Desemprego em Goiás sobe no terceiro trimestre de 2016


 

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação[1] em Goiás foi estimada em 10,5%, no período de julho a setembro de 2016, um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Esse aumento significa 3 mil pessoas a mais na fila de espera por uma vaga de trabalho, perfazendo um total de 362 mil desempregados no estado. Apesar da desocupação em Goiás continuar alta e longe dos níveis registrados no ano de 2014, ainda sim, representa a nona menor taxa entre as Unidades da Federação e 1,1 ponto percentual abaixo da média nacional (Gráficos 1 e 2).

Segundo dados da PNAD, em relação ao trimestre anterior, a força de trabalho[2] reduziu em cerca de 69 mil pessoas, enquanto que o total de pessoas de 14 anos ou mais de idade aumentou em 17 mil. Com isso, as pessoas fora da força de trabalho aumentaram em 86 mil, ou seja, o aumento na taxa de desocupação foi de certa forma suavizado. A taxa de desocupação poderia ter sido maior caso não houvesse tamanha redução na força de trabalho. Um dos motivos pode estar ligado aos desestímulos do mercado de trabalho ou por circunstâncias fortuitas, as pessoas não procuraram trabalho nos últimos 30 dias anteriores ao da entrevista.

 

 

 

Na análise por grupamento de atividades, em relação ao trimestre anterior, a administração pública (4 mil) e as atividades mal definidas (1 mil) foram os únicos que tiveram aumento no número de ocupados. As atividades mais atingidas pela crise estão ligadas à Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (Gráfico 03).

 

 

A população ocupada em Goiás teve queda próxima de 2,55%, isso significa dizer que; do final do ano passado até setembro desse ano, cerca de 81 mil pessoas perderam seus empregos. Com isso, o nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar – PIT) caiu para 57,6% no terceiro trimestre de 2016, uma redução de 2,2 pontos percentuais em relação ao último período de 2015.

Em relação ao trimestre anterior, houve redução no número de empregados em todas as categorias de trabalho, com exceção do setor público, aumento de 1,5%, cerca de 6 mil empregados a mais. No setor privado, exclusive trabalhadores domésticos, a redução foi de 1,7% (26 mil a menos). Já a categoria de trabalhadores domésticos teve redução de 8,0% (21 mil a menos), os mais atingidos foram sem carteira de trabalho assinada (20 mil).

Do ponto de vista do vínculo empregatício, posição na ocupação no trabalho principal, todas as categorias tiveram redução no número de ocupados, em relação ao segundo trimestre de 2016. Das 73 mil pessoas a menos no número total de ocupados, a maior parcela (56,2%) eram empregados, pessoas que trabalhavam para um empregador, geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração, cerca de 41 mil perderam seu emprego.

Os empregadores, pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado, tiveram uma redução de 4,23%. Em termos absolutos, registrou-se 6 mil empregadores ocupados a mais que no primeiro período de 2016.

 

 

Na análise dos indicadores por faixa etária, observou-se uma maior taxa de desocupação para as pessoas de 14 a 17 anos de idade (40,6%), cresceu 13,5 pontos percentuais em relação ao último trimestre de 2015, maior variação relativa. Em termos absolutos significa 13 mil pessoas a mais, nessa faixa etária a procura de emprego, perfazendo um total de 326 mil desocupados. Além disso, o nível de ocupação nessa faixa de idade é o menor, apenas 14,7% estão ocupados. Outro fato merece destaque, a faixa etária de 60 anos ou mais foi a única que não teve aumento no número de desocupados, em relação ao último trimestre de 2015. Contudo, essa faixa etária possui um nível de ocupação muito baixo.

 

 

Renda do Trabalhador

 

O rendimento médio real (descontada a inflação) de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, em Goiás, foi estimado em R$ 1.902,00, um ganho real de 1,66% em relação ao último trimestre de 2015. Os trabalhadores do sexo masculino tiveram aumento de 0,94%, contra aumento de 2,83% no salário real das mulheres. (Quadro 03).

A massa de renda real habitual (soma de todos os salários pagos no país) somou R$ 5,8 bilhões entre julho e setembro, registrando uma queda de 0,97% no comparativo com o último trimestre do ano anterior. Do somatório dos rendimentos (massa salarial), 66,9% foram provenientes dos empregados, 9,9% dos empregadores e 23,1% dos trabalhadores por conta própria. Observou-se, em relação ao trimestre anterior, aumento na massa salarial dos trabalhadores por conta própria e dos empregados, 2,35% e 0,57%, respectivamente. Por outro lado, a massa salarial do empregador teve redução de 15,84%, reduzindo a participação desta categoria de trabalhadores de 12% para 9,9% da massa total.

Na análise por Grupamentos de atividade no trabalho principal, a maior variação ocorrida no rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, em relação ao último trimestre de 2015, segundo dados da PNAD Contínua, foi observada para o empregado no setor público – com carteira de trabalho assinada (aumento de 32,3%). Por outro lado, os empregadores tiveram uma redução 12,4% no rendimento médio (Quadro 01).

 

 

 

 

Subocupação

 

O IBGE divulgou um novo conjunto de indicadores com periodicidade trimestral. Dessa forma, a partir desta divulgação da PNAD Contínua, serão disponibilizadas informações referentes às medidas de subutilização da força de trabalho, um conceito construído para complementar o monitoramento do mercado de trabalho, e tem como objetivo fornecer a melhor estimativa possível da demanda por trabalho em ocupação. Além da taxa de subutilização, o IBGE também vai divulgar trimestralmente a taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial, que abrange as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial).

De acordo com o IBGE, dentro do grupo de pessoas ocupadas (3,099 milhões em Goiás), há um grupo considerado subocupados por insuficiência de horas trabalhadas[3] – pessoas que estão ocupadas, mas têm uma jornada menor do que 40 horas semanais. Essa fatia chegou a 17 mil pessoas no terceiro trimestre, em Goiás. A soma de desocupados com subocupados por insuficiência de horas totalizou 115 mil pessoas, ou 8,4% do contingente total de pessoas em idade de trabalhar. A taxa combinada da subocupação por insuficiência de horas e da desocupação chegou a 13,1%.

A força de trabalho potencial[4] em Goiás totalizou a 126 mil pessoas no terceiro trimestre de 2016. Com isso, a taxa combinada de desocupação e força de trabalho potencial ficou em 13,6%. Estão incluídos nesse grupo os que se encaixam no chamado desalento, que são os que desistiram do mercado de trabalho porque já não acreditam mais que poderão conseguir alguma vaga. Somados os 362 mil desocupados, os 91 mil subocupados e os que compõem a força de trabalho potencial, totalizam, em Goiás, 580 mil pessoas que precisam de trabalho. A série completa das quatro taxas de subutilização da força de trabalho para Goiás pode ser observada no Gráfico 04, a seguir.

 



[1] São classificadas como desocupadas, na semana de referência, as pessoas sem trabalho (que geram rendimentos para o domicílio) nessa semana, que tomaram alguma providência efetiva para consegui-lo no período de referência de 30 dias e que estavam disponíveis para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se, também, como desocupadas, as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias, porque já haviam conseguido trabalho que iriam começar após a semana de referência.

[2] As pessoas na força de trabalho na semana de referência compreendem as pessoas ocupadas e as pessoas desocupadas nesse período.

[3] São consideradas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas as pessoas 14 anos ou mais de idade que, na semana de referência, trabalhavam habitualmente menos de 40 horas no seu único trabalho ou no conjunto de todos os seus trabalhos, gostariam de trabalhar mais horas que as habitualmente trabalhadas e estavam disponíveis para trabalhar mais horas no período de 30 dias, contados a partir do primeiro dia da semana de referência.

[4] Contingente formado por dois grupos: pessoas que realizaram busca efetiva por trabalho, mas não se encontravam disponíveis para trabalhar na semana de referência; II. pessoas que não realizaram busca efetiva por trabalho, mas gostariam de ter um trabalho e estavam disponíveis para trabalhar na semana de referência.

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