PNAD 2015: Uma visão geral para o estado de Goiás


 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é dividida em duas partes, uma com característica de pessoas e a outra de domicílios. Para esta análise, considerou-se a primeira parte por entender-se mais relevante, já que aborda as características gerais da população, como idade, educação, trabalho, rendimento e outras. Desta forma, segue a Tabela 1 que traz as principais características do Brasil e Goiás da amostra (absoluta e expandida utilizando o peso da pessoa) situação censitária, gênero, cor e condição de ocupação.

 

Tabela 1: Características gerais da amostra, Brasil e Goiás, 2015.

Variáveis

 

Brasil

Goiás

Amostra

Expandida

194.461.760

6.283.173

 

Absoluta

339.846

13.897

Situação Censitária (%)

Urbano

85,4

91,8

 

Rural

14,6

8,2

Gênero (%)

Mulher

52,0

52,3

 

Homem

48,0

47,7

Cor (%)

Parda

48,3

52,3

 

Branca

41,6

39,3

 

Preta

9,3

7,7

 

Indígena

0,5

0,1

 

Amarela

0,4

0,6

Condição de atividade (%)

Economicamente ativa

57,9

60,3

 

Não economicamente ativa

42,1

39,7

Condição de ocupação (%)

Ocupado

89,6

91,5

 

Desocupado

10,4

8,5

Fonte: IBGE: Microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2015.

Elaborado pelo Instituto Mauro Borges /Segplan-GO/ Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas – 2016.

 

 

Características gerais da população

 

A população de Goiás, assim como o Brasil, é bem heterogênea e predominantemente não branca, sendo que em Goiás 60,7% se declararam de cor da pele parda, preta, amarela ou indígena. Para o Brasil o percentual de não brancos foi de 58,3%.

Com relação à idade, a distribuição por faixa etária de Goiás segue a tendência nacional, ou seja, está com base mais estreita e o topo mais alargado. Também, observa-se um número elevado de idosos, que representa uma dualidade; por um lado é um fator positivo por estar associado a um aumento da expectativa de vida e, por outro, tem-se a questão previdenciária, são mais pessoas na aposentadoria. Em Goiás 12% da população tem 60 anos ou mais de idade, para o Brasil o percentual foi superior, 14%.


 

 

 

No Brasil, o percentual de pessoas com 15 ou mais que não sabem ler e escrever, os chamados analfabetos, representam 7,9% enquanto em Goiás 6,1%. Sendo que a maior proporção é de pessoas mais velhas, acima de 50 anos de idade, que representam mais de 70% dos analfabetos. Pessoas nesta faixa etária, normalmente, não estão dispostas a voltar para os bancos escolares, assim esse contingente deve permanecer estável ou diminuir lentamente.

 

 

No que diz respeito à educação, Goiás apresenta escolaridade média de 7,95 anos de estudo, superior a do Brasil (7,78). Sabe-se que níveis educacionais elevados é um fator importante para o desenvolvimento socioeconômico do país, e em Goiás observa-se aumento da escolaridade da população, sendo que 8,8% da população tem nível superior completo, e 5% estão cursando uma faculdade.


 

 

De modo geral, as mulheres têm maior nível de escolaridade que os homens, visto que para escolaridade, a partir de ensino médio, elas predominam. A diferença é maior para o nível de superior completo, no Brasil têm 47,9% mais mulheres com esse nível de escolaridade que homens e em Goiás (51,6%).

 

 

Com relação ao tipo de família, tem-se que mais da metade dos grupos familiares é composta por casal com filhos. Contudo, segundo o IBGE, de modo geral, vem aumentando o número de casais sem filhos e também de novas constituições familiares, aqui chamados de outros tipos de família, como mostra o Gráfico 5.

 

 

Aproximadamente 1,8 milhão de pessoas que vivem em Goiás é oriunda de outras localidades, pois o total de emigrantes representam 28,3%. Com relação ao local de origem desses emigrantes residentes no Estado, 17,8% são mineiros, seguido do Bahia (13,1%), Distrito Federal (11,8%) e Maranhão (11,7%), esses três Estados mais o DF representam 54,3% do total dos emigrantes (Gráfico 6).

 

Mercado de trabalho

 

 

No que diz respeito à ocupação, a População Economicamente Ativa (PEA) representa 57,8% no Brasil, e em Goiás 60,3%. A maioria das pessoas nessa condição iniciou no mercado de trabalho entre 10 e 17 anos, no Brasil 63% começou a trabalhar nessa faixa etária, e 68,3% em Goiás. Além disso, sobre o trabalho infantil tem-se que em Goiás 11,5% começaram a trabalhar com 9 anos ou menos, contra 9,2% no Brasil.

 

O rendimento médio mensal do trabalho principal em Goiás é de R$ 1.711,39, superando o do Brasil (R$ 1.701,55). Contudo, a maioria das pessoas recebe renda domiciliar per capita entre meio a dois salários mínimos, totalizando 55,4% no Brasil, e 64,1% em Goiás (Gráfico 8). Em contrapartida, são poucas pessoas que recebem mais de cinco salários mínimos 3,6% no Brasil e apenas 2,7% em Goiás. Isso apresenta indícios de concentração de renda, cenário muito presente na realidade brasileira.

 

Nota-se que a disparidade de renda ainda é muito presente, por exemplo, no Brasil as mulheres têm remuneração média mensal do trabalho principal de R$ 1.386,0 e homens R$ 1.942,4. Em Goiás, a disparidade é ainda mais acentuada, as mulheres recebem R$ 1.310,9 e os homens R$ 2.016,2.


 

Com relação à posição na ocupação, de modo geral, o trabalho formal (com carteira assinada) é predominante, como mostra a Tabela 2, representam 38,89% no Brasil e 40,1% em Goiás.

 

 

Tabela 2: Distribuição percentual dos indivíduos em relação à posição na ocupação– 2015.

Posição na ocupação

Brasil

Goiás

Com carteira de trabalho assinada

36,7

36,9

Conta própria

24,5

24,8

Sem carteira de trabalho assinada

12,7

12,4

Militar ou Funcionário público

8,7

9,0

Trabalho não remunerado

6,6

3,8

Doméstico sem carteira assinada

4,9

5,4

Empregador

3,7

4,4

Doméstico com carteira assinada

2,2

3,2

Fonte: IBGE: Microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2015.

Elaborado pelo Instituto Mauro Borges /Segplan-GO/ Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas – 2016.

Nota: No trabalho não remunerado inclui trabalho na construção para o próprio uso e consumo

 

Ainda, 66,2% dos empreendimentos goianos possuem cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ) e supera o Brasil (64,2%). Além disso, mais de 70% exerce outra atividade com carteira assinada e mais de 16% são trabalhadores autônomos (conta própria e empregador).

 

 

 

Sobre o desemprego, a taxa de desemprego em Goiás está abaixo da nacional, 8,5% contra 10,4%, contudo, o desemprego atinge mais as mulheres que os homens (Gráfico 11), muito embora tenha escolaridade maior que esses (Gráfico 4).

 

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