Impulsionado pela venda de veículos e motocicletas, o Comércio Varejista Ampliado


A Pesquisa Mensal de Comércio Varejista (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta para Goiás crescimento no volume de vendas de 6,1% em maio na comparação com o mesmo mês do ano anterior, taxas de 8,9% no acumulado do ano e 10,7% no acumulado dos últimos 12 meses. A receita nominal de vendas, para os mesmos indicadores, apresentou taxas de variação de 11,5%, 13,2% e de 13,7%, respectivamente.

Para o comércio varejista ampliado, composto pelos segmentos Veículos, motocicletas, partes e peças e Material de construção, as taxas para o volume de vendas foram de 17,2% na relação maio 2011/ maio 2010, 12,4% no acumulado do ano e 14,2% no acumulado dos 12 meses. A receita nominal, por sua vez, assumiu os valores de 18,9%, 14,4% e 16,3%, seguindo a mesma ordem.

Em maio desse ano, a maioria das atividades pesquisadas obteve resultados positivos para a variação do volume e da receita nominal, exceto os segmentos Combustíveis e lubrificantes (-1,6% para o volume de vendas) e Móveis e eletrodomésticos (-1,1% para a receita nominal de vendas) (Tabelas 1 e 2).

 

 

Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil:

Variação do Volume de Vendas no Comércio Varejista – 2011

(Base: Igual mês do ano anterior =100)

                                   

Segmento

Brasil

Goiás

Maio

Acumulado

Maio

Acumulado

No Ano

12 Meses

No Ano

12 Meses

Comércio Varejista Geral

6,2

7,4

9,2

6,1

8,9

10,7

Combustíveis e lubrificantes

-2,1

3,2

5,6

-1,6

2,4

4,1

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

1,9

4,1

6,5

6,4

7,1

7,3

Hipermercados e supermercados

1,8

4,1

6,3

6,4

7,3

7,6

Tecidos, vestuário e calçados

5,5

6,9

8,9

8,6

10,9

13,0

Móveis e eletrodomésticos

20,4

18,0

17,2

5,7

9,2

13,4

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

11,7

10,1

10,9

15,6

20,0

20,5

Livros, jornais, revistas e papelaria

8,3

8,5

11,8

20,3

12,6

5,8

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

14,7

7,8

16,7

15,1

28,2

20,1

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

4,3

7,5

9,8

1,1

13,0

15,5

Comércio Varejista Ampliado Geral

12,8

9,2

10,4

17,2

12,4

14,2

Veículos, motocicletas, partes e peças

25,9

11,9

12,1

30,9

16,6

18,4

Material de construção

11,7

12,4

13,9

12,7

7,7

10,2

 


             Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio

Tabela 2 – Estado de Goiás e Brasil:

Variação da Receita Nominal no Comércio Varejista – 2011

(Base: Igual mês do ano anterior =100)

 

Segmento
Brasil
Goiás
Maio
Acumulado
Maio
Acumulado
No Ano
12 Meses
No Ano
12 Meses
Comércio Varejista Geral
10,7
12,2
13,4
11,5
13,2
13,7
Combustíveis e lubrificantes
10,7
10,0
9,3
29,1
17,2
8,0
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
8,6
11,5
12,4
13,3
14,9
13,5
Hipermercados e supermercados
8,4
11,3
12,1
13,3
15,1
13,6
Tecidos, vestuário e calçados
13,1
14,1
15,3
15,3
16,1
16,2
Móveis e eletrodomésticos
15,4
15,3
17,1
-1,1
3,4
11,1
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
16,0
14,0
14,5
17,9
22,9
23,5
Livros, jornais, revistas e papelaria
12,4
12,6
15,7
22,8
14,4
7,7
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
-1,1
-5,7
4,8
6,6
14,1
6,1
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
9,8
13,6
16,3
7,9
19,5
21,9
Comércio Varejista Ampliado Geral
14,5
12,1
13,4
18,9
14,4
16,3
Veículos, motocicletas, partes e peças
22,3
10,6
12,2
28,2
15,6
18,9
Material de construção
15,8
17,2
18,9
19,6
15,0
18,4


        Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.

 

Observando-se a média móvel de três meses, verifica-se nitidamente que o comércio varejista, desde o início do ano, está em processo de desaceleração. A média móvel de 12 meses confirma esse movimento decrescente das taxas de variação do volume de vendas do comércio varejista em Goiás (Gráfico 1).

 

Gráfico 1 – Variação % do volume de vendas

 no comércio varejista de Goiás – média móvel

 

A média móvel de três meses, em relação à receita nominal, também apresentou movimento decrescente das taxas de variação em maio de 2011. No que se refere à média móvel de 12 meses, verifica-se um movimento de desaceleração mais sutil que o observado no volume de vendas, com oscilações menores das taxas (Gráfico 2).

 

Gráfico 2 – Variação % da receita nominal de vendas

 no comércio varejista de Goiás – média móvel

 

Resultados Setoriais do Comércio Varejista Goiano

 

O resultado da pesquisa feita pelo IBGE apontou a atividade Livros, jornais, revistas e papelaria como a de maior destaque positivo no comércio varejista geral de Goiás em maio de 2011. Em relação a maio de 2010, a atividade apresentou aumento no volume de vendas de 20,3% e taxas acumuladas de 12,6% no ano e de 5,8% nos últimos 12 meses. Para a receita de vendas, o segmento apresentou taxas de 22,8%, 14,4% e 7,7%, seguindo a mesma ordem dos indicadores. O aumento do poder de compra da população é o principal fator que explica o bom desempenho desse setor.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos exerceu o segundo maior impacto na formação da taxa global do comércio varejista goiano. Apresentou na comparação com maio de 2010, crescimento de 15,6% e taxas acumuladas no ano e nos últimos 12 meses de 20,0% e 20,5%, respectivamente. A variação da receita apresentou crescimento de 17,9%, 22,9% e 23,5%. O fato de seus produtos serem de uso contínuo e essencial, a expansão da massa de salário e a diversificação do mix de produtos comercializados são os principais fatores determinantes do desempenho positivo do segmento.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com a terceira maior participação no comércio varejista global em maio, apresentou acréscimo no volume de vendas de 15,1% sobre igual mês do ano passado, taxa acumulada no ano de 28,2% e nos 12 meses de 20,1%. Para a receita nominal, as taxas foram de 6,6%, 14,1% e 6,1% considerando a mesma ordem dos indicadores. A redução dos preços dos produtos que compõem esse setor, conjugada com as facilidades de financiamento e a crescente importância que os produtos de informática e comunicação vêm alcançando nos hábitos de consumo das famílias, são os principais fatores que explicam esse resultado.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados apresentou a quarta maior variação positiva com 8,6% para o volume de vendas e 15,3% para a receita, na comparação com maio de 2010. No acumulado dos últimos 5 e 12 meses, o volume de vendas apresentou taxas de 10,9% e 13,0%, enquanto a receita registrou taxas de 16,1% e 16,2%, respectivamente. Os resultados para esse setor em Goiás tem-se apresentado acima da média nacional (5,5% para o volume de vendas e 13,1% para a receita nominal) apesar do aumento nos preços dos produtos que o integram.

A atividade de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou acréscimo de 6,4% na relação maio de 2011/ maio de 2010, 7,1% no acumulado do ano e 7,3% nos 12 meses. A receita registrou taxas de 13,3%, 14,9% e 13,5%, para a mesma ordem de indicadores. No mês em questão o setor obteve desempenho acima da média nacional devido, principalmente, ao aumento do poder de compra da população. Por outro lado, a atividade sofreu com uma retração de demanda provocada, possivelmente, pelo aumento nos preços e pelo fim do período de celebração da Páscoa.

O segmento Combustíveis e lubrificantes sofreu, em relação a maio do ano passado, variação negativa no volume de vendas de -1,6%. Em termos de desempenho acumulado, as taxas de variação foram de 2,4% no ano e 4,1% nos últimos 12 meses. Para a receita nominal de vendas a variação foi de 29,1% na relação maio 2011/maio 2010, 17,2% no acumulado do ano e 8,0% no acumulado dos últimos 12 meses. A alta no preço dos combustíveis foi o principal fator que levou à retração da demanda e determinou o desempenho negativo do volume de vendas. Em contrapartida, o aumento nos preços tem ocasionado crescimento da receita nominal de vendas.

Em relação a maio de 2010, a atividade de Móveis e eletrodomésticos registrou variação de 5,7% no volume de vendas. Para o acumulado do ano e dos últimos 12 meses os resultados foram de 9,2% e 13,4%, respectivamente. O segmento apresentou para a receita nominal, variação negativa de -1,1% em relação a maio do ano anterior, 3,4% no acumulado do ano e 11,1% no acumulado dos últimos 12 meses. A manutenção do crescimento do emprego e nível de renda e a contínua redução dos preços dos produtos que compõem esse segmento têm ocasionado expansão da demanda.

O segmento Veículos, motocicletas, partes e peças impulsionou o comércio varejista ampliado em Goiás e superou a média nacional (25,9% para o volume e 22,3% para a receita) com taxas positivas para o volume de vendas de 30,9% na comparação com mesmo mês de 2010, 16,6% no acumulado do ano e 19,3% no acumulado dos últimos 12 meses. A receita de vendas acompanhou o crescimento do setor e registrou taxas de 28,2%, 15,6% e 18,9%, na mesma sequência. Tais resultados são devidos à redução de preços em função da concorrência apesar das medidas macroprudenciais publicadas pelo governo federal.

A atividade de Materiais de construção, que também compõe o comércio varejista ampliado, apresentou na relação entre maio de 2011 e maio de 2010 taxa de 12,7% e nos acumulado do ano e 12 meses, 7,7% e 10,2%, respectivamente. Para a receita as taxas foram de 12,7%, 7,7% e 10,2% na mesma ordem dos indicadores. O setor tem sido beneficiado pelo crescimento do emprego e do rendimento, pelos programas governamentais de moradia e pela facilidade para obter crédito à casa própria.

O comportamento do comércio varejista goiano, nesses primeiros cinco meses, mostra o crescimento do mercado consumidor interno influenciado, principalmente, pela melhoria da renda da população, facilidade de financiamento e manutenção do crescimento do emprego. Alguns setores como o de Combustíveis e Lubrificantes foram bastante atingidos com a alta de preços, o que ocasionou, nesse período, retração da demanda. Outros, no entanto, têm apresentado bons resultados, como é o caso da atividade Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos que pelo 16º mês consecutivo cresceu à taxa de dois dígitos e do setor de Veículos, motocicletas, partes e peças que apresentou no mês de maio a maior taxa de crescimento do ano, até agora.

 

Equipe de Conjuntura da Segplan


Dinamar Ferreira Marques


Eduiges Romanatto


Fernanda Cristina Gomide Pereira


Marcos Fernando Arriel


Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

 

 

 

 

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