Análise da educação em Goiás segundo a Pnad Contínua – 2º Trimestre de 2017
O Instituto Mauro Borges (IMB) divulga periodicamente, desde de 2016, uma análise dos dados sobre educação do estado de Goiás, obtidos através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), elaborada trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dando continuidade a essa série de estudos, este trabalho apresenta uma breve avaliação dos índices e taxas educacionais relativos aos dois primeiros trimestres de 2017. Cabe ressaltar, no entanto, que a Pnad Contínua abarca apenas a população com mais de 5 anos de idade e, portanto, não é possível fazer um diagnóstico da Educação Infantil.
Analfabetismo
A taxa de analfabetismo na população goiana acima de 14 anos, apesar de apresentar uma pequena redução, praticamente não se alterou entre o primeiro e o segundo trimestre de 2017, passando de 5,90% (1°tri) para 5,89% (2°tri). O resultado pode representar a necessidade de políticas mais incisivas para reduzir o número de analfabetos no estado. Além disso, uma forma mais eficiente para atingir esse objetivo é a implementação de ações direcionadas para os grupos populacionais com os maiores percentuais de iletrados. Tendo isso em mente, os gráficos seguintes apresentam a distribuição de analfabetos por níveis de renda e faixa etária.
Os quintis de renda separam a população em 5 partes iguais, sendo que o 1º quintil compreende os 20% mais pobres e o 5º quintil os 20% mais ricos. O Gráfico 1 apresenta a proporção que cada quintil de renda representa no total dos analfabetos do estado de Goiás. Por ele percebe-se que, apesar da baixa variação no nível total de analfabetos, houve alterações consideráveis em sua distribuição por grupos de renda. A maior variação ocorreu no primeiro quintil, que representava metade dos iletrados no primeiro semestre, e passaram a para 57% no segundo semestre, ao passo que no 2° quintil houve uma redução de 16,6% para 11,1%. Entretanto, é importante frisar que parte dessas alterações, bem como todas as outras aqui apresentadas, podem acontecer por razões metodológicas da Pnad Contínua. Salienta-se também, a demanda por maiores investimentos em educação por parte das populações de baixa renda, em relação aos mais ricos.
O Gráfico 2 faz uma divisão parecida com a do gráfico anterior, porém, agrupando a população em 5 faixas etárias. As variações nos percentuais são bem pequenas se comparadas com aquelas apresentadas na análise de quintis de renda. A maior alteração aconteceu entre os mais velhos, que eram 67,9% dos analfabetos no primeiro trimestre e passaram para 71,7%. Tais valores demonstram a necessidade de programas de alfabetização para pessoas mais velhas.
As pessoas entre 15 e 24 anos representavam 1,25% dos iletrados no 2° trimestre de 2017. Apesar desse número ser pequeno em relação aos percentuais das outras faixas etárias, ainda é preocupante, visto que o governo do estado tem como meta eliminar o analfabetismo entre jovens.
De maneira complementar a essa análise, o Gráfico 3 exibe a taxa de alfabetização da população entre 8 e 14 anos de idade. É demonstrado que não houve alterações consideráveis nesse número, embora o ideal fosse que a taxa apresentasse alguma redução.
Frequência Escolar
No Gráfico 4 são apresentadas as taxas de frequência escolar em cada faixa etária. Nesse caso, as variações percentuais também foram pequenas, sendo a maior delas o crescimento de 1% percentual na taxa da população de 15 a 17 anos que frequentava a escola. Contudo, considerando que essa faixa etária é a ideal para que o aluno esteja frequentando o ensino médio, o percentual de 84,8% ainda pode ser insatisfatório.
Complementando essa análise, o Gráfico 5 exibe o percentual da população entre 15 e 17 anos que estava matriculada ou que já havia concluído o ensino médio nos dois primeiros trimestres de 2017. O objetivo deste indicador é estimar o percentual de jovens frequentando o nível escolar considerado adequado para sua idade. Os resultados apontam uma redução de 1,62 pontos percentuais nessa taxa entre o primeiro e segundo trimestre de 2017. Ressalta-se que parte da variação pode ser devido a aspectos metodológicos da Pnad Contínua, como por exemplo, a mudança de parte da amostra considerada. Mesmo assim, a diminuição no indicador deve ser objeto de atenção por parte dos formuladores de políticas públicas.
Ensino Superior
O percentual de pessoas com ensino superior na população total do estado era de 9,96% no segundo trimestre de 2017, apresentando, portanto, uma leve redução em relação ao período anterior. Quando considerada apenas a população com mais de 24 anos, idade esperada para que uma pessoa conclua a graduação, a taxa se eleva para 15,7%.
Por fim, na comparação entre os percentuais de homens e mulheres com graduação, mestrado e doutorado, conforme exibido no Gráfico 7, nota-se que quando se leva em consideração apenas graduados, a proporção de mulheres formadas é superior a de homens. No entanto, quando se trata da população com mestrado ou doutorado, há uma equidade na distribuição por gênero. Portanto, seria interessante compreender os motivos pelos quais as porcentagens se comportam assim, para dessa maneira, melhor planejar intervenções em prol de uma maior igualdade de gênero.
Responsáveis Técnicos:
Adriana Moura Guimarães
Rui Rocha Gomes