Setor de serviços em Goiás acentua a queda em março, -7,0%


As atividades do setor de serviços continuam em queda em Goiás, o recuo atingiu todas as atividades pesquisadas. Em março de 2016 a queda atingiu 7,0% na comparação com mesmo mês do ano passado, o indicador nacional também apresentou recuo de 5,8%. A informação é da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Goiás o recuo persiste há mais um ano, é a 15ª queda consecutiva do indicador. Os serviços em Goiás acumulam perdas de 6,0% no volume nos últimos 12 meses. Os estados do Amazonas e Amapá em março foram os que apresentaram as maiores quedas, -16,3% e -15,3%, respectivamente. Os estados que se destacaram com taxas de crescimento positivas são: Tocantins (9,3%), Roraima (7,2%), Rondônia (6,9%) e o Distrito Federal (4,2%), conforme gráfico 1.

 

 

 

Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), conforme mostrado na Tabela 1, entre os seis setores analisados para compor o indicador, o item Serviços profissionais, administrativos e complementares teve a maior queda: 17,8%, no trimestre acumulou queda de 13,0%. Em seguida, estão os Serviços de informação e comunicação (-7,6%), no acumulado do ano recuou 8,1%. O segmento de atividades turísticas, diferentemente do que ocorreu no primeiro bimestre de 2016, apresentou taxa negativa de 4,5%. O comportamento de queda vem ocorrendo praticamente em quase todos os segmentos desde agosto de 2015, refletindo assim as consequências das crises política e econômica que ainda persistem.

 

 

Tabela 1: Volume de Serviços, segundo atividades (%)

Atividades

Mês /Igual Mês do Ano Anterior

Taxa de Variação (%)

Jan/16

Fev/16

Mar/16

No

Ano

Acumulado

12 meses

Brasil

-5,1

-3,9

-5,8

-5,0

-4,4

Serviços prestados às famílias

-4,1

-1,4

-3,7

-3,1

-5,3

Serviços de informação e comunicação

-2,1

-5,0

-5,9

-4,4

-1,8

Serviços profissionais, administrativos e complementares

-9,1

-4,3

-6,7

-6,7

-5,5

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio

-5,8

-2,1

-7,2

-5,2

-6,1

Outros serviços

-7,9

-6,2

2,6

-3,8

-8,4

Atividades turísticas

0,5

1,4

-2,2

-0,1

-1,4

Goiás

-10,6

-5,0

-7,0

-7,6

-6,0

Serviços prestados às famílias

-3,5

1,2

-5,2

-2,7

-3,6

Serviços de informação e comunicação

-11,3

-5,3

-7,6

-8,1

-6,1

Serviços profissionais, administrativos e complementares

-6,6

-14,3

-17,8

-13,0

-4,8

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio

-10,5

-0,9

-1,1

-4,1

-5,7

Outros serviços

-23,6

-6,3

-6,6

-12,9

-13,7

Atividades turísticas

0,6

6,2

-4,5

0,5

-0,6

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016.

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Serviço.

 

Em relação à receita do setor de serviços em Goiás, verifica-se na Tabela 2 que quatro segmentos apresentaram taxas positivas: o de Serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (9,7%), Serviços prestados às famílias (3,7%), Atividades turísticas (2,8%) e Outros serviços (0,6%).

 

Tabela 2: Receita Nominal de Serviços, segundo atividades (%)

Atividades

Mês /Igual Mês do Ano Anterior

Taxa de Variação (%)

Jan/16

Fev/16

Mar/16

No

Ano

Acumulado

12 meses

Brasil

-0,1

2,0

-0,5

0,5

0,7

Serviços prestados às famílias

2,1

5,0

2,6

3,2

0,9

Serviços de informação e comunicação

0,7

-1,7

-3,0

-1,3

-0,5

Serviços profissionais, administrativos e complementares

-2,3

3,0

-0,1

0,2

1,8

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio

0,2

4,9

-0,7

1,3

1,4

Outros serviços

-0,7

1,4

10,4

3,8

-0,8

Atividades turísticas

1,6

3,5

1,2

2,0

0,6

Goiás

-4,7

1,0

-0,7

-1,5

-0,2

Serviços prestados às famílias

-0,3

6,8

3,7

3,0

2,3

Serviços de informação e comunicação

-7,9

-1,8

-5,3

-5,1

-4,6

Serviços profissionais, administrativos e complementares

0,6

-8,3

-11,6

-6,6

2,4

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio

-0,8

9,0

9,7

6,2

5,2

Outros serviços

-17,7

0,4

0,6

-6,3

-6,7

Atividades turísticas

-0,4

1,8

2,8

1,3

0,9

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016.

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Serviço.

 

No mês de março/2016 todos os setores de serviços em Goiás apresentaram quedas acentuadas em volume. A maior queda ocorreu no setor de Serviços profissionais, administrativos e complementares, que por motivo de desaquecimento das atividades produtivas, os contratos de serviços, sobretudo, de funções terceirizadas tendem a reduzir.

 

Os resultados dos principais segmentos de serviços em Goiás, neste primeiro trimestre de 2016, frente ao mesmo trimestre do ano passado, revelam uma situação que reúne segmentos em que se assiste uma piora acentuada em seu desempenho. É o caso de serviços de informação e comunicação, cujas receitas reais mantiveram-se positivas até 2014, mas passaram a recuar a partir de 2015, fechou o ano com queda de 4,6% e no primeiro trimestre de 2016 (-8,1% só em mar/16 contra mar/15). Tal resultado é revelador de que, em 2016, a crise chegou com força nos serviços modernos.

 

O setor de Transportes teve reflexos da queda de outros setores, principalmente da indústria. Já o setor de outros serviços, com a terceira maior queda, foi afetado devido à redução dos serviços de atividades imobiliárias (intermediação, gestão e administração de imóveis), seguidos dos serviços de reparos e manutenção, serviços auxiliares financeiros, dentre outros. No setor de Serviços prestados às famílias, a forte queda se explica pela persistência do desemprego, com perspectiva de continuar reduzindo nos próximos meses.

 

Na esteira do baixo volume de negócios das empresas, do desemprego e da queda do rendimento das famílias, a receita real do setor de serviços manteve a trajetória de desaceleração de forma disseminada em todo país.

 

Equipe de Conjuntura do IMB:

Alex Felipe Rodrigues Lima

Dinamar Maria Ferreira Marques

Luiz Batista Alves

Sérgio Borges Fonseca Júnior

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