Desemprego em Goiás tem leve redução no terceiro trimestre de 2015


 

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação[1] em Goiás foi estimada em 7,2% no terceiro trimestre de 2015, uma redução de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, isto significa cerca de 6 mil pessoas a menos na fila de espera por uma vaga. Apesar da pequena redução, a desocupação em Goiás continua alta e longe dos níveis registrados no período de outubro a dezembro de 2013, melhor da série histórica (Gráfico 02). Mesmo com o resultado ruim, Goiás apresentou a sétima menor taxa entre as Unidades da Federação e 1,7 ponto percentual abaixo da nacional (Gráficos 1). A pesquisa também apresenta dados sobre ocupação e rendimento.

 

 

 

Os dados apontaram, ainda, diferenças significativas na taxa de desocupação entre homens e mulheres em Goiás, comportamento verificado também nas outras Unidades da Federação. No terceiro trimestre de 2015, a taxa foi estimada em 6,3% para os homens e 8,5% para as mulheres, valores inferiores aos registrados em nível nacional. Os maiores e os menores valores, tanto para homens quanto para mulheres, foram registrados no Rio Grande do Norte e em Santa Catarina, respectivamente (Quadro 04).

Na análise da desocupação por idade, observou-se uma maior taxa na faixa etária de 14 a 17 anos de idade, período em que se inicia a busca por emprego, que, também, possui um baixo nível de ocupação (Gráfico 03). Estima-se que 6 mil pessoas nesta faixa de idade saíram da força de trabalho no período de julho a setembro de 2015 (12 mil em relação ao último período de 2014 ). Por outro lado, a faixa etária de 60 anos ou mais teve a menor taxa de desocupação e o segundo menor nível de ocupação, comportamento verificado tanto para o Brasil quanto para as cinco grandes regiões.

 

A pesquisa também revela que a população ocupada, em Goiás, foi estimada em 3.186 milhões no segundo trimestre, refletindo uma variação negativa de 0,34% em comparação com o trimestre anterior. Com isso, o nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar – PIA) foi estimado em 60,1% no terceiro trimestre de 2015, o terceiro maior nível do país, abaixo apenas dos Estados de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Nos grupos com grau de instrução mais alto, o nível da ocupação foi mais elevado. No terceiro trimestre de 2015, 80,5% das pessoas com nível superior completo estavam trabalhando, enquanto que apenas 30,2% das pessoas sem instrução e menos de um ano de estudo trabalhavam (Gráfico 4). Também é importante observar que do total de pessoas ocupadas na semana de referência, 50,3% possuíam nível superior ou médio completo (Gráfico 05), e que estas possuem as menores taxas de desocupação, 4,1% e 6,8%, respectivamente.

 

 

 

 

 

Em Goiás, a parcela de trabalhadores ocupados que possuem nível superior completo ainda é pequena (14,9%), se comparada à média nacional (17,0%) e à Região Centro-Oeste (17,7%). No entanto, o número de pessoas ocupadas com nível superior completo cresceu 5,35% em relação ao mesmo período do ano anterior (cerca de 24 mil pessoas). Além deste, apenas o nível médio ou equivalente completo teve aumento em relação ao ano anterior (0,84%).

 

Do ponto de vista do vínculo empregatício, as pessoas que trabalhavam para um empregador, geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração, representavam 69,5% da população ocupada no período de julho a setembro de 2014, redução de um ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior. As pessoas que trabalhavam sem receber pagamento, durante pelo menos uma hora na semana de referência, em ajuda a membro da unidade domiciliar que era conta própria, empregador ou empregado, somavam 4,7%, permanecendo estável (Gráfico 6).

Por outro lado, as pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, sozinhas ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com a ajuda de trabalhador familiar auxiliar, tiveram aumento na representatividade, passando de 23,3% dos ocupados no período de julho a setembro de 2014 para 24,1% no mesmo período de 2015 (Gráfico 06). Em 2015, também houve um pequeno aumento no número de empregadores, pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado. Em termos absolutos, registrou-se 9 mil empregadores a mais que o mesmo período do ano passado (Gráfico 6). Essa mudança, embora pequena, no perfil de ocupação, é natural em períodos de crise, com crescimento do desemprego. Para manter o nível de renda, o trabalhador, ao perder emprego, busca alternativas empreendedoras no mercado.

 

Na análise por grupamentos ocupacionais no trabalho principal, em Goiás, a maior parcela das pessoas ocupadas na semana de referência (22,3%) era de trabalhadores dos serviços; vendedores do comércio e mercados (Quadro 03), percentuais bem próximos ao nacional (20,4%). Este grupamento vem crescendo gradativamente desde 2012, acumulando um aumento de 4,0 pontos percentuais em junho de 2015.

No terceiro trimestre de 2015, 78,25% dos empregados no setor privado em Goiás tinham carteira de trabalho assinada, apresentando avanço de 1,14 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2014. Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 32,5% tinham carteira de trabalho assinada, enquanto que no último trimestre do ano passado, eram 33,1%. Os ocupados do setor privado, excluindo-se os trabalhadores domésticos, representam 49,7% da população. Cerca de 61 mil pessoas deixaram esta categoria este ano, uma redução de um ponto percentual em relação ao último período do ano anterior. Os militares e servidores estatutários correspondiam a 71,2% dos empregados do setor público no terceiro trimestre de 2015. A categoria também encolheu este ano, cerca de 18 mil pessoas a menos.

Outra informação interessante, mostrada pela pesquisa, é que 35,28% das pessoas em idade de trabalhar foram classificadas como fora da força de trabalho no 3º trimestre de 2015, ou seja, aquelas que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana de referência da pesquisa. Houve um aumento de quase um ponto percentual em relação ao período anterior, cerca de 57 mil pessoas deixaram de procurar emprego. As mulheres eram maioria destas, representando 63,2%.

Ao cruzar as informações de faixa etária e a condição em relação à força de trabalho (Tabela 01), observa-se que o maior percentual de pessoas fora da força de trabalho era composto por idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade). Por outro lado, eles possuem a menor taxa e o menor nível de desocupação, ou seja, aqueles que estão na força de trabalho estão conseguindo emprego.

Os jovens que estão na faixa etária de 14 a 17 anos, primeiro emprego, possuem a maior taxa de desocupação e a menor parcela da força de trabalho. Além disso, o nível de ocupação desta faixa etária reduziu-se consideravelmente em relação ao último período do ano anterior.

 

Os motivos pelo qual as pessoas não procuraram trabalho, não gostariam de ter trabalhado, ou não estavam disponíveis para iniciar um trabalho, foram diversos. No geral 25,9% destas pessoas não o fizeram porque tinham que cuidar dos afazeres domésticos, do(s) filho(s) ou de outro(s) dependente(s). O maior percentual (30%) teve como justificativa o fato de ser muito jovem ou muito idoso para trabalhar, e 22,2% porque estavam estudando. Apenas 4,6% por não querer trabalhar (Tabela 2).

 

 

 

Rendimento do Trabalhador

No terceiro trimestre de 2015, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência em Goiás, com rendimento de trabalho, foi estimada em R$ 5,7 bilhões, registrando queda de 3,3% em relação ao último período de 2014. Do somatório dos rendimentos (massa salarial), 62,09% foram provenientes dos empregados, 15,33% dos empregadores e 22,56% dos trabalhadores por conta própria. Observou-se, em relação ao último período do ano passado, uma redução de 32,5% na massa salarial dos empregadores e um aumento de 1,9% na dos empregados, enquanto que a massa salarial dos trabalhadores por conta própria permaneceu estável.

Em Goiás, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, foi estimado em R$ 1.837, resultado 2,55% menor que o registrado no último período do ano anterior (outubro a dezembro de 2014). A maior queda foi para o sexo feminino, 6,61% contra redução de 0,09% no salário real dos homens. Ressalta-se que houve redução de 0,9% no rendimento médio real no Brasil, tendo sido atingidas 19 das 27 Unidades da Federação. A maior queda foi registrada no Estado de Pernambuco (-14,28%). Por outro lado, a maior variação positiva foi no Estado do Rio Grande do Norte, 8,06% (Quadro 04).

Em relação ao grau de instrução, houve aumento de rendimento médio real, na comparação ao mesmo período do ano anterior, para os níveis Fundamental ou equivalente completo, médio ou equivalente completo (2,7%) e superior incompleto (6,55%). A maior redução foi registrada para o fundamental ou equivalente incompleto (-10,1%), conforme tabela a seguir.

 

 

 

Na análise por Grupamentos de atividade no trabalho principal, a maior variação ocorrida no rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, no período de julho a setembro de 2015, segundo dados da PNAD Contínua, foi observada para o Empregado no setor público – com carteira de trabalho assinada (redução de 23,6%). Por outro lado, os empregadores tiveram um aumento de 17,5% no rendimento médio (Quadro 01).

 

 

 

 



[1] São classificadas como desocupadas na semana de referência, as pessoas sem trabalho (que geram rendimentos para o domicílio) nessa semana, que tomaram alguma providência efetiva para consegui-lo no período de referência de 30 dias e que estavam disponíveis para assumi-lo na semana de referência. Consideram-se, também, como desocupadas as pessoas sem trabalho na semana de referência que não tomaram providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias, porque já haviam conseguido trabalho que iriam começar após a semana de referência.

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