Desocupação em Goiás diminui no terceiro trimestre de 2017


Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação[1] em Goiás foi estimada em 9,2%, no período de julho a setembro de 2017, uma redução de 1,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Essa redução significa 60 mil pessoas a menos na fila de espera por uma vaga de trabalho, perfazendo um total de 340 mil desempregados no estado. A taxa de desocupação em Goiás é a sétima menor entre as Unidades da Federação e 3,2 pontos percentuais abaixo da média nacional (Gráficos 1 e 2).

Em relação ao trimestre anterior, a força de trabalho[2] aumentou em cerca de 48 mil pessoas, enquanto o total de pessoas em idade de trabalhar (PIT) cresceu em 53 mil, então, cerca de 7 mil pessoas, que estavam fora da força de trabalho, passaram a procurar emprego. Entretanto, o numero de empregos gerados no período foi suficiente para absorver o aumento na PIT, reduzir o número de desocupados e, além disso, empregar as pessoas que passaram a procurar emprego, acrescentando um total de 108 mil pessoas no número de ocupados.

A taxa de desocupação na capital foi estimada em 6,8%, que representa aproximadamente 57 mil pessoas a procura de emprego, 22,2% do total de desocupados do estado. Nesse trimestre, a capital goiana registrou a menor taxa de desocupação dentre as capitais estaduais, com uma queda de 1,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Na Região Metropolitana de Goiânia, que representa 39% da força de trabalho do estado, a taxa de desocupação ficou em 7,8%, também a menor dentre as regiões metropolitanas brasileiras. Ao todo são 111 mil desocupados na Grande Goiânia, 32,6% do total de desocupados em Goiás (Gráfico 02).

 

A melhora no mercado de trabalho, com o recuo da taxa de desemprego no terceiro trimestre do ano, foi causada tanto pelo aumento da formalidade quanto da informalidade. Segundo dados da Pnad Contínua, o número de empregados sem carteira no setor privado, incluindo trabalhadores domésticos, estimado em 711 mil, subiu 4,2% em relação ao trimestre anterior. Esse aumento representou 54,7% das 64 mil pessoas que conseguiram emprego no setor privado em Goiás, ou seja, quase metade dos empregos gerados foi formal (Tabela 01).

Do ponto de vista do vínculo empregatício, posição na ocupação no trabalho principal, também cresceu os números de ocupados como Empregador, Conta própria e Trabalhador auxiliar, em relação ao segundo trimestre de 2017, elevação de 5,3%, 2,5% e de 26,3%, respectivamente. Isso representa 10 mil pessoas a mais como empregadoras e 20 mil a mais trabalhando por conta própria. É importante observar que essas duas categorias de trabalhadores, somadas (Empregadores e Conta própria) ocuparam aproximadamente 133 mil pessoas a mais nesse ano, perfazendo um total de 1,18 milhão de ocupados (Tabela 01).

Das 3,2 milhões de pessoas ocupadas em Goiás, no terceiro trimestre de 2017, a maior parcela (55,6%) estava empregada no setor privado (incluindo trabalhador doméstico), pessoas que trabalhavam para um empregador, geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração (Tabela 01).

Tabela 01: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, por posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal (mil pessoas) – 2017

Posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal

Número de Pessoas ocupadas no 3º trimestre

Variação no número de pessoas ocupadas

Representação

3º trimestre

Anual

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico.

1601

57

41

48,01%

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico – com carteira de trabalho assinada.

1162

28

22

34,84%

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico – sem carteira de trabalho assinada.

439

29

19

13,16%

Trabalhador doméstico

255

12

2

7,65%

Trabalhador doméstico – com carteira de trabalho assinada

79

6

-2

2,37%

Trabalhador doméstico – sem carteira de trabalho assinada

176

6

4

5,28%

Empregado no setor público

413

-1

16

12,38%

Empregado no setor público, exclusive militar e funcionário público estatutário – com carteira de trabalho assinada.

22

1

2

0,66%

Empregado no setor público, exclusive militar e funcionário público estatutário – sem carteira de trabalho assinada.

96

-6

7

2,88%

Empregado no setor público – militar e funcionário público estatutário

295

4

6

8,85%

Empregador

199

10

61

5,97%

Conta própria

819

20

72

24,56%

Trabalhador familiar auxiliar

48

10

7

1,44%

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.


Apenas quatro grupamentos de atividades tiveram reduções no número pessoas ocupadas, em relação ao segundo período de 2017. Em termos positivos destacaram-se
a Indústria geral e a Construção (Gráfico 03). Em relação aos grupamentos ocupacionais, ocorreu a mesma coisa, quatro deles tiveram redução no número de ocupados. Nesse caso, o destaque positivo foi para Operadores de Instalações e máquinas e montadores (Gráfico 04).

 

Na análise dos indicadores por faixa etária, observou-se que a taxa de desocupação para as pessoas de 14 a 17 anos de idade, que chegou a 47,1% no 1º trimestre de 2017, diminuiu bastante no terceiro trimestre, caindo para 40,2%, contudo, ainda está acima do valor registrado no último trimestre de 2016. Em termos absolutos, a redução em relação ao 1º trimestre significou 11 mil pessoas a menos nessa faixa etária a procura de emprego, perfazendo um total de 45 mil desocupados (Tabela 02).

Na faixa etária de 18 a 24 anos, 2ª maior taxa de desocupação, houve redução no número de desocupados e no total de pessoas nessa faixa etária, contudo, nesse caso, a taxa de desocupação diminuiu em relação ao último trimestre de 2016.

Outro grupo de idade que merece destaque, o de 60 anos ou mais, que representa 16,7% da PIT. O número de desocupados nessa faixa etária subiu 33,3% em relação ao último trimestre de 2016, perfazendo um total de 8 mil pessoas a procura de emprego. Além do mais, o número de pessoas com 60 anos ou mais aumentou 7,9% nesse ano. Apesar disso, é interessante observar que o número de ocupados aumentou bastante em 2017 (+25,6%), o suficiente para elevar o nível de ocupação em 4 pontos percentuais, indicando que o mercado absorveu boa parte da força de trabalho nessa faixa de idade.

Tabela 02: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, ocupadas, desocupadas, e respectivas taxas e níveis, por grupo de idade – 2017.

Grupo de idade

Total de pessoas de 14 anos ou mais – 3º trim 2017

Pessoas ocupadas

Pessoas desocupadas

Nível de ocupação

Taxa de desocupação

Mil pessoas

Variação Anual

Distribuição

Mil pessoas

Variação Anual

Mil pessoas

Variação Anual

4º trim 2016

3º trim 2017

4º trim 2016

3º Trim 2017

14 a 17 anos

450

0,67%

8,15%

67

-4,29%

45

-2,17%

15,6

14,9

39,6

40,2

18 a 24 anos

753

-2,21%

13,63%

449

1,81%

119

-11,19%

57,2

59,6

23,3

20,9

25 a 39 anos

1.591

0,06%

28,80%

1.265

4,89%

99

-24,43%

75,8

79,5

9,8

7,3

40 a 59 anos

1.805

3,50%

32,68%

1.303

6,54%

68

-13,92%

70,1

72,2

6,0

5,0

60 anos ou mais

925

7,93%

16,75%

250

25,63%

8

33,33%

23,2

27,1

3,0

3,2

Total

5.524

2,10%

100,00%

3.335

6,28%

340

-14,14%

58,0

60,4

11,2

9,2

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.


Os dados por nível de instrução mostram que apenas um grupo teve redução no número de pessoas ocupadas, em relação ao último trimestre de 2016, o Sem instrução e menos de 1 ano de estudo, com queda de 37,11%. Entretanto, o número de desocupados nesse nível de instrução também teve redução (-59,0%), que pode ser explicada pela redução drástica no número de pessoas que se enquadram nesse grupo (-25,35%).

Apesar da queda na taxa de desocupação em todos os níveis de instrução, houve aumento no número de desocupados com nível Superior ou equivalente incompleto (+8,0%), explicado pelo aumento no número de pessoas com esse nível de instrução. Apesar disso, o nível de ocupação desse grupo subiu 5,7 pontos percentuais, em relação ao último trimestre de 2016 (Tabela 03).

Tabela 03: Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, desocupadas e respectivas taxas e níveis, por níveis de instrução.

Nível de Instrução

Total de pessoas de 14 anos ou mais

Pessoas ocupadas

Pessoas desocupadas

Nível de ocupação

Taxa de desocupação

Mil pessoas

Variação anual

Mil pessoas

Variação anual

Mil pessoas

Variação anual

4º trim 2016

3º trim 2017

4º trim 2016

3º trim 2017

Sem instrução e < 1 ano de estudo

368

-25,35%

100

-37,11%

9

-59,09%

32,2

27,2

11,6

8,4

Fundamental ou equivalente incompleto

1.777

9,15%

886

13,15%

95

-5,00%

48,1

49,9

11,6

9,6

Fundamental ou equivalente completo

484

-2,42%

296

11,28%

31

-29,55%

53,7

61,1

13,7

9,4

Médio ou equivalente incompleto

497

6,42%

275

12,70%

48

-18,64%

52,2

55,3

20,4

14,7

Médio ou equivalente completo

1.395

2,50%

994

3,43%

103

-7,21%

70,6

71,3

10,2

9,4

Superior ou equivalente incompleto

306

9,68%

215

19,44%

27

8,00%

64,4

70,1

12,2

11,2

Superior ou equivalente completo

697

1,60%

570

4,59%

28

-20,00%

79,5

81,8

6,0

4,7

Total

5.524

2,13%

3.335

7,96%

340

-14,14%

58,0

60,4

11,2

9,2

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

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