Comércio varejista goiano mantém-se em queda em julho, 9,8%


 

O volume de vendas do comércio goiano restrito (que exclui os segmentos de veículos e motos, partes e peças e de material de construção) inicia o segundo semestre com queda real de 9,8% (descontada a inflação), na comparação com o mesmo mês do ano anterior, conforme apontou a pesquisa mensal do comércio (PMC/IBGE) e analisado pelo Instituto Mauro Borges de Estatística e Estudos Socioeconômicos (IMB). Com este resultado, o varejo de Goiás atinge a 12ª pior taxa entre as 27 unidades da Federação, desempenho abaixo do apurado para o comércio brasileiro, -5,3%. Esse resultado reflete a continuidade da deterioração dos principais indicadores econômicos, (Gráfico 1).

 

Gráfico 1 – Variação no volume de vendas do comércio varejista por UF (julho 2016/ julho 2015) (%)

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016.

 

O comportamento das vendas do varejo goiano, contra julho/2016 junho/2016, apresentou leve recuperação, com 0,1%, já descontada a inflação, para a média do país, o resultado foi de -0,3%. Observa-se uma tendência de recuperação gradativa para Goiás, tendo em vista que desde maio/2016, os resultados vêm apresentando melhoras. O resultado para a receita nominal, tanto para Goiás quanto para o Brasil foi de taxas positivas, 0,8% e 0,7%, respectivamente (Tabela 1).

 

Tabela 1 – Brasil e Goiás: Variação do Volume e da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2016 (Com Ajuste Sazonal Base: Mês anterior = 100) (%)

 

Variações Mensais (%)

Brasil

Goiás

 

Maio/16

Jun/16

Jul/16

Maio/16

Jun/16

Jul/16

Volume de Vendas

-0,8

0,3

-0,3

-3,2

0,4

0,1

Receita de Vendas

0,1

1,2

0,7

-2,1

1,7

0,8

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016.

 

 

Varejo Goiano Restrito

Todas as atividades do varejo restrito goiano, monitoradas pela pesquisa do IBGE, tiveram resultados negativos em volume em julho/16, sendo que os maiores recuos ocorreram nas vendas de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com decréscimo real de 43,5%, impulsionado, em grande medida, pela valorização do dólar frente ao real, além da redução no volume de crédito e no segmento de Móveis e eletrodomésticos, com queda de 17,8%, por se tratar de uma atividade que depende de financiamento e as taxas de juros estão bastante elevadas. Com menor impacto, Outros artigos de uso pessoal e domésticos apresentou queda de -3,8%, esse segmento contempla um mix diversificado de produtos, muitos deles são de reposição doméstica, consumo que pode ser postergado. E puxado pelo menor poder de compra e pela baixa confiança dos consumidores, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou queda de -6,9%. O setor de alimentação dentro do lar sofre muito e sente a pressão do aumento da inflação, que cresce acima do índice geral. A cesta de produtos deste setor teve um aumento médio de preços em julho de 2016 de 19,04 % (acumulado 12 meses) contra 13,19% no mesmo período do ano passado.

 

Tabela 2 – Brasil e estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista – 2016 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Maio/16

Jun/16

Jul/16

No

Ano

12

Meses

Maio/16

Jun/16

Jul/16

No

Ano

12

Meses

Comércio Varejista Geral

-9,0

-4,8

-5,3

-6,7

-6,8

-13,5

-10,3

-9,8

-10,3

-10,9

Combustíveis e lubrificantes

-10,8

-9,0

-9,9

-9,8

-9,8

-9,2

-9,9

-8,0

-7,3

-6,6

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

-5,5

-1,7

-0,1

-2,9

-3,1

-7,6

-5,8

-6,9

-7,4

-8,6

Hipermercados e supermercados

-5,3

-2,6

-0,9

-3,1

-3,3

-8,4

-6,2

-7,5

-7,6

-8,8

Tecidos, vestuário e calçados

-13,6

-3,9

-14,2

-11,6

-11,8

-23,5

-12,7

-6,9

-12,5

-11,4

Móveis e eletrodomésticos

-15,2

-10,7

-12,4

-14,4

-15,8

-21,7

-17,5

-17,8

-17,9

-20,6

Móveis

-12,1

-12,4

-12,8

-12,5

-16,4

-17,8

-19,4

-24,5

-7,1

-15,4

Eletrodomésticos

-16,5

-9,9

-12,2

-15,2

-15,5

-22,9

-17,1

-15,3

-21,3

-22,3

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

-2,5

-2,1

-3,2

-0,3

0,2

-6,8

-5,4

-7,4

-3,0

-2,3

Livros, jornais, revistas e papelaria

-24,4

-18,3

-18,6

-17,2

-16,2

-17,4

-13,8

-13,5

-10,0

-10,7

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

-14,4

-18,3

-12,9

-15,8

-14,6

-35,0

-46,4

-43,5

-38,2

-27,4

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

-15,4

-8,4

-11,6

-12,2

-9,6

-14,7

-7,8

-3,8

-7,2

-4,3

Comércio varejista ampliado geral

-10,2

-8,1

-10,2

-9,4

-10,3

-15,0

-11,1

-15,1

-14,4

-16,7

Veículos, motocicletas, partes e peças

-13,2

-15,2

-20,0

-14,7

-17,7

-14,7

-10,8

-22,7

-18,1

-24,2

Material de construção

-10,6

-9,6

-12,6

-12,9

-12,9

-22,4

-15,6

-15,1

-20,3

-17,3

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2016.

 

                       

 

A Tabela 3 mostra que em termos de receita nominal, o valor das vendas do comércio varejista goiano apresentou alta, 2,2% em julho/16, acumulando queda de 1,3% em doze meses. Diante de um cenário de inflação considerada elevada (em julho o IPCA em 12 meses já acumulou 12,2%), essa taxa negativa ainda é preocupante, pois o valor da receita real cai ainda mais.

 

Tabela 3 – Brasil e Estado de Goiás: Variação da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2016 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Maio/16

Jun/16

Jul/16

No

Ano

12

Meses

Maio/16

Jun/16

Jul/16

No

Ano

12

Meses

Comércio Varejista Geral

2,2

6,7

6,7

4,9

3,7

-3,3

1,3

2,2

0,4

-1,3

Combustíveis e lubrificantes

1,0

2,1

1,0

3,8

4,3

6,7

7,6

6,5

8,1

7,9

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

7,2

11,6

14,3

10,5

9,0

3,1

6,9

7,5

4,8

3,1

Hipermercados e supermercados

7,4

10,5

13,4

10,2

8,7

2,0

6,5

6,8

4,3

2,7

Tecidos, vestuário e calçados

-8,0

1,8

-9,2

-6,2

-7,2

-19,0

Governo na palma da mão

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