Desocupação em Goiás aumenta no quarto trimestre de 2017


A taxa de desocupação1 ou desemprego de Goiás para o período de outubro a dezembro de 2017 foi de 9,4%, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado representa um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, o que equivale a redução de aproximadamente 50 mil pessoas da população ocupada em todo o estado. Entre as Unidades da Federação, a taxa de desocupação de Goiás é a oitava menor 2,4 pontos percentuais abaixo da média nacional (Gráficos 1 e 2).

Em relação ao trimestre anterior, a força de trabalho2 reduziu em cerca de 50 mil pessoas, enquanto o total de pessoas em idade de trabalhar (PIT) aumentou em 17 mil, logo, a população fora da força de trabalho elevou-se em aproximadamente de 67 mil pessoas. Se essas pessoas que perderam suas ocupações (50 mil) e as que entraram em idade de trabalhar (17 mil) tivessem procurado emprego no 4º trimestre, ou seja, fossem classificadas como população desocupada ao invés de não terem procurado emprego, logo, classificadas como população fora da força de trabalho, a taxa de desocupação teria sido ainda maior no período.

 

 

A taxa de desocupação na capital foi estimada em 7,1%, o que representa aproximadamente 59 mil pessoas a procura de emprego, 17,4% do total dos desocupados do estado. Nesse trimestre, a capital goiana registrou a segunda menor taxa de desocupação dentre as capitais estaduais, com aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Na Região Metropolitana de Goiânia, que representa 36,5% da força de trabalho do estado, a taxa de desocupação foi de 8,7%, sendo a terceira menor dentre as regiões metropolitanas brasileiras. Ao todo são aproximadamente 124 mil desocupados na Grande Goiânia, 32,6% do total dos desocupados em Goiás (Gráfico 2).

 

 

Dentre a população estimada que perderam sua ocupação em Goiás (50 mil) no quarto trimestre de 2017, 35 mil eram empregados no setor privado (exceto trabalhadores domésticos), sendo que 27 mil detinham carteira assinada e 8 mil não tinham. Entre os trabalhadores domésticos houve um resultado líquido de aproximadamente 3 mil desocupações, resultado de 5 mil desocupações sem carteira assinada e 2 mil contratações com carteira assinada (Tabela 1).

Apesar dos saldos líquidos negativos em relação ao terceiro trimestre para empregados no setor privado, tanto para trabalhadores não-domésticos, como para trabalhadores domésticos, a variação anual é positiva para ambas as ocupações, independentemente da categoria, conforme é possível verificar na Tabela 1.

O setor público foi a única ocupação que apresentou saldo líquido positivo no quarto trimestre de 2017, de aproximadamente 10 mil pessoas ocupadas, sendo que no ano a variação foi ainda maior, equivalente a 26 mil pessoas.

Mesmo ocupações que apresentaram crescimento elevado durante o ano, tais como empregadores e trabalhadores por conta própria (taxas de crescimento anual de 5,5% e 2,1%, respectivamente), tiveram redução no último trimestre de 2017. Essas categorias tiveram variações negativas de aproximadamente 9 mil e 7 mil pessoas no quarto trimestre. Mesmo os trabalhadores familiares auxiliares, cuja ocupação não incide remuneração, apresentaram queda na população ocupada de 6 mil pessoas no quarto trimestre em relação ao terceiro, embora no acumulado do ano apresentaram variação positiva de 13 mil pessoas ocupadas.

 

Tabela 1 – Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, por posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal (mil pessoas) – 2017

Posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal

Pessoas ocupadas 4º trimestre (mil pessoas)

Variação no número de pessoas ocupadas (mil pessoas)

Taxa de crescimento

(%)

4º trim.

anual

4º trim.

anual

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico

1.566

-35

71

-2,2

1,6

 Com carteira de trabalho assinada

1.135

-27

22

-2,3

0,7

 Sem carteira de trabalho assinada

431

-8

48

-1,8

4,0

Trabalhador doméstico

252

-3

8

-1,2

1,1

Com carteira de trabalho assinada

81

2

5

2,5

2,1

Sem carteira de trabalho assinada

171

-5

2

-2,8

0,4

Empregado no setor público

423

10

26

2,4

2,1

Exclusive militar e funcionário público estatutário – com carteira de trabalho assinada

21

-1

-3

-4,5

-4,4

Exclusive militar e funcionário público estatutário – sem carteira de trabalho assinada

99

3

20

3,1

7,8

Militar e funcionário público estatutário

303

8

9

2,7

1,0

Empregador

190

-9

28

-4,5

5,5

Conta própria

812

-7

49

-0,9

2,1

Trabalhador familiar auxiliar

42

-6

13

-12,5

13,1

Total

3285

-50

195

-1,5

2,1

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

Apenas quatro grupamentos de atividades tiveram saldos positivos no número de pessoas ocupadas no quarto trimestre de 2017 em relação ao trimestre anterior. Destacaram-se a “Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais” e “Outros Serviços”, os quais empregaram 22 mil e 8 mil pessoas, respectivamente. Por outro lado, os grupamentos de atividades que tiveram os piores saldos foram “Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas”, “Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura” e “Construção”, com saldos negativos de 14 mil, 14 mil e 35 mil pessoas, respectivamente (Gráfico 3).

 

Tabela 2 – Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, ocupadas, desocupadas por grupo de idade

Grupo de idade

Total de pessoas de 14 anos ou mais – 4º trim 2017

Pessoas ocupadas

Pessoas desocupadas

Nível de ocupação (Percentual)

Taxa de desocupação (Percentual)

Mil pessoas

Variação Anual

Mil pessoas

Variação Anual

Mil pessoas

Variação Anual

1º trim 2017

4º trim 2017

1º trim 2017

4º trim 2017

14 a 17 anos

442

-13

68

5

42

-14

13,9

15

47,1

38,0

18 a 24 anos

769

27

447

25

112

-18

56,8

58

23,5

20,1

25 a 39 anos

1.580

-22

1.235

41

111

-37

74,5

78

11,0

8,3

40 a 59 anos

1.787

43

1.285

86

68

-36

68,8

72

8,0

5,0

60 anos ou mais

963

71

250

38

6

-4

23,7

26

4,6

2,4

Total

5.541

107

3.285

196

339

-110

56,9

59

12,7

9,4

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

As diferenças mais significativas entre os agrupamentos populacionais por nível de instrução não é manifestada pelas taxas de desocupação, as quais são semelhantes entre os distintos níveis de instrução, porém, ficam evidentes pelo nível de ocupação. Pela Tabela 3 é possível verificar que quanto maior o nível de instrução, maior a taxa de ocupação. Enquanto que no extrato populacional sem instrução e menos de 1 ano de estudo o nível de ocupação foi de 23,7% no quarto trimestre de 2017, ou seja, apenas 23,7% da população em idade de trabalhar com esse nível de instrução está ocupada; para o extrato com maior nível de instrução, o superior ou equivalente completo a taxa de ocupação foi de 81,4%, ou seja, 81,4% do extrato populacional com esse nível de instrução em idade de trabalhar estão ocupados. Portanto, levando em consideração as semelhanças nas taxas de desocupação e as grandes diferenças nas taxas de ocupação é possível notar que quanto menor o nível de instrução, maior o percentual da população fora da força de trabalho, ou seja, aquela população em idade de trabalhar que não procura por emprego.

 

 

Tabela 3 – Goiás – Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, desocupadas, e respectivas taxas e níveis, por níveis de instrução

Nível de Instrução

 Total de pessoas de 14 anos ou mais – 4º trimestre de 2017

 Pessoas ocupadas

 Pessoas desocupadas

Nível de ocupação (%)

Taxa de desocupação (%)

Mil pessoas

Variação anual

Mil pessoas

Variação anual

Mil pessoas

Variação anual

1º trim 2017

4º trim 2017

1º trim 2017

4º trim 2017

Sem instrução e menos de 1 ano de estudo

398

-66

94

-34

12

-5

27,6

23,7

11,8

11,0

Fundamental ou equivalente incompleto

1.746

157

863

99

85

-34

48,1

49,4

13,4

9,0

Fundamental ou equivalente completo

479

-45

274

-15

33

-9

55,2

57,2

12,7

10,8

Médio ou equivalente incompleto

494

32

269

37

55

-2

50,2

54,5

19,7

16,9

Médio ou equivalente completo

1.405

-11

992

49

108

-39

66,6

70,6

13,5

9,8

Superior ou equivalente incompleto

316

34

220

31

22

-3

67,0

69,7

11,9

9,2

Superior ou equivalente completo

704

7

573

29

25

-17

78,0

81,4

7,2

4,1

Total

5.541

107

3.285

196

339

-110

56,9

59,3

12,7

9,4

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais.

 


A massa do rendimento do trabalho em Goiás somou R$ 6,58 bilhões no quarto trimestre de 2017, registrando um aumento de 7,17% no comparativo com o primeiro trimestre de 2017. Do somatório dos rendimentos, 64,8% foram provenientes dos empregados, 14,4% dos empregadores e 20,8% dos trabalhadores por conta própria. Foi observado que durante o ano houve crescimento da massa de rendimentos de todas as categorias na seguinte ordem: empregadores com aumento de 18,8%, empregados com aumento de 7,2% e trabalhadores por conta própria com aumento de 1%.

O rendimento médio real do trabalhador goiano no quarto trimestre de 2017 foi estimado em R$ 2.032,00, abaixo da média nacional que foi de R$ 2.084,00. Houve durante o ano um incremento estimado de 1,2% no rendimento médio do trabalhador goiano. Para o sexo masculino o salário médio estimado foi de R$ 2.227,00, enquanto que para o sexo feminino o salário estimado foi de R$ 1.711,00 (Tabela 5).

Na análise por grupamentos de atividade no trabalho principal, a maior variação positiva ocorrida no rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, em relação ao último trimestre de 2017 foi nas atividades de transporte, armazenamento e correio de 19,14%. Por outro lado, a atividade de construção registrou a maior redução no rendimento médio, com uma variação anual negativa de 7,44% (Tabela 4).

 

Tabela 4: Goiás – Número de ocupados e rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho (Reais) – 4º trimestre de 2017

Grupamentos de atividade no trabalho principal – PNADC

Remuneração real

Valor (R$)

Variação anual

Total

2.008,00

1,20%

Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura

1.819,00

-1,37%

Indústria geral

1.846,00

-3,90%

Indústria de transformação

Governo na palma da mão

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