A taxa de desocupação em Goiás foi estimada em 7,3% no segundo trimestre de 2015


Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação[1] em Goiás foi estimada em 7,3% no segundo trimestre de 2015, um acréscimo de 1,9 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior (5,4%) e 0,3 em relação ao trimestre anterior (isto significa 15 mil pessoas a mais na fila de espera por uma vaga). Este é o segundo aumento consecutivo e o maior nível observado na série iniciada em 2012. Mesmo com o resultado ruim, Goiás apresentou a oitava menor taxa entre as Unidades da Federação e 1 ponto percentual abaixo da média do Brasil (Gráficos 1 e 2). A pesquisa também apresenta dados sobre ocupação e rendimento.

 


[1] São classificadas como desocupadas na semana de referência as pessoas sem trabalho (que geram rendimentos para o domicílio) nessa semana, que tomaram alguma providência efetiva para consegui-lo no período de referência de 30 dias e que estavam disponíveis para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se, também, como desocupadas as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias porque já haviam conseguido trabalho que iriam começar após a semana de referência.

 

Os dados apontaram diferenças significativas na taxa de desocupação entre homens e mulheres em Goiás, comportamento verificado também nas outras Unidades da Federação. No 2º trimestre de 2015, a taxa foi estimada em 6,2% para os homens e 8,9% para as mulheres, valores inferiores aos registrados em nível nacional. Os maiores e os menores valores, tanto para homens quanto para mulheres, foram registrados no Rio Grande do Norte e em Santa Catarina, respectivamente (Quadro 04).

Na análise da desocupação por idade, observou-se uma relação inversa entre as faixas etária, com a maior taxa na faixa de 14 a 17 anos de idade, período em que se inicia a busca por emprego, que também possui um baixo nível de ocupação (Gráfico 03). Estima-se que oito mil pessoas nesta faixa de idade entraram para a força de trabalho no período de maio a junho de 2015 (22% da variação absoluta ocorrida na força de trabalho em relação ao período anterior). Por outro lado, a faixa etária de 60 anos ou mais teve a menor taxa, comportamento verificado tanto para o Brasil quanto para as cinco grandes regiões.

 

A pesquisa também revela que a população ocupada foi estimada em 3,197 milhões no segundo trimestre, refletindo variação de 0,66% na comparação com o trimestre anterior. Com isso o nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar – PIA) foi estimado em 60,7% no 2º trimestre de 2015, o terceiro maior nível do país, abaixo apenas dos Estados de Santa Catarina e Mato Grosso.

Nos grupos com grau de instrução mais alto, o nível da ocupação foi mais elevado. No 2º trimestre de 2015, 80,7% das pessoas com nível superior completo estavam trabalhando, enquanto que apenas 30,3% das pessoas sem instrução e menos de um ano de estudo trabalhavam (Gráfico 4). Também é importante observar que do total de pessoas ocupadas na semana de referência, 49,25% possuía nível superior ou médio completo (Gráfico 05).

 

 

Em Goiás, a parcela de trabalhadores ocupados que possuem nível superior completo ainda é pequena, ( 14,59%) se comparada às médias nacional (16,8%) e da Região Centro-Oeste (17,0%). No entanto, o número de pessoas ocupadas com nível superior completo foi o que mais cresceu em relação ao mesmo período do ano anterior, 10,4% (44 mil pessoas). Alem disso, houve aumento no número de pessoas ocupadas com nível superior incompleto (1,8%).

 

 

Do ponto de vista do vínculo empregatício, as pessoas que trabalhavam para um empregador, geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração, representavam 69,8% da população ocupada, redução de 1,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. As pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado, somavam 3,9%, e também tiveram redução (0,4 pontos percentuais). Por outro lado as pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, sozinhas ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com a ajuda de trabalhador familiar auxiliar, tiveram aumento na representatividade, passando de 22,9% dos ocupados no período de maio a junho de 2014 para 24,9% no mesmo período de 2015 (Gráfico 06).

 

 

 

Na análise por grupamentos ocupacionais no trabalho principal, em Goiás, a maior parcela das pessoas ocupadas na semana de referência (20,3%) era de trabalhadores dos serviços; vendedores do comércio e mercados (Quadro 03), percentuais bem próximos ao nacional (20,1%). Este grupamento vem crescendo gradativamente desde 2012, acumulando um aumento de dois pontos percentuais em junho de 2015.

No 2º trimestre de 2015, 76,8% dos empregados no setor privado em Goiás tinham carteira de trabalho assinada, apresentando avanço de 2,3 pontos percentuais em relação a igual trimestre de 2014. Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 35,5% tinham carteira de trabalho assinada, enquanto no mesmo trimestre do ano passado, eram 33,9%. Os militares e servidores estatutários correspondiam a 71,9% dos empregados do setor público. Ressalta-se que 50,3% da população ocupada, excluindo-se os trabalhadores domésticos, encontram-se no setor privado. Este resultado teve uma redução de 1,0% em relação ao período de maio a junho de 2014 (em torno de 17 mil pessoas deixaram esta posição).

Outra informação interessante mostrada pela pesquisa é que 34,5% das pessoas em idade de trabalhar foram classificadas como fora da força de trabalho no 2º trimestre de 2015, ou seja, aquelas que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana de referência da pesquisa. Houve uma melhora em relação ao mesmo período do ano anterior. No Brasil este percentual passou de 38,9% para 38,7%, enquanto que na região Centro-Oeste permaneceu estável (34,8%). Esta configuração não se alterou significativamente ao longo da série histórica disponível.

 

 

As mulheres eram maioria na população fora da força de trabalho em Goiás, representando 66,9% no 2º trimestre de 2015. 30,9% da população fora da força de trabalho era composta por idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade). Aqueles com menos de 25 anos de idade somavam 29,7% e os adultos, com idade de 25 a 59 anos, representavam 39,5% (Quadro 04).

O motivo pelo qual as pessoas não procuraram trabalho, não gostariam de ter trabalhado ou não estavam disponíveis para iniciar um trabalho, foram diversos. No geral 27,2% destas pessoas não o fizeram porque tinham que cuidar dos afazeres domésticos, do(s) filho(s) ou de outro(s) dependente(s). O maior percentual (30,7%) teve como justificativa o fato de ser muito jovem ou muito idoso para trabalhar e 23,1% porque estava estudando. Apenas 4,6% por não querer trabalhar (Tabela 2).

 

 

Rendimento do Trabalhador

No 2º trimestre de 2015, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência em Goiás, com rendimento de trabalho, foi estimada em R$ 5,7 bilhões, registrando queda de 2,3% em relação ao mesmo período de 2014. Do somatório dos rendimentos (massa salarial), 64,7% foram provenientes dos empregados, 10,9% dos empregadores e 24,4% dos trabalhadores por conta própria.

Em Goiás, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, foi estimado em R$ 1.771,20. Este resultado foi inferior ao registrado no período anterior (janeiro a março) em 0,8%. A maior queda foi para o sexo masculino, 3,9%% contra redução de 1,8% no salário real das mulheres. Ressalta-se que houve redução no rendimento médio em 19 das 27 Unidades da Federação. A maior queda foi registrada no Estado de Roraima (-11,8%). Por outro lado a maior variação positiva foi no Estado do Espírito Santo, 2,7% (Quadro 04)

Em relação ao grau de instrução, houve aumento de rendimento médio real, na comparação ao mesmo período do ano anterior, apenas para os níveis médio ou equivalente incompleto (1,8%) e superior incompleto (2,7%). A maior redução foi registrada para o fundamental ou equivalente completo (-11,7%), conforme tabela a seguir.

Na análise por Grupamentos de atividade no trabalho principal, o maior rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, no período de abril a junho de 2015, segundo dados da PNAD Contínua, foi observado na administração pública (R$ 2.331,30). Este grupamento teve uma redução de 5,4% no rendimento médio real em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, os serviços domésticos registraram o menor rendimento médio real (R$ 787,53), com um aumento de 1,8% em relação a 2014 (Quadro 01).

 

 

Por fim, conforme apurado pela Pnad Contínua, a taxa de desemprego cresceu em Goiás atingindo 7,3% no segundo trimestre de 2015, a maior da série iniciada em 2012. Na análise do desemprego por gênero, constata-se que entre os homens o desemprego foi menor, com taxa de 6,2%, ante a taxa para as mulheres que alcançou 8,9%. Outra evidência revelada pela pesquisa foi que o rendimento médio dos mais instruídos (Superior ou equivalente completo) foi três vezes maior que dos que têm ensino Fundamental ou equivalente. O desemprego entre os mais jovens em Goiás foi maior, atingindo 22,2% na faixa de jovens de 14 anos a 17 anos, ou seja, aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho. Por outro lado, a faixa etária de 60 ou mais representou apenas 3,2% nesse segundo trimestre.

 

 

 

Governo na palma da mão

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