serviços prestados às famílias |
-0,5 |
1,7 |
0,1 |
1,8 |
2,5 |
Serviços de informação e comunicação |
0,3 |
-1,8 |
-2,2 |
-0,3 |
-0,4 |
Serviços profissionais, administrativos e complementares |
-1,0 |
0,1 |
0,7 |
3,7 |
4,3 |
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio |
1,0 |
1,4 |
-0,7 |
2,0 |
2,2 |
Outros serviços |
-2,4 |
-6,5 |
0,2 |
-1,2 |
-0,8 |
Atividades turísticas |
-2,8 |
2,4 |
-1,0 |
1,2 |
1,6 |
Goiás |
2,2 |
0,2 |
-2,1 |
0,4 |
0,8 |
Serviços prestados às famílias |
5,6 |
-1,1 |
-1,0 |
4,3 |
4,6 |
Serviços de informação e comunicação |
-0,9 |
-2,0 |
-6,4 |
-3,9 |
-3,4 |
Serviços profissionais, administrativos e complementares |
-4,7 |
-1,1 |
-1,6 |
8,0 |
8,0 |
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio |
9,1 |
7,6 |
6,2 |
2,0 |
2,1 |
Outros serviços |
0,1 |
-16,3 |
-16,4 |
-1,7 |
0,4 |
Atividades turísticas |
1,6 |
-0,5 |
0,3 |
0,9 |
0,8 |
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015. Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Serviço. |
Diante destes resultados, verifica-se que o volume de serviços apresentou situações de quedas em praticamente todos os setores, ficando apenas as atividades turísticas com variação positiva, desde setembro de 2015, diferentemente da nacional, que vem apresentando queda desde janeiro de 2015. Neste cenário, o que se observa é uma decorrência natural dos efeitos da crise econômica e política que atravessou a economia no ano de 2015. Associado a isso se verifica uma combinação de elevadas taxas de desemprego, inflação e queda na renda das famílias, o que inibem o crescimento das atividades de serviços.
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques
Luiz Batista Alves
Sérgio Borges Fonseca Júnior