Arrecadação tributária de Goiás cresce 1,2% no primeiro semestre de 2016
A arrecadação tributária ou própria do setor público estadual de Goiás cresceu 1,2% no primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015, em valores corrigidos pelo Índice Nacional de preços ao Consumidor (IPCA). A arrecadação saltou de R$ 9,09 bilhões no primeiro semestre de 2015 para R$ 9,31 bilhões em 2016 (Tabela 1).
Enquanto que no primeiro trimestre de 2016 predominou uma dinâmica de queda na arrecadação própria estadual, principalmente no mês de fevereiro com queda de 5,32%, no segundo trimestre se observa um crescimento sustentado da arrecadação, passando de uma taxa de crescimento de 1,12% em abril para 4,73% em junho (Gráfico 1).
Tabela 1 – Receita Tributária do setor público estadual de Goiás (1º semestre de 2015 e 2016) |
|||
(Em R$ e valores constantes de 2016) |
|||
1º sem. 2015 |
1º sem. 2016 |
Tx. Crescimento (%) |
|
Janeiro |
1.471.756.886,06 |
1.559.179.419,90 |
2,93 |
Fevereiro |
1.508.955.200,00 |
1.352.667.364,35 |
-5,32 |
Março |
1.516.164.214,45 |
1.503.514.343,50 |
-0,42 |
Abril |
1.568.258.647,42 |
1.603.653.891,39 |
1,12 |
Maio |
1.513.314.394,33 |
1.631.475.536,42 |
3,83 |
Junho |
1.515.483.196,84 |
1.662.275.959,76 |
4,73 |
Total |
9.093.932.539,10 |
9.312.766.515,32 |
1,20 |
Fonte: Relatórios resumidos da execução orçamentária, Secretaria da Fazenda de Goiás |
|||
Nota: valores atualizados pelo IPCA/IBGE |
O principal fator que explica o crescimento da arrecadação tributária no primeiro semestre de 2016 foi a extraordinária arrecadação de IPVA que apresentou crescimento de aproximadamente 30%. Esse aumento está diretamente relacionado com a mudança no calendário para o pagamento do tributo. Em 2016, o último prazo para o pagamento do IPVA foi julho, enquanto que nos anos anteriores esse prazo era distribuído ao longo de todo o ano. Por outro lado, a Secretaria da Fazenda de Goiás aponta que esse crescimento é fruto do aumento da eficiência da fiscalização desse imposto, que passou a ser monitorado mensalmente e os inadimplentes inscritos no Serasa e na dívida ativa. A secretaria também aponta que outra medida que colaborou foram as blitz realizadas em várias cidades do estado, com o uso de câmeras interligadas ao sistema de banco de dados do Detran, Política Militar, Agetop e prefeituras (Tabela 2).
Tabela 2 – Receita Tributária do setor público estadual de Goiás (1º semestre de 2015 e 2016) |
|||
(Em R$ e valores constantes de 2016) |
|||
1º sem. 2015 |
1º sem. 2016 |
Tx. Crescimento (%) |
|
ICMS |
7.193.765.001,44 |
6.936.679.684,32 |
-1,80 |
IPVA |
532.998.212,10 |
881.815.064,88 |
28,63 |
ITCD |
113.143.248,28 |
123.126.656,96 |
4,32 |
IRRF |
583.936.386,61 |
591.576.632,48 |
0,65 |
Outras Receitas Tributárias |
670.089.690,67 |
543.408.182,68 |
-9,95 |
Receita Tributária Total |
9.093.932.539,10 |
9.312.766.515,32 |
1,20 |
Fonte: Relatórios resumidos da execução orçamentária, Secretaria da Fazenda de Goiás |
|||
Nota: valores atualizados pelo IPCA/IBGE |
Embora as finanças públicas do estado de Goiás tenham apresentado módico crescimento no primeiro semestre de 2016, esse resultado positivo ainda não pode ser estendido para a situação econômica do estado de Goiás como um todo. Essa melhoria está mais ligada ao esforço arrecadatório do setor público estadual do que a recuperação dos indicadores econômicos. Uma evidência importante para essa hipótese é que o ICMS, considerado uma proxy da atividade econômica, apresentou sua terceira queda semestral sucessiva. No primeiro semestre de 2016 a queda do ICMS foi de 1,8%.
Técnico responsável:
Eduardo Santos Araújo