Agricultura Goiana Outubro 2008
A
produção goiana de grãos, segundo os dados do Levantamento Sistemático da
Produção AgrÃcola – LSPA/IBGE foi de 13.223.471 mil toneladas na preliminar
de outubro de 2008, apresentando um aumento de 16,40% em relação ao mesmo perÃodo
do ano anterior, quando foram colhidas 11.359.908 mil toneladas. Os principais
produtos que apresentaram expansão no perÃodo em análise foram: cana-de-açúcar
(29,90%), milho (21,91%), soja (10,20%), sorgo (64,09%), tomate (53,33%) e trigo
(74,59%). Apresentaram queda: algodão herbáceo (-3,22%), arroz (-20,83%) e
feijão (-19,30%). Vale destacar que a colheita está praticamente concluÃda,
com o acréscimo de algumas culturas irrigadas que ainda não terminaram.
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Tabela 1
Estado de Goiás: Ãrea colhida, produção
e rendimento médio
dos principais produtos – outubro de
2008
Produtos
|
Ãrea
|
Variação
|
Produção
|
Variação
|
Rendimento
|
Variação
|
|||
out/07
|
out/08
|
out/07
|
out/08
|
out/07
|
out/08
|
||||
Algodão
|
82.800
|
72.030
|
-13,01
|
296.553
|
286.994
|
-3,22
|
3.582
|
3.984
|
11,25
|
Arroz
|
117.900
|
94.440
|
-19,9
|
248.828
|
196.992
|
-20,83
|
2.111
|
2.086
|
-1,17
|
Cana-de-açúcar
|
278.000
|
358.190
|
28,85
|
22.387.847
|
29.082.040
|
29,9
|
80.532
|
81.192
|
0,82
|
Feijão
|
124.440
|
97.610
|
-21,56
|
253.668
|
220.799
|
-12,96
|
2.038
|
2.262
|
10,97
|
Milho
|
832.220
|
903.470
|
8,56
|
4.169.313
|
5.082.750
|
21,91
|
5.010
|
5.626
|
12,29
|
Soja
|
2.168.440
|
2.179.880
|
0,53
|
5.937.727
|
6.543.259
|
10,2
|
2.738
|
3.002
|
9,62
|
Sorgo
|
228.850
|
310.460
|
35,66
|
503.183
|
825.655
|
64,09
|
2.199
|
2.659
|
20,95
|
Tomate
|
9.820
|
14.920
|
51,93
|
802.030
|
1.245.820
|
55,33
|
81.673
|
83.500
|
2,24
|
Trigo
|
10.490
|
18.600
|
77,31
|
48.018
|
83.836
|
74,59
|
4.578
|
4.507
|
-1,53
|
Fonte: IBGE –
|
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As
estimativas em outubro de 2008 para a produção de cana-de-açúcar
apresentaram um resultado positivo, com expansão de 29,90% na produção,
comparado ao mesmo perÃodo do ano anterior. A área colhida expandiu 28,85%. A
produtividade atingiu 81.192 kg/ha, com incremento de 0,82%, acima da média
nacional (79.208kg/ha), revelando ganhos a cada ano, com a introdução de novas
variedades e tecnologias avançadas.
 O
crescimento na produção de cana-de-açúcar é reflexo dos novos projetos que
estão sendo implantados no estado, com o objetivo de atender a demanda interna
de álcool combustÃvel adicionado a gasolina, que vem crescendo a cada ano pelo
aumento da frota de veÃculos bicombustÃveis. Com referência à s exportações,
o mercado externo ainda é bastante restrito, em decorrência
das barreiras protecionistas impostas por alguns paÃses, como os Estados
Unidos, principal destino do álcool brasileiro.
Milho:
Conforme o LSPA/IBGE essa cultura aumentou 21,91% na produção e 8,56% na área
colhida, atingindo 5.626 kg/ha, com variação de 12,29%, resultando em ganho de
produtividade. Contribuiu para o aumento da produção, o aumento na cotação
do grão, em virtude da menor oferta mundial, devido aos Estados Unidos, maior
produtor, ter destinado grande parte de sua produção para transformação em
etanol, ou seja, houve redução nos estoques mundiais.
Soja:
O incremento na produção de 10,20% é decorrente de ganho de 9,62% no
rendimento médio, uma vez que a área a ser colhida apresentou expansão de
0,52%. Este acréscimo é creditado, principalmente, à melhoria nos preços no
mercado internacional.
Sorgo:
Houve aumento de 64,09% na quantidade produzida e de 35,66% na área colhida,
melhorando a produtividade em 20,95%, ou seja,
2.659 kg
por hectare.  Este acréscimo foi
determinado, principalmente, pelo aumento da demanda das empresas produtoras de
ração, dado que o sorgo é um dos principais insumos na composição de ração
animal. Importante ressaltar que esta cultura substitui o milho pela sua
rusticidade e resistência prolongada em perÃodos de estiagem.
Tomate:
Conforme apurou a pesquisa, a cultura apresentou aumento na produção de
55,33%, aumento na área colhida de 51,93%, e aumentou a produtividade em 2,24%,
ou seja, foram colhidas 83.500 toneladas por hectare, ante 81.673 toneladas por
hectare no mesmo perÃodo do ano anterior.
Trigo
em grão:
No levantamento de outubro de
2008 a
produção foi estimada em 83.836 toneladas, ante 48.018 toneladas no mesmo perÃodo
do ano anterior, com um incremento de 74,59%. Em relação à área colhida também
houve crescimento de 77,31%, por outro lado, caiu o rendimento médio em 1,53%.  A
queda na produtividade pode ser creditada a problemas climáticos, estiagem
prolongada, aliados a perda por problemas mecânicos, ou seja, ocorre muito
desperdÃcio na hora da colheita.
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No
que se refere à produção de algodão
herbáceo, foi observado no levantamento do LSPA recuo na produção de
3,22%, e 13,01% na área colhida. Este decréscimo de produção se deve,
basicamente, à retração da área cultivada devido ao desestÃmulo dos
produtores em cultivarem o produto, em face dos altos preços dos insumos e da
queda das cotações da pluma.
A
pesquisa apontou uma queda bastante acentuada para a produção de arroz,
de 20,83%, 19,90% na área colhida e 1,14% no rendimento médio. Este recuo é
explicado pelos baixos preços praticados no mercado e pela preferência dos
produtores pelo plantio da soja, que tem maior liquidez e preços atrativos.
O feijão
registrou decréscimo de 12,96% na produção e 21,56% na área colhida, em relação
ao mesmo perÃodo do ano anterior. A variação positiva de 10,97% no rendimento
médio deveu se ao aumento de produção do feijão da segunda.  Houve
queda mais acentuada na produção de feijão 3ª safra, por se tratar de
cultura irrigada.
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 As perspectivas para agricultura
goiana estão atreladas aos acontecimentos do mercado mundial, turbulência
financeira internacional, que provocou queda nos preços das principais
commodities, restringiu o crédito no mercado, tornando-o escasso, elevou a cotação
do dólar, conseqüentemente, elevando os custos de produção agrÃcola. Alguns
setores estão recuando, a exemplo, o sucroalcooleiro, onde os empresários estão
considerando rever seus investimentos para a próxima safra. Neste sentido a
agricultura goiana poderá ser afetada por esta conjuntura mundial, dado que
este setor vem de uma trajetória de crescimento contÃnuo.
Â
Equipe
Técnica:
Dinamar
Maria Ferreira marques
Lucelena
Fátima de Melo