Comércio varejista goiano cresce acima da média nacional em março
Segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio Varejista (PMC) publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado de Goiás obteve aumento no volume de vendas do varejo de 6,0% em relação a março de 2010. Em termos de receita, o crescimento foi de 9,9%. No primeiro trimestre, o setor acumulou alta de 9,7% e 13,1% para o volume e a receita de vendas, respectivamente. No acumulado de 12 meses, os índices foram, na mesma ordem, de 11,5% e 13,7%.
O comércio varejista ampliado registrou, na comparação entre março de 2011 e março de 2010, taxa de – 0,8% para o volume de vendas e de 1,2% para a receita. Os baixos índices desse mês foram influenciados, principalmente, pela atividade Veículos, motocicletas, partes e peças, queapresentou variação negativa de -6,4% para o volume e -7,3% para a receita de vendas, na mesma comparação.
Neste mês de março, o segmento de Móveis e eletrodomésticos também registrou queda de -0,1% no volume de vendas. Essas taxas demonstram como a desaceleração da economia brasileira tem afetado o estado de Goiás nesse 1º trimestre do ano.
Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil:
Variação do Volume de Vendas no Comércio Varejista – 2011
(Base: Igual mês do ano anterior =100)
Segmento
|
Variação (%)
|
|||||
Brasil
|
Goiás
|
|||||
Março
|
Acumulado
|
Março
|
Acumulado
|
|||
No Trimestre
|
12 Meses
|
No Trimestre
|
12 Meses
|
|||
Comércio varejista geral
|
4,1
|
6,9
|
9,5
|
6,0
|
9,7
|
11,5
|
Combustíveis e lubrificantes
|
2,7
|
5,7
|
6,6
|
0,5
|
5,1
|
4,2
|
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
|
1,5
|
2,8
|
6,6
|
5,7
|
5,4
|
7,1
|
Hipermercados e supermercados
|
1,4
|
2,7
|
6,4
|
6,0
|
5,7
|
7,3
|
Tecidos, vestuário e calçados
|
5,6
|
9,6
|
10,6
|
8,5
|
13,7
|
14,5
|
Móveis e eletrodomésticos
|
11,1
|
16,8
|
17,2
|
6,7
|
12,1
|
16,3
|
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
|
5,5
|
9,4
|
10,9
|
10,9
|
22,6
|
21,4
|
Livros, jornais, revistas e papelaria
|
0,1
|
9,6
|
12,3
|
16,3
|
8,4
|
3,8
|
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
|
18,2
|
13,9
|
20,6
|
35,1
|
39,1
|
17,2
|
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
|
1,5
|
6,0
|
9,0
|
4,0
|
12,4
|
14,2
|
Comércio varejista ampliado geral
|
-2,5
|
7,1
|
10,2
|
-0,8
|
8,9
|
13,5
|
Veículos, motocicletas, partes e peças
|
-12,8
|
6,4
|
10,7
|
-6,4
|
8,5
|
15,7
|
Material de construção
|
6,4
|
13,6
|
15,3
|
1,2
|
6,4
|
12,7
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Tabela 2– Estado de Goiás e Brasil:
Variação da Receita Nominal no Comércio Varejista – 2011
(Base: Igual mês do ano anterior =100)
Segmento
|
Variação (%)
|
|||||
Brasil
|
Goiás
|
|||||
Março
|
Acumulado
|
Março
|
Acumulado
|
|||
No Trimestre
|
12 Meses
|
No Trimestre
|
12 Meses
|
|||
Comércio varejista geral
|
8,5
|
11,6
|
13,5
|
9,9
|
13,1
|
13,7
|
Combustíveis e lubrificantes
|
8,4
|
8,1
|
8,6
|
13,2
|
10,1
|
1,8
|
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
|
8,4
|
10,5
|
12,3
|
13,6
|
13,9
|
12,7
|
Hipermercados e supermercados
|
8,2
|
10,3
|
11,9
|
13,9
|
14,1
|
12,9
|
Tecidos, vestuário e calçados
|
12,6
|
16,7
|
16,8
|
13,0
|
18,3
|
17,2
|
Móveis e eletrodomésticos
|
8,3
|
15,2
|
18,2
|
-0,1
|
6,7
|
15,1
|
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
|
9,3
|
13,2
|
14,5
|
13,4
|
25,8
|
24,5
|
Livros, jornais, revistas e papelaria
|
4,2
|
13,7
|
16,3
|
18,1
|
10,1
|
5,9
|
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
|
1,0
|
0,0
|
9,1
|
19,4
|
20,9
|
4,0
|
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
|
7,3
|
12,2
|
15,7
|
10,3
|
18,2
|
20,4
|
Comércio varejista ampliado geral
|
0,8
|
10,3
|
13,4
|
1,2
|
10,9
|
15,6
|
Veículos, motocicletas, partes e peças
|
-13,0
|
6,0
|
11,5
|
-7,3
|
8,1
|
16,8
|
Material de construção
|
11,1
|
18,8
|
20,4
|
7,8
|
14,3
|
21,2
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
A média móvel para três meses mostra nitidamente a queda no comércio varejista nesse primeiro trimestre de 2011, tanto do volume quanto da receita de vendas. A média móvel para 12 meses também mostra uma pequena variação decrescente nesse período, mas, ainda sim, em comparação a abril de 2010, apresenta-se maior. Ao observar os gráficos 1 e 2, é possível perceber que o varejo neste início de ano está passando por um momento de esfriamento, situação contrária a registrada no início do ano de 2010.
Resultados Setoriais do Comércio Varejista Goiano
Pelo terceiro mês consecutivo, o setor de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentou a maior taxa de crescimento do comércio varejista goiano. O setor apresentou variação de 35,1% no volume de vendas na relação março de 2011/ março de 2010 e 39,1% e 17,2%, para 1º trimestre e últimos 12 meses, respectivamente. A receita também sofreu influência positiva desse segmento, apresentando taxas de 19,4%, 20,4% e 4,0%, na mesma ordem. A redução de preços dos produtos do gênero e a crescente importância dada pelas famílias aos produtos de informática e comunicação são fatores que influenciaram este desempenho.
A atividade que ocupou o segundo lugar de maior destaque no comércio varejista goiano foi a de Livros, jornais, revistas e papelaria, com acréscimo no volume de vendas de 16,3% e taxas acumuladas de 8,4% para o trimestre e de 3,8% para os últimos 12 meses. Para a receita a variação foi de 18,1%, 10,1% e 5,9% considerando a ordem anterior.
O segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos exerceu o terceiro maior impacto na formação da taxa do comércio varejista goiano. Apresentou, na comparação com março de 2010, crescimento de 10,9%, taxa acumulada no ano de 22,6% e nos últimos 12 meses de 21,4%. A variação da receita apresentou crescimento de 13,4%, 25,8% e 24,5%, considerando a mesma ordem. A expansão da massa de salários é o principal fator explicativo do desempenho positivo do segmento.
O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, apresentou variação positiva de 8,5% para o volume de vendas e 13,0% para a receita, na comparação com março de 2010. No acumulado do trimestre, o volume e a receita apresentaram taxas de 13,7% e 18,3%, respectivamente. Devido ao aumento nos preços dos produtos do ramo, a receita tem-se mantido elevada.
A atividade de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou acréscimo de 5,7% na relação março de 2011/ março de 2010, 5,4% no acumulado do ano e 7,1% nos 12 meses. O setor tem sofrido uma retração de demanda provocada, possivelmente, pelo aumento da inflação.
O setor de Móveis e eletrodomésticos em Goiás registrou taxa de 6,7% para o volume de vendas e de -0,1% para a receita. É o menor resultado desde novembro de 2009 para as duas modalidades. O aumento da taxa de juros e a restrição ao crédito explicam o comportamento deste setor neste mês de março.
O setor de Outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentou na relação março de 2011/ março de 2010, crescimento de 4,0%, a menor taxa dos últimos 10 meses. O setor vinha crescendo à taxa de dois dígitos por nove meses consecutivos. No acumulado do ano e de 12 meses, as taxas foram de 12,4% e 14,2%, respectivamente.
A atividade de Combustíveis e lubrificantes registrou taxa de variação de 0,5% para o volume e 13,2% para a receita de vendas, na comparação entre março de 2011 e março de 2010. No trimestre a variação do volume foi de 5,1% e da receita de 10,1%. Estes resultados mensais refletem a alta nos preços dos combustíveis.
O segmento de Materiais de construção, componente do comércio varejista ampliado, obteve na relação março de 2011/ março de 2010, taxa positiva de 1,2% para o volume e 7,8% para a receita de vendas. A data para que as medidas de restrição ao crédito vigorem para este setor, foi prorrogada, ainda sim, o segmento já começa a sentir seus primeiros impactos. No acumulado do trimestre e dos últimos 12 meses, as taxas foram de 6,4% e 12,7% para o volume, e 14,3% e 21,2% para a receita.
O setor de Veículos, motocicletas, partes e peças apresentou variação negativa tanto para o volume quanto para a receita de vendas, -6,4% e -7,3%, respectivamente. Este resultado deve-se ao fato de que as medidas de contenção ao crédito, tomadas pelo governo federal, já estão impactando a venda de veículos em Goiás, que depende muito de financiamentos.
O comércio varejista goiano, neste primeiro trimestre, demonstrou desempenho abaixo do obtido no 1º trimestre de 2010. Os seguimentos de Combustíveis e lubrificantes, Móveis e eletrodomésticos e Materiais de construção registraram taxas abaixo da média nacional neste mês de março. As medidas macroprudenciais, acompanhadas pela alta dos juros, são estratégias que o governo tem lançado desde o final do ano passado para conter o avanço inflacionário, tais medidas estão provocando retração na demanda doméstica.
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