Crise econômica continua afetando o varejo goiano recuou 7,7% em junho.


 

Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o varejo brasileiro em junho de 2015 apresentou queda de 2,7% no volume e alta de 4,6% na receita nominal. Na mesma comparação o comércio goiano teve queda nas vendas e na receita nominal de 7,7% e 1,7%, respectivamente.

Na análise do comércio sem ajuste sazonal vinte e cinco das vinte e duas unidades da federação apresentaram variações negativas no volume de vendas, sendo que as maiores ocorreram no Amapá (-10,2%), Paraíba (-9,0%), Alagoas (-8,0%) e Goiás (-7,7%). Os Estados que apresentaram resultados positivos foram: Sergipe (6,3%), Tocantins (5,0%), Santa Catarina (4,3%), Roraima (3,6%) e Mato Grosso do Sul (1,5%), vide Gráfico 1.

 

 

 

Na comparação com ajuste sazonal, junho15/maio15, o comércio varejista nacional apresentou queda no vol ume de vendas (-0,4%) e alta na receita nominal estável (0,8%). Para o Estado de Goiás, o mês de junho/15 apresentou alta no volume e na receita de 0,3% e 0,9%, respectivamente.

 

Em âmbito regional, na série com ajuste sazonal, treze Estados tiveram taxas positivas no volume de vendas, com destaque para a Paraíba (2,6%), Tocantins e Sergipe (1,2%) e Santa Catarina e Mato Grosso do Sul (1,0%). As principais variações negativas ocorreram nos Estados de Alagoas (-4,4%), Amapá (-3,7%), Roraima (-2,7%) e Acre (-1,7%).

 

Na Tabela 1 exibe a variação mensal com ajuste sazonal, ou seja, sem o efeito de datas comemorativas, feriados e outros eventos que histórica e culturalmente influenciam os resultados das vendas, sendo possível assim fazer a comparação com o mês anterior. Em Goiás, no mês de junho/15, o volume de vendas e a receita nominal apresentaram alta de 0,3% e 0,9%, respectivamente. No varejo brasileiro a receita apresentou alta de 0,8% e o volume apresentou queda de 0,4%, na mesma base de comparação.

 

Tabela 1 – Brasil e Goiás: Variação do Volume e da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2015 (Com Ajuste Sazonal Base: Mês anterior = 100) (%)

 

Junho / 2015

Brasil

Goiás

Volume de Vendas

-0,4

0,3

Receita de Vendas

0,8

0,9

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio.

Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015.

 

 

Varejo Goiano Restrito

O comércio varejista goiano em junho de 2015 apresentou queda de 7,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior (série sem ajuste). Dentre as oito atividades, apenas três (Combustíveis e lubrificantes; Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e Outros artigos de uso pessoal e doméstico) registraram taxas positivas em relação ao mês anterior. Na contramão, oito atividades apresentaram resultados negativos, cujos comportamentos são descritos a seguir. (Tabelas 2 e 3).

 

Tabela 2 – Brasil e Estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista – 2015                                           (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Abr/15

Maio/15

Jun/15

No Ano

12 Meses

Abr/15

Maio/15

Jun/15

No Ano

12 Meses

Comércio Varejista Geral

-3,3

-4,5

-2,7

-2,2

-0,8

-11,3

-12,5

-7,7

-9,1

-5,3

Combustíveis e lubrificantes

-2,1

-4,4

-1,0

-3,3

-1,0

-7,3

-7,3

1,2

-1,2

1,4

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

-2,0

-2,0

-2,7

-1,8

-1,2

-15,4

-17,6

-10,9

-15,2

-11,6

Hipermercados e supermercados

-2,0

-2,1

-2,6

-1,7

-1,2

-15,8

-18,0

-11,2

-15,6

-11,8

Tecidos, vestuário e calçados

-7,5

-7,8

-4,6

-5,0

-2,9

-10,2

-8,2

-3,7

-6,9

-3,6

Móveis e eletrodomésticos

-15,3

-18,5

-13,6

-11,3

-7,1

-18,2

-19,2

-16,1

-12,6

-7,3

Móveis

-16,2

-20,1

-10,2

-13,0

-8,9

-20,7

-18,8

-17,7

-14,9

-10,9

Eletrodomésticos

-15,0

-17,8

-15,1

-10,5

-6,3

-17,3

-19,2

-15,5

-11,8

-6,0

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

6,2

1,8

6,2

5,2

6,6

4,0

-0,8

3,9

2,6

6,6

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

2,5

-0,5

7,9

10,1

4,4

25,8

6,8

-3,5

25,5

17,5

Livros, jornais, revistas e papelaria

-9,1

-11,8

-5,9

-8,3

-9,1

-13,8

-14,9

-4,9

-15,8

-13,0

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

-0,7

0,2

1,6

3,9

5,3

11,0

17,4

3,9

11,3

14,9

Comércio varejista ampliado geral

-8,3

-10,4

-3,5

-6,4

-4,8

-15,8

-17,1

-8,7

-11,5

-7,3

Veículos, motocicletas, partes e peças

-19,3

-22,1

-6,4

-15,6

-13,0

-25,9

-26,2

-13,8

-18,2

-12,1

Material de construção

-4,1

-11,3

1,1

-4,7

-3,2

3,8

-3,2

4,6

3,3

1,5

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio 

 

Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores – 2015

 

                       

 

A desaceleração em junho/2015 foi puxada, principalmente pela queda nas vendas de Móveis e Eletrodomésticos (-16,1%) e Hipermercados e supermercados (-11,2%). O recuo nesses dois segmentos vem ocorrendo ao longo do ano. Esse comportamento é similar ao arrefecimento nas vendas do comércio de modo geral. A queda está relacionada à conjuntura econômica desfavorável, como a redução da massa de rendimento, menor ritmo de crescimento do crédito, elevação dos preços de bens e serviços, mesmo com a comemoração do Dia dos Namorados neste mês.

O segmento de Móveis e eletrodomésticos vem apresentando queda por sete meses consecutivos e no ano já acumulou queda de 12,6%, nos últimos doze meses a queda atingiu 7,3%. A trajetória declinante desta atividade vem sendo influenciada pela restrição orçamentária das famílias.

Em sentido contrário, os segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (engloba lojas de departamentos, joalherias, artigos esportivos e brinquedos) lideraram as vendas, ambos com expansão de 3,9%. Este resultado reflete a redução da massa de rendimentos das famílias e da redução na oferta crédito, cujos níveis estão mais baixo este ano do que no ano passado.

Varejo goiano ampliado

 

O varejo goiano ampliado, que contempla além do varejo restrito o segmento de atacado na construção civil e de veículos, motocicletas, partes e peças apresentou queda em junho de 8,7%, decorrente, em grande parte, do recuo nas vendas de Veículos, motocicletas, partes e peças de (13,8%). Assim, pode-se considerar que continua ocorrendo um represamento do consumo de bens duráveis, devido ao seu alto valor, aliado ao menor ritmo do crédito e pelo comprometimento da renda familiar, provocando desaceleração do consumo nesta atividade.

O segmento de Material de construção, ao contrário do que ocorreu em maio, apresentou alta de 4,6% no volume de vendas, na comparação com junho de 2014. Este resultado é bastante animador, sinalizando recuperação da atividade, que no acumulado no ano alcançou taxas de 3,3% e em doze meses 1,5%.

 

Tabela 3 – Brasil e Estado de Goiás: Variação da Receita Nominal de Vendas no Comércio Varejista – 2015 (Base: Igual mês do ano anterior = 100)

Atividades

Variação (%)

Brasil

Goiás

Variação Mensal

Acumulado

Variação Mensal

Acumulado

Abr/15

Maio/15

Jun/15

No Ano

12 Meses

Abr/15

Maio/15

Jun/15

No Ano

12 Meses

Comércio Varejista Geral

2,8

1,9

4,6

4,2

5,5

-5,6

-7,0

-1,7

-3,2

0,1

Combustíveis e lubrificantes

6,9

5,1

9,6

5,4

6,0

-0,3

-0,8

6,1

5,9

8,4

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

4,8

5,6

6,2

6,1

6,4

-6,9

-8,4

-0,7

-5,8

-3,6

Hipermercados e supermercados

4,8

5,5

6,1

6,1

6,4

-7,3

-9,0

-1,3

-6,2

-4,0

Tecidos, vestuário e calçados

-4,0

-4,7

-1,0

-1,8

Governo na palma da mão

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