A taxa de desocupação em Goiás foi estimada em 7,0% no primeiro trimestre de 2015


Pela primeira vez, a PNAD Contínua traz as informações completas sobre o mercado de trabalho para Brasil, grandes regiões e unidades da federação, com o objetivo de produzir informações contínuas, trimestrais, sobre a inserção da população no mercado de trabalho associada a características demográficas e de educação. A pesquisa é realizada por meio de uma amostra de domicílios, de forma a garantir a representatividade dos resultados para os diversos níveis geográficos. A periodicidade é mensal, para um conjunto restrito de indicadores relacionados à força de trabalho e somente para o nível geográfico Brasil; trimestral, para indicadores relacionados à força de trabalho; anual, para os demais temas permanentes da pesquisa e indicadores complementares relacionados à força de trabalho; e variável, para outros temas ou tópicos dos temas permanentes a serem pesquisados com maior periodicidade ou ocasionalmente. São investigados 211.344 domicílios particulares permanentes, em aproximadamente 16.000 setores censitários, distribuídos em cerca de 3.500 municípios.

Para Goiás, em particular, foram disponibilizadas informações do período de janeiro de 2012 a março de 2015, relacionadas principalmente ao trabalho infantil e outras formas de trabalho. Foram investigados 7.387 domicílios de 545 setores em 144 municípios, no entanto, os dados produzidos são para o âmbito estadual, ou seja, não há informações em nível municipal. Uma das informações mais importantes disponibilizadas é a taxa de desocupação¹ que, segundo dados da PNAD Contínua, em Goiás foi estimada em 7,0% no 1º trimestre de 2015, um acréscimo de 1,3 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior (5,7%). Resultado bastante positivo se comparado à nacional, estimada em 7,9%. Este resultado fez com que Goiás ficasse com a 9ª menor taxa de desocupação dentre as 27 unidades da federação (Gráfico 01 e 02). A população desocupada (238 mil pessoas) variou 5,0% frente ao trimestre imediatamente anterior.

 

 

 

 

 A população ocupada, pessoas que, nesse período, trabalharam pelo menos uma hora completa em trabalho remunerado em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, treinamento etc.) ou em trabalho sem remuneração direta, em ajuda à atividade econômica de membro do domicílio ou, ainda, as pessoas que tinham trabalho remunerado do qual estavam temporariamente afastadas nessa semana, foi estimada em 3,176 milhões, refletindo variação de 1,0% na comparação com o trimestre anterior. O nível da ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar – PIA) foi estimado em 60,5% no 1º trimestre de 2015, abaixo dos 62,1% verificados no trimestre anterior e dos 60,9% observados no 1º trimestre do ano passado (Tabela 01). 

 

 

Em Goiás, no 1º trimestre de 2015, 35,0% das pessoas em idade de trabalhar foram classificadas como fora da força de trabalho, ou seja, aquelas que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana de referência da pesquisa. No Brasil este percentual era de 39,0%, sendo que a região Nordeste foi a que apresentou a maior parcela de pessoas fora da força de trabalho (43,1%). As regiões Sul (36,2%) e Centro-Oeste (34,9%) tiveram os menores percentuais. Esta configuração não se alterou significativamente ao longo da série histórica disponível.

As mulheres eram maioria na população fora da força de trabalho em Goiás, representando 67,7% no 1º trimestre de 2015. Cerca de 30,9% da população fora da força de trabalho era composta por idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade). Aqueles com menos de 25 anos de idade somavam 29,7% e os adultos, com idade de 25 a 59 anos, representavam 39,9% (Tabela 01).

O motivo pelo qual as pessoas não procuraram trabalho ou não gostariam de ter trabalhado ou não estavam disponíveis para iniciar um trabalho foram diversos, no geral 28,1% destas pessoas tinham que cuidar dos afazeres domésticos, do(s) filho(s) ou de outro(s) dependente(s). O maior percentual (30,7%) é registrado por ser muito jovem ou muito idoso para trabalhar e 22,4% por que estava estudando. Apenas 4,5% por não querer trabalhar.

Os dados apontaram diferenças significativas na taxa de desocupação entre homens e mulheres em Goiás, comportamento verificado também nas outras unidades da federação. No 1º trimestre de 2015, a taxa foi estimada em 5,3% para os homens e 9,2% para as mulheres, valores inferiores aos registrados em nível nacional e regional. Os maiores e os menores valores, tanto para homens quanto para mulheres, foram registrados no Rio Grande do Norte e em Santa Catarina, respectivamente (Gráfico 03).

 

 

 Quanto à desocupação por faixa etária, Goiás registrou taxas inferiores às do Centro-Oeste e às nacionais (Gráfico 04). Os jovens de 14 a 17 tiveram a maior taxa e a faixa etária de 60 anos ou mais tiveram a menor, comportamento verificado tanto para o Brasil quanto para as cinco grandes regiões.

 

 

 Nos grupos com níveis de instrução mais altos, o nível da ocupação era mais elevado. No 1º trimestre de 2015, 27,8% das pessoas sem nenhuma instrução estava trabalhando. No grupo das pessoas com nível superior completo, o nível da ocupação chegou a 81,2% (Gráfico 05).

 


 

Em Goiás, as pessoas que trabalhavam para um empregador (pessoa física ou jurídica), geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração, representavam 70,3% da população ocupada, enquanto que as pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado somavam 23,9%. Estes valores são próximos aos observados em nível regional e nacional (Gráfico 06). Observou-se que 50,3% da população ocupada, excluindo-se os trabalhadores domésticos, encontram-se no setor privado. Este resultado não teve alteração significativa na série histórica observada (2012 a 2015).

No 1º trimestre de 2015, 77,4% dos empregados no setor privado em Goiás tinham carteira de trabalho assinada, apresentando avanço de 2,09 pontos percentuais em relação a igual trimestre de 2014. Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 34,5% tinham carteira de trabalho assinada no 1º trimestre de 2015, enquanto no mesmo trimestre do ano passado, eram 29,65%. Os militares e servidores estatutários correspondiam a 73,7% dos empregados do setor público.

 

 

Na análise por grupamentos ocupacionais no trabalho principal, em Goiás a maior parcela das pessoas ocupadas na semana de referência (21,0%) era de trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio e mercados (Gráfico 06), percentual bem próximo ao nacional (20,1%). Este grupamento vem crescendo gradativamente desde 2012, acumulando um aumento de dois pontos percentuais em março de 2015 (Gráfico 07).

 

 

 

 

 

 

Rendimento do Trabalhador

 

No 1º trimestre de 2015, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência em Goiás, com rendimento de trabalho, foi estimada em R$ 5,609 bilhões, registrando aumento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2014. Os empregados representaram 64,9%, os empregadores 11,7% e os trabalhadores por conta própria 23,3% da massa salarial goiana.

O rendimento médio real em Goiás foi estimado em R$ 1.786,65. Este resultado foi inferior ao registrado no período anterior (outubro a dezembro), queda de 1,54%. A maior variação foi para o sexo masculino, 1,7% contra 0,9% de queda no salário real das mulheres. Ressalta-se que houve redução no rendimento médio em 14 das 27 unidades da federação. A maior queda foi registrada no Estado de Sergipe (4,5%). Por outro lado a maior variação positiva foi no Estado de Roraima 11,1%.

O rendimento médio nacional ficou registrado em de R$ 1.839,94, sendo R$ 2.045,54 para homens e 1.557,54 para mulheres. Houve aumento de 0,8% em relação ao salário real do período anterior. Goiás tem um rendimento médio inferior ao nacional para ambos os sexos (Gráfico 08).

 

 

Observou-se uma relação direta entre o rendimento médio real e a faixa etária, com salários mais elevados para as pessoas de mais idade (Tabela 02). Este fato pode ser observado também na análise por nível de instrução (Tabela 03). Em parte, a educação do trabalhador medida em anos de estudo é um dos determinantes do seu salário. A educação pode ser entendida como forma de capital (capital humano). Dessa forma, o investimento realizado pelo trabalhador para seu aperfeiçoamento aumenta a capacidade produtiva do mesmo, e, por conseguinte tende a aumentar seu rendimento médio.

 

 

 

 

 

Em Goiás, houve aumento de rendimento médio real, em relação ao mesmo período do ano anterior, apenas para os níveis Médio ou equivalente incompleto (4,2%) e Médio ou equivalente completo (0,5%). A maior redução foi registrada para o nível Superior ou equivalente incompleto (5,9%). Conforme dito anteriormente, o valor da remuneração média real está diretamente relacionado com o nível de instrução, ou seja, quanto maior o nível de instrução, maior a remuneração média real.

 

 

 

Na análise por Grupamentos de atividade no trabalho principal – PNADC, o maior rendimento médio real para o período de janeiro a março de 2015, segundo dados da PNAD Contínua, foi observado na administração pública (R$ 2.577,54). Este grupamento teve um aumento de 2,4% no rendimento médio real em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, os serviços domésticos registraram o menor rendimento médio real (R$ 758,65), com um aumento de 1,4% em relação 2014 (Tabela 04 e Gráfico 09).

 

  

 

Por fim, conforme apurado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a taxa de desemprego cresce em Goiás, atingiu 7,9% no primeiro trimestre de 2015, a maior da série iniciada em 2012.  Se separar o desemprego por gênero, entre os homens o desemprego foi menor de 5,3%, a taxa para as mulheres chegou a 9,2%. Outra evidência revelada pela pesquisa, o rendimento médio dos mais instruídos (Superior ou equivalente completo) é três vezes maior que dos que tem ensino Fundamental ou equivalente. O desemprego entre os mais jovens em Goiás é maior, atingiu 15,0%na faixa de jovens de 18 anos a 24 anos, ou seja, aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho. Por outro lado, a faixa etária de 60 ou mais representou apenas 1,9% nesse primeiro trimestre.

 


 1 – São classificadas como desocupadas na semana de referência as pessoas sem trabalho (que gera rendimentos para o domicílio) nessa semana, que tomaram alguma providência efetiva para consegui-lo no período de referência de 30 dias e que estavam disponíveis para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se, também, como desocupadas as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias porque já haviam conseguido trabalho que iriam começar após a semana de referência.

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