Crise econômica afeta o varejo goiano, recuando 12,6% em maio.


 

Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o varejo brasileiro em maio de 2015 apresentou queda de 4,5% no volume e alta de 1,9% na receita nominal. Na mesma comparação o comércio goiano teve queda nas vendas e na receita nominal de 12,6% e 7,1%, respectivamente.

Na análise do comércio sem ajuste sazonal vinte e cinco das vinte e sete unidades da federação apresentaram variações negativas no volume de vendas, sendo que as maiores ocorreram na Paraíba (-13,6%), Goiás (-12,6%), Amazonas (-11,1%) e Bahia (-9,6%). Os únicos Estados que apresentaram resultados positivos foram: Roraima (8,3%) e Sergipe (3,7%), vide Gráfico 1.

 

 

 

 

 

Na comparação com ajuste sazonal, maio15/abril15, o comércio varejista nacional apresentou queda no volume de vendas (-0,9%) e receita nominal estável (0,0%). Para o Estado de Goiás, o resultado do mês de maio/15 apresentou variação de -0,7% no volume e a receita com variação de -0,4%.

 

Em âmbito regional, na série com ajuste sazonal, apenas cinco Estados tiveram taxas positivas, com destaque para o Roraima (3,9%), Mato Grosso (1,6%) e Tocantins (1,5%). As principais variações negativas ocorreram nos Estados de Sergipe (-3,9%), Amazonas (-3,1%), Rondônia (-2,7%) e Paraíba (-1,8%).

 

Na Tabela 1 exibe a variação mensal com ajuste sazonal, ou seja, sem o efeito de datas comemorativas, feriados e outros eventos que histórica e culturalmente influenciam os resultados das vendas, sendo possível assim fazer a comparação com o mês anterior. Em Goiás, no mês de maio/15, o volume de vendas e a receita nominal apresentaram queda de 0,7% e 0,4%, respectivamente. No varejo brasileiro a receita permaneceu estável e o volume apresentou queda de 0,9%, na mesma base de comparação.

 

Tabela 1 – Brasil e Goiás: Variação do Volume e da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2015 (Com Ajuste Sazonal Base: Mês anterior = 100) (%)

 

Maio / 2015

Brasil

Goiás

Volume de Vendas

-0,9

-0,7

Receita de Vendas

0,0

-0,4

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.

 

Varejo Goiano Restrito

O comércio varejista goiano em maio de 2015 apresentou queda de 12,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior (série sem ajuste). Dentre as oito atividades, apenas duas (Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e Outros artigos de uso pessoal e doméstico) registraram taxas positivas em relação ao mês anterior. Na contramão, seis atividades apresentaram resultados negativos, cujos comportamentos são descritos a seguir. (Tabelas 2 e 3).

Tabela 2 – Brasil e Estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista – 2015                                           (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Mar/15

Abr/15

Maio/15

No Ano

12 Meses

Mar/15

Abr/15

Maio/15

No Ano

12 Meses

Comércio Varejista Geral

0,3

-3,3

-4,5

-2,0

-0,5

-7,1

-11,3

-12,6

-9,4

-4,9

Combustíveis e lubrificantes

-2,1

-2,1

-4,2

-3,7

-1,1

2,8

-7,3

-7,3

-1,7

0,6

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

-2,4

-2,0

-2,1

-1,6

-0,9

-17,5

-15,4

-17,8

-16,0

-11,4

Hipermercados e supermercados

-2,4

-2,0

-2,1

-1,5

-0,9

-17,7

-15,8

-18,0

-16,3

-11,6

Tecidos, vestuário e calçados

-1,2

-7,5

-7,7

-5,0

-2,8

-5,0

-10,2

-8,2

-7,6

-3,2

Móveis e eletrodomésticos

-6,8

-15,3

-18,5

-10,9

-6,1

-7,9

-18,2

-19,2

-12,0

-6,0

Móveis

-7,9

-16,2

-20,0

-13,5

-7,8

-9,4

-20,7

-18,8

-14,4

-9,0

Eletrodomésticos

-6,2

-15,0

-17,9

-9,7

-5,3

-7,3

-17,3

-19,2

-11,1

-5,0

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

10,3

6,2

1,8

5,0

6,8

7,9

4,0

-0,8

2,3

8,0

Livros, jornais, revistas e papelaria

-5,9

-9,1

-11,8

-8,6

-9,5

-17,0

-13,8

-14,9

-17,4

-13,0

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

21,8

2,5

0,3

10,7

3,2

72,7

25,8

6,4

32,3

19,5

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

15,7

-0,7

0,2

4,4

5,8

25,6

11,0

17,4

12,9

17,0

Comércio varejista ampliado geral

-0,8

-8,3

-10,4

-7,0

-5,0

-5,3

-15,8

-17,1

-12,0

-7,3

Veículos, motocicletas, partes e peças

-3,7

-19,3

-22,2

-17,3

-13,9

-8,9

-25,9

-26,2

-19,1

-12,2

Material de construção

2,9

-4,1

-11,3

-5,7

-3,6

17,2

3,8

-3,2

3,1

0,5

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio 

 

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015

 

                       

 

A desaceleração em maio/2015 foi puxada, principalmente pela queda nas vendas de Móveis e Eletrodomésticos (-19,2%) e hipermercados (-17,8%). O recuo nesses dois segmentos vem ocorrendo ao longo do ano. Esse comportamento é similar ao arrefecimento nas vendas do comércio de modo geral. A queda está relacionada à conjuntura econômica desfavorável, como a redução da massa de rendimento, menor ritmo de crescimento do crédito, elevação dos preços de bens e serviços, além do fraco desempenho das vendas em comemoração ao Dia das Mães.

O segmento de Livros, jornais e revistas vem apresentando queda por seis meses consecutivos e nos últimos doze meses a queda atingiu 13,0%. A trajetória declinante desta atividade vem sendo influenciada pela restrição orçamentária das famílias e, no que tange a jornais e revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico.

Em sentido contrário, o segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (engloba lojas de departamentos, joalherias, artigos esportivos e brinquedos) liderou as vendas, com expansão 17,4%. Este resultado reflete o comportamento da massa de rendimentos das famílias e da baixa oferta crédito, cujos níveis estão mais baixo este ano do que no ano passado, assim comprometendo datas comemorativas importantes como o dia das Mães.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentou a segunda maior taxa positiva, (6,4%). Essa alta pode ser explicada pelo comportamento do segmento nos últimos doze meses que teve variação de 16,0%, crescimento acima do IPCA (9,4%).

Varejo goiano ampliado

 

O varejo ampliado goiano, que contempla além do varejo o segmento de atacado na construção civil e de veículos, motocicletas, partes e peças apresentou queda em maio de 17,1%, decorrente, em grande parte, do recuo nas vendas de Veículos, motocicletas, partes e peças de (26,2%). Assim, pode-se considerar que há um represamento do consumo de bens duráveis durante a crise, devido seu valor.

O segmento de Material de construção, ao contrário do que ocorreu em abril, apresentou queda 3,2% no volume de vendas, na comparação com maio de 2014. Este resultado está sendo influenciado de certa forma pelos reflexos das expectativas negativas sobre o quadro macroeconômico e também pela diminuição da renda real. No acumulado material de construção atingiu taxas de 3,1% e em doze meses 0,5%.

 

Tabela 3 – Brasil e Estado de Goiás: Variação da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2015 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Atividades

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Mar/15

Abr/15

Maio/15

No Ano

12 Meses

Mar/15

Abr/15

Maio/15

No Ano

12 Meses

Comércio Varejista Geral

6,3

2,8

1,9

4,1

5,7

-1,4

-5,6

-7,1

-3,5

0,6

Combustíveis e lubrificantes

8,8

6,9

5,4

4,7

5,5

13,2

-0,3

-0,8

5,8

7,9

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

4,9

4,8

5,6

6,1

6,5

-8,4

-6,9

-8,7

-6,7

-3,8

Hipermercados e supermercados

4,9

4,8

5,5

6,1

6,5

-8,6

-7,3

-9,0

-7,1

-4,1

Tecidos, vestuário e calçados

2,1

-4,0

-4,5

-1,9

1,0

-0,9

-7,2

-5,6

-4,3

0,5

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo