Agosto tem saldo negativo, mas Goiás ainda é líder na geração de empregos formais em 2015
Segundo dados do CAGED, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – do Ministério do Trabalho e Emprego foram gerados, em Goiás, 21.418 novas colocações com registro em carteira (ajustado com as declarações entregues pelas empresas fora do prazo) até o mês de agosto de 2015, representando um acréscimo de 1,74% em relação ao estoque de dezembro de 2014, resultado positivo se comparado ao nacional, que teve redução de 1,39% no número de empregos formais. Goiás ocupou o primeiro lugar em termos relativo e absoluto, na geração de empregos formais no acumulado do ano, dentre as Unidades da Federação, conforme observado no Gráfico 1 e Tabela 1. Embora Goiás continue na liderança na geração de empregos no Brasil, os dados apontam que 2015 é o pior ano desde 1999.
Agosto de 2015
Agosto tradicionalmente é um mês forte na geração de empregos em Goiás, tendo registrado o maior saldo para o mês em 2008 quando atingiu de 6.962 empregos gerado (conforme observado no Gráfico 04). O saldo negativo em agosto de 2015, primeiro para o mês nos registros do Caged, mostra a gravidade da situação atual do Mercado de Trabalho, que até o momento não apresenta nenhum sinal de recuperação. O resultado é muito inferior ao do mesmo mês do ano passado, quando foram criadas 2.968 vagas. É importante ressaltar que os dados são sem ajuste, ou seja, não incluem as informações passadas pelas empresas fora do prazo.
Apesar de Goiás continuar com saldo acumulado positivo, no ano de 2015, e ter a melhor taxa de crescimento do estoque de empregos formais, vale ressaltar que devido à sazonalidade da economia goiana esperam-se saldos menores para os próximos meses, com maior número de demissões em dezembro, caso tenha a mesma tendência do ano anterior (Gráfico 03). Desta forma o saldo acumulado tende a deteriorar-se e pode fechar o ano com valor negativo, como já observado na maioria dos estados (Gráfico 1).
A análise setorial dos dados do Caged mostra que apenas três dos oito setores econômicos elevaram o nível de emprego: serviços, agricultura e administração pública. Foram criadas 1.766 postos de trabalho nestes três setores, sendo 897 (50,79%) para o sexo feminino. Pelo lado negativo, os destaques foram para comércio, indústria de transformação e construção civil, que fecharam em conjunto 2.472 vagas em agosto.
O setor de serviços teve uma recuperação no referido mês e criou 1.298 postos (+0,28%). As atividades relacionadas ao Ensino (+980 postos ou + 2,13%), juntamente com alojamento e alimentação (342 postos ou +0,74%) foram responsáveis pelo maior número de vagas geradas no setor.
O setor agropecuário, segundo maior saldo do mês de agosto, criou 441 postos de trabalho (+0,46%). Este se despontou como o maior gerador de empregos da economia goiana no ano de 2015. O bom desempenho do setor agropecuário no mês de agosto foi registrado principalmente nas atividades de cultivo de plantas de lavoura temporária não especificadas (+563 postos).
A maior perda de postos de trabalho foi identificada no comércio (-875 postos ou -0,30%) que acumula 1.787 postos fechados no ano. Neste Setor, se destacaram em número de postos fechados as atividades de comércio a varejo e por atacado de veículos automotores (-145 postos) e comércio de peças e acessórios para veículos automotores (-178 postos).
Outra informação interessante, apresentada pelos dados do Caged, é que houve saldo positivo apenas nos níveis de instrução de nível médio (582 vagas) e superior (572 vagas). Os demais níveis de instrução houve fechamento de postos de trabalho. Ao analisar por faixa etária, foram constatados saldos positivos apenas para faixas etárias até 24 anos de idade, as demais tiveram saldos negativos.
Municípios
Entre os municípios goianos com mais de 30 mil habitantes, em 16 foram observados saldo positivo de empregos formais em agosto de 2015. Em termos absolutos, Cristalina ficou em primeiro lugar, com saldo de 583 postos, Goiânia em segundo, com 545 postos, e em terceiro Anápolis, com 259 postos. O agronegócio foi, em grande parte, responsável pelo bom desempenho de Cristalina. Em Goiânia e Anápolis houve uma recuperação do setor de serviços. Por outro lado, 20 municípios apresentaram saldo negativo, sendo que Aparecida de Goiânia teve a maior perda de empregos, com fechamento de 899 postos.